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Em 19 de outubro de 1985, a Blockbuster, que viria a se tornar a maior rede de lojas para aluguel de filmes e games do mundo, era fundada nos EUA.

Em uma era onde o acesso a filmes era limitado às salas de cinema ou à programação da televisão, a ideia de assistir a um grande lançamento no conforto de casa foi uma novidade possibilitada pela tecnologia do videocassete.

É neste cenário que a história da Blockbuster se inicia, quando David Cook inauguraria a primeira loja Blockbuster, no dia de hoje, na cidade de Dallas, no estado do Texas, Estados Unidos.

Cook, que vinha do ramo de software para bancos e gestão de dados, havia percebido o crescimento do mercado doméstico de videocassetes e enxergou uma oportunidade de aplicar técnicas de banco de dados e logística para criar um novo tipo de locadora de vídeos, capaz de operar em grande escala, com organização e rapidez.

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Kenneth Anderson (e) e David Cook (d) em 1986, na primeira loja em Dallas/Texas/EUA

A revolucionária visão de Cook era bem diferente da das pequenas locadoras de vídeo que existiam na época. Ele imaginou uma “superloja” de filmes, com um acervo vasto e organizado, capaz de oferecer milhares de opções aos clientes. Enquanto a maioria das locadoras independentes contava com um acervo de algumas centenas de fitas, a primeira Blockbuster abriria suas portas com um inventário de aproximadamente 8.000 fitas VHS e 2.000 Betamax.

Para gerenciar um estoque tão grande e controlar as locações, a empresa desde cedo apostaria na tecnologia. Para tanto, utilizava um sistema informatizado sofisticado para a época, que acompanhava o inventário em tempo real (possibilitando rastrear cada fita individualmente) e agilizava o atendimento no balcão (controlando empréstimos e devoluções), reduzindo perdas e permitindo uma operação mais eficiente e profissional do que a dos concorrentes, que muitas vezes dependiam de processos manuais.

Além disso, o ambiente das lojas era todo pensado para famílias (em especial, sem pornografia), com ambientes bem iluminados, corredores amplos e decoração colorida, contrastando com as locadoras pequenas e improvisadas comuns naquele período.

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A ida à loja era um programa familiar

Apenas dois anos depois, em 1987, a Blockbuster já havia inaugurado dezenas de lojas e começava a chamar a atenção de investidores. Foi quando, neste mesmo ano, Wayne Huizenga, empresário do setor ambiental conhecido por construir grandes conglomerados, enxergaria o potencial de transformar o conceito em uma marca nacional (e posteriormente global), adquirindo a empresa.

Sob sua liderança, a Blockbuster cresceria de maneira assombrosamente agressiva, abrindo novas filiais a cada 24h, comprando redes regionais de locadoras e tornando-se um gigante. Isso faria com que, ao final dos anos 1980, a empresa já possuísse centenas de lojas nos Estados Unidos e começasse sua expansão internacional, chegando a países como Reino Unido (1989), Canadá (1990) e Brasil (1990).

No início da década de 1990, a Blockbuster já dominava o mercado, tendo se tornado “sinônimo” de locadora de vídeo, com seu logotipo azul e amarelo (no formato de um de ingresso de cinema rasgado) já sendo facilmente reconhecido pelo público.

Investindo pesadamente em publicidade, seu faturamento elevado lhe concedia um status que lhe possibilitava conseguir firmar contratos diretos com grandes estúdios de cinema, garantindo acesso rápido aos lançamentos em VHS.

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Lojas pelo mundo

Em 1994, a Blockbuster mudaria novamente de mãos, sendo adquirida pela gigante das comunicações Viacom, por cerca de 8,4 bilhões de dólares, em um movimento que visava integrar o negócio de locação de vídeos com os conteúdos de canais como a MTV e a Paramount Pictures, ambos de propriedade da Viacom, tornando este novo conglomerado líder indiscutível do entretenimento doméstico.

