O sistema operacional Microsoft Windows 10 de 2015

Em 29 de julho de 2015, a Microsoft apresentava a nova e revolucionária versão do seu onipresente sistema operacional, o Microsoft Windows 10.

Concebido como uma resposta definitiva às críticas recebidas por seu antecessor, o Microsoft Windows 8, o sistema operacional Microsoft Windows 10 (codinome “Threshold”) marcaria um ponto de inflexão na trajetória do sistema das janelas.

Apresentado publicamente durante um evento de mídia em 30 de setembro de 2014, esta nova versão buscava restaurar elementos tradicionais da interface gráfica que haviam sido retirados ou profundamente alterados, como o Menu Iniciar, ao mesmo tempo em que introduzia uma proposta de unificação da interface de usuário de diferentes dispositivos (como PCs desktop, notebooks, tablets, smartphones, consoles Xbox e até dispositivos embarcados), sob uma mesma “plataforma”.

O Microsoft Windows 10 trazia uma série de novidades que marcariam uma mudança significativa em relação às versões anteriores do sistema operacional da Microsoft. Uma das principais foi o retorno do tradicional Menu Iniciar, que havia sido removido no Windows 8. No Microsoft Windows 10, ele voltava com um novo design que combinava a familiar lista de aplicativos com os blocos dinâmicos (tiles) do estilo “Metro” (as “caixinhas” coloridas do Windows 8), oferecendo uma experiência híbrida (também nas telas de toque) entre o clássico e o moderno.

Outra grande novidade foi a introdução da assistente virtual Cortana, integrada ao sistema operacional e capaz de realizar buscas na internet, controlar configurações do computador, criar lembretes e executar comandos por voz. A Cortana representava a tentativa da Microsoft de competir com assistentes como a Siri (Apple) e o Google Now, oferecendo uma camada de inteligência artificial integrada à área de trabalho do usuário.

O novo Windows também marcaria a estreia do navegador Microsoft Edge, desenvolvido para substituir o antigo Internet Explorer, que já vinha a algum tempo sendo gradualmente abandonado por usuários e desenvolvedores da web. O Edge foi criado com um novo motor de renderização mais leve e compatível com os padrões modernos da web. Além disso, trazia recursos como modo de leitura, anotações em páginas e integração com a Cortana.

O Microsoft Windows 10 também foi o primeiro sistema operacional da Microsoft a incluir o recurso chamado “Continuum”. Essa funcionalidade ajustava automaticamente a interface de acordo com o tipo de dispositivo em uso, alternando entre os modos de operação por toque (tablet) ou por teclado/mouse (desktop), um recurso ideal para tablets híbridos, como o Microsoft Surface.

A nova versão apresentava também um novo sistema de área de trabalho virtual, o Task View, que exibia todas as janelas atualmente abertas, possibilitando que o usuário alternasse facilmente entre elas. Além disso, trazia melhorias no gerenciamento de janelas com o recurso “Snap Assist”, que facilitava o redimensionamento e o encaixe automático das janelas na tela.

Outra inovação importante foi a chegada do DirectX 12, que proporcionava maior desempenho gráfico e eficiência energética, especialmente para jogos e aplicações que demandavam processamento gráfico intensivo. Essa versão das bibliotecas gráficas permitia aos desenvolvedores utilizar melhor os recursos das placas de vídeo modernas, resultando em melhorias consideráveis em jogos compatíveis.

Recurso de destaque no Microsoft Windows 10 foi o Windows Hello, um sistema de autenticação biométrica que permitia o login por meio de reconhecimento facial, impressão digital ou leitura de íris, dependendo do hardware disponível. Essa funcionalidade refletia uma tendência crescente de abandono das senhas tradicionais em favor de métodos mais seguros e convenientes.

O Microsoft Windows 10 foi oferecido em quatro “edições” básicas, adaptadas para diferentes públicos e usos. As duas primeiras, a “ Windows 10 Home” (voltada para usuários domésticos) e a “ Windows 10 Pro” (com recursos adicionais de segurança e gerenciamento voltados para empresas e usuários avançados), estavam disponíveis para o público em geral, podendo ser adquiridas no mercado.

Já as versões “ Windows 10 Enterprise” e “ Windows 10 Education“, que ofereciam ferramentas específicas para grandes organizações e instituições de ensino, só estavam disponíveis para modalidade de licenciamento por volume. Havia ainda algumas versões específicas, como a para dispositivos embarcados e de “Internet das Coisas” (Windows 10 IoT) e para smartphones (Windows 10 Mobile).

Em termos de base técnica, o Microsoft Windows 10 continuava construído sobre o kernel NT, herdado das versões anteriores da plataforma, saltando da versão NT 6.3 (do Windows 8.1) para a NT 10.0. No entanto o sistema inauguraria o conceito de “Windows como um serviço” (Windows as a Service – WaaS), onde, em vez de ganhar novas versões com grandes intervalos de tempo, passaria a receber atualizações contínuas, com melhorias e novos recursos, por meio de grandes atualizações semestrais. Esta mudança significava que o Windows 10 estaria sempre evoluindo, sem necessidade de uma nova versão numérica.

Isso incluiu também a estratégia inédita de oferecer, para os antigos usuários do Windows 7 e Windows 8.1, um upgrade gratuito por tempo limitado, estimulando uma rápida adoção.

Mas esse modelo de atualizações conseguiu, ao mesmo tempo, ser elogiado e ser alvo de controvérsias. Isto porque, embora trouxesse inovações e correções rápidas, o aplicativo Windows Update não permitia ao usuário escolher o “que” ou “quando” instalar, aplicando (à revelia de sua vontade) as atualizações, o que poderia eventualmente gerar instabilidades ou problemas de compatibilidade. Tudo bem, os usuários da versão “Pro” podiam ao menos “adiar” as atualizações… mas não escapariam da sua fatídica instalação, cedo ou tarde.

Ao longo dos anos, o Windows 10 receberia inúmeras atualizações importantes, como a “Anniversary Update” (2 de agosto de 2016), a “Creators Update” (5 de abril de 2017) e a “October 2018 Update” (13 de novembro de 2018), entre muitas outras. Essas atualizações não apenas corrigiam falhas de segurança como também traziam novos recursos, como a integração com o Windows Subsystem for Linux (WSL), que permitia a execução de ferramentas e comandos típicos do ambiente Linux diretamente dentro do Windows, ampliando sua aceitação entre desenvolvedores e profissionais técnicos.

Tendo sua última atualização sido lançada em 18 de outubro de 2022 (a 2022 Update ou 22H2), o fim do Microsoft Windows 10 seria anunciado oficialmente pela Microsoft em 27 de abril 2023, comunicando que o suporte para a versão atual do sistema seria encerrado em 14 de outubro de 2025, marcando o fim de um ciclo de uma década.

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