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Em outubro de 1985, a britânica Apricot Computers apostava novamente em sua proposta de arquitetura proprietária lançando o novo microcomputador Apricot XEN, primeiro da empresa a utilizar o processador Intel 80286, mas que não era compatível com o IBM PC.

A fabricante britânica de computadores Apricot Computers Ltd (antiga ACT – Applied Computer Techniques Ltd) era uma empresa que já vinha de uma história de sucesso na Europa no início da década de 1980, notadamente com o modelo Sirius 1 de 1982 (uma versão licenciada do modelo Victor 9000, da empresa Sirius Systems Technology), que se tornaria o computador de 16bits mais vendido da Europa, apesar de não ser compatível com o IBM PC (lançado no ano anterior e que começava a se tornar um padrão).

Vale observar que esta “tal” Sirius Systems Technology era uma empresa californiana que pertencia a ninguém menos que Chuck Peddle, responsável pelo projeto do microcomputador Commodore PET e do microprocessador MOS 6502.

Voltando à Apricot, o sucesso do Sirius 1 levaria a empresa a produzir outros modelos, como o Apricot PC (1983) e Apricot Portable FP (1984), que embora utilizassem processadores de 16 bits Intel 8086 e fossem capazes de rodar os sistemas MS-DOS e CP/M-86, possuíam arquiteturas “proprietárias” não compatíveis com o padrão IBM PC.

Com a chegada do IBM PC/AT em 1984, que utilizava o novo processador Intel 80286, a Apricot, buscando manter sua posição e competir no mercado global com a IBM, desenvolveria o Apricot XEN, primeiro de seus modelos a incorporar o processador Intel 80286, ainda que mantendo a mesma estratégia de arquitetura proprietária, mas que ela acreditava ser superior à do concorrente.

Sua apresentação ocorreria em um momento em que o mercado britânico e europeu buscava alternativas locais à dominação norte-americana da IBM e de fabricantes como a Compaq. O Apricot XEN era, portanto, uma resposta tecnológica de ponta, desenvolvida com a engenharia britânica característica da marca, que combinava desempenho técnico e refinamento estético.

microcomputador Apricot XEN 3
Panfleto de divulgação da época

O Apricot XEN contava com o processador Intel 80286 de 7,5MHz de velocidade (mais rápido que os 6 MHz do IBM PC/AT original), suporte para coprocessador matemático Intel 80287, memória RAM de 512 KB (expansível a até 5MB), duas unidades de disquetes de 3½” com 720KB de capacidade cada, opção de disco rígido interno com 20MB de capacidade, processador de som de 3 canais, controladora de vídeo compatível com os padrões CGA e EGA que permitia gráficos coloridos e resoluções de até 800×400 pontos, teclado de 102 teclas com tela LCD integrada e 6 teclas de função programáveis, 6 slots internos de expansão padrão Apricot, além de conexões externas de vídeo, monitor, serial e paralela.

Ele ainda oferecia opções de expansão como um disco rígido externo Apricot MX10 de 10 MB, mouse (trackball), uma unidade de fita interna de 20 MB e uma unidade externa de disquetes de 5¼” para compatibilidade com softwares do padrão IBM.

Um dos diferenciais mais marcantes do Apricot XEN era seu teclado, que, como em outros modelos da Apricot, possuía um pequeno display LCD integrado, que, além de permitir a personalização das 6 teclas de função especiais, era capaz de exibir informações de status, data, hora e até mensagens configuráveis. Essa característica dava ao sistema um “ar” futurista, tornando-o mais interativo e prático para uso em escritórios.

O gabinete, em formato de desktop “slim”, tinha linhas elegantes e um acabamento de alta qualidade, refletindo o padrão estético que a Apricot imprimia a todos os seus produtos.

Três variações de configurações de hardware do Apricot XEN foram comercializadas:

  • Xen FD: com 512KB de RAM e duas unidades de disquete de 3½” de 720 KB.
  • Xen HD: com 1MB de RAM, uma unidade de disquetes de 3½” e disco rígido interno de 20 MB.
  • Xen WS (WorkStation): com 1 MB de RAM e nenhum disco.

Em relação ao seu software, o Apricot XEN vinha de fábrica com o sistema operacional MS-DOS 3 a o novo “Microsoft Windows” customizado para o modelo (ainda em sua versão 1.03). Alternativamente, havia ainda a opção de adquiri-lo com o sistema Microsoft Xenix, o que permitia transformar o computador em um servidor para até 16 terminais. Seu conjunto de softwares se completava com o interpretador de linguagem Microsoft GW-BASIC e o IBM ROM BIOS Emulator, que aumentava sua compatibilidade com o IBM PC.

microcomputador Apricot XEN 2
O recém lançado Windows, em uma versão customizada para ele, acompanhava pacote

Apesar de suas inovações, o Apricot XEN enfrentaria dificuldades comerciais fora do Reino Unido, visto sua compatibilidade restrita com o padrão IBM PC, uma questão que se tornava cada vez mais crítica à medida que o mercado consolidava o padrão da IBM como referência universal, o que incluía sua já vasta biblioteca de softwares. Além disso, o alto custo do sistema e a concorrência de fabricantes norte-americanos e japoneses dificultariam os planos da empresa para expansão em mercados externos.

O Apricot XEN-I

Enquanto projetava o modelo Apricot XEN, a empresa conduziria (secretamente) um outro projeto (um plano B), totalmente compatível com o padrão IBM, mas que ela guardaria a sete chaves para não atrapalhar as vendas do seu modelo principal

Mas percebendo a necessidade e finalmente se rendendo ao mercado, a Apricot lançaria no ano seguinte, em setembro de 1986, uma nova versão baseada neste “projeto secreto”, o modelo Apricot XEN-I (posteriormente rebatizado como Apricot Xen-i 286), agora totalmente compatível com o IBM PC/AT.

Em função deste lançamento, o Apricot XEN original seria rapidamente descontinuado, marcando o fim de uma era para a Apricot, que, embora inovadora, se viu forçada a abandonar suas arquiteturas proprietárias para sobreviver no cenário competitivo.

A empresa laçaria ainda nos anos seguintes os modelos Apricot XEN-I 386 (1987), Apricot Qi (1988), Apricot Si (1988), Apricot VX FT (1989), primeiro computador no mundo com processador Intel 80486.

Posteriormente, em abril de 1990, a Apricot Computers seria adquirida pela Mitsubishi Electric Corporation (MELCO) que, após um período focada em estações de trabalho, terminais de rede e notebooks, encerraria as operações da divisão em outubro de 1999.


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Vídeo(s):

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O modelo Apricot XEN-I
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*As imagens utilizadas nesta postagem são meramente ilustrativas e foram obtidas da internet.


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