O computador IBM 701 de 1952
Em 21 de maio de 1952, a IBM apresentava seu primeiro computador eletrônico valvulado, o computador IBM 701 Electronic Data Processing Machine.
Numa época em que a gigante IBM detinha a posição de maior fabricante do mundo em soluções utilizando cartões perfurados, com um mercado mundial já consolidado, anunciar a construção de um “computador” era algo, no mínimo, ousado.
A empresa, que já vinha de algumas primeiras experiências com os sistemas eletromecânicos Automatic Sequence Controlled Calculator – ASCC Mark I (desenvolvido em conjunto com a Universidade de Harvard em 1944) e o IBM Selective Sequence Electronic Calculator – SSEC de 1948, sinalizava sua transição definitiva entre o universo das máquinas de tabular cartões e o mundo da computação eletrônica, com um novo sistema desenvolvido a partir do zero em menos de dois anos, sob a liderança do projetista Nathaniel Rochester.
O “Defense Calculator” (Calculadora de Defesa), como foi chamado, foi apresentado pelo presidente da empresa da época, Thomas John Watson, como o “o computador de alta velocidade mais avançado e flexível do mundo”, deixando clara sua intenção de entrar forte no segmento de computadores eletrônicos.
Modelo inaugural da Série 7XXX (que incluíu os modelos 700 valvulados e 7000 transistorizados), o IBM 701 Electronic Data Processing Machine era o primeiro computador tipo “Mainframe” eletrônico (computador de grande porte) da IBM e destinava-se a cálculos científicos, sendo o primeiro modelo da empresa disponível comercialmente.
Capaz de executar 33 operações diferentes, o IBM 701 operava com estruturas de memória de 36/18 bits, em ciclos de 12 microssegundos, requerendo 38 ciclos (456 microssegundos) para executar multiplicações ou divisões e 5 ciclos (60 microssegundos) para adições e subtrações, resultando em até 2 mil e 16 mil destas operações por segundo, respectivamente.
Um sistema completo era composto por um total de até 14 módulos interconectados, identificados pelos códigos: 701 (Unidade Eletrônica de Controle Analítico, a CPU), 706 Unidade de armazenamento eletrostático (memória do tipo Tubo de Williams de 73.728 bits de capacidade total), 711 (Leitor de cartão perfurado, com velocidade de até 150 cartões por minuto), 716 (impressora, capaz de imprimir 150 linhas por minuto), 721 (Perfurador de cartão, com velocidade de até 100 cartões por minuto), 726/727 (Unidade de fita magnética), 753 (Unidade de controle de fita), 731 (Leitor/gravador de tambor magnético, com capacidade de 2.048 palavras de 36 bits), 740 Gravador tipo tubo de raios catódicos), 737 (Unidade de Armazenamento de Núcleo Magnético) e 736/741/746 (Sistema de energia).
Teve como público alvo o governo americano, que na época estava em plena guerra com a Coreia.
A estratégia de anuncia-lo como uma “Calculadora de Defesa” não foi à toa (olha o marketing aí). E deu tão certo que, esperando vender umas cinco unidades, no “apelo” do momento de guerra acabaram vendendo 19, entre governo, forças armadas, empresas do ramo aeronáutico e universidades.
O primeiro passo dado com o IBM 701, e os demais modelos que o sucederam, tornaram a empresa também líder no segmento de computadores de grande porte nas décadas seguintes.
O computador IBM 701 foi definitivamente descontinuado em 1º de outubro de 1954.
Íntegra do original do manual de operações do IBM 701:
E você, trabalhou com algum computador tipo Mainframe?
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Vídeo(s):
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Mais em:
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*As imagens utilizadas nesta postagem são meramente ilustrativas e foram obtidas da internet.
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