Durante a segunda metade da década de 1990, a Blockbuster alcançaria seu auge, período em que a frase “noite de Blockbuster” se tornaria sinônimo de um programa de fim de semana em família, onde o ritual de caminhar pelos corredores, escolher filmes e comprar pipoca era uma experiência em si. Em 1999, já havia mais de 9mil lojas espalhadas por todo o mundo, empregando mais de 80 mil pessoas,

Além das fitas VHS, a empresa se adaptaria também ao mercado de DVDs, que começariam a se popularizar a partir de 1997. As lojas passariam ainda a oferecer aluguel de jogos para consoles como Nintendo 64, PlayStation e Dreamcast, o que geraria uma disputa judicial com a Nintendo, que queria “barrar” a locação de games. Ponto pra Blockbuster no final, que venceria a contenda.

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Seções de Games e DVDs

No entanto, como a vida não é roteiro de filme de romance, o novo século traria desafios que a empresa não saberia enfrentar, quando a mesma tecnologia que permitiu seu surgimento começaria a sinalizar seu declínio.

Entra em cena a Netflix

A primeira grande mudança foi exatamente a transição do VHS para o DVD no final dos anos 90. Embora a Blockbuster tenha se adaptado a este novo formato, o surgimento, na mesma época, da internet banda larga e de novos modelos de distribuição de conteúdo, como o serviço de entrega de DVDs pelo correio da pequena startup Netflix, começariam a ameaçar o modelo tradicional de locação física.

Buscando se preparar para o futuro “online”, ela firmaria, em 2000, parceria com a empresa Enron para oferecer filmes sob demanda na Internet, projeto que fracassaria antes de sair do papel devido às dificuldades financeiras de ambas as partes.

E veja que ironia. No mesmo ano 2000, a então jovem Netflix, que já operava um serviço de aluguel de DVDs por correio, chegaria a oferecer uma parceria à Blockbuster, onde os fundadores da Netflix, Reed Hastings e Marc Randolph, propuseram que a Blockbuster comprasse a empresa por 50 milhões de dólares. No acordo, a Netflix cuidaria da operação online, enquanto a Blockbuster promoveria o serviço em suas lojas físicas.

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Um futuro que nunca ocorreria

A administração da Blockbuster da época rejeitou a oferta, pois viam a Netflix como um negócio de nicho e não acreditavam que o modelo de assinatura sem multas por atraso pudesse competir com seu lucrativo sistema. As “multas” por atraso, inclusive, representavam uma parte significativa da receita da Blockbuster e eram um pilar de seu modelo de negócios.

Essa decisão se provaria um dos maiores erros estratégicos da história corporativa. O serviço da Netflix, sem multas e com a conveniência da entrega em casa, cresceria exponencialmente, atraindo clientes frustrados com as regras punitivas da Blockbuster, ao mesmo tempo em que quiosques de aluguel de DVDs, como o Redbox, ofereciam uma alternativa ainda mais barata e rápida.

Talvez com enorme arrependimento de não ter adquirido a Netflix, a Blockbuster tentaria reagir anos depois, lançando em 2004 (tarde demais) seu próprio serviço de entregas, o Blockbuster Online, sem sucesso.

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Blockbuster online
Cena final

A ascensão da internet banda larga seria o golpe final. A Netflix, que já havia construído uma base de clientes leais, mudaria seu negócio para o serviço de streaming de vídeo em 2007, permitindo a todos assistir a filmes e séries instantaneamente pela internet, o que tornaria o conceito de ir a uma loja física para alugar um filme algo obsoleto para uma parcela cada vez maior da população. Curioso como a “modernidade” mais uma vez se associa com “manter as pessoas em casa”.

Enquanto isso, a Blockbuster ainda apostava em lojas físicas, ignorando as rápidas mudanças no comportamento dos consumidores. A empresa, sobrecarregada com os custos de suas milhares de lojas físicas e com uma marca agora associada a um modelo de negócios antiquado e punitivo, não conseguiria competir com a agilidade e o baixo custo operacional de seus concorrentes digitais. A crise financeira de 2008 agravaria sua situação, levando a empresa a fechar centenas de filiais ao redor do mundo.

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Fechamento das lojas: melancólico fim

Em 23 de setembro de 2010, com dívidas superiores a 900 milhões de dólares, a Blockbuster declarava falência nos Estados Unidos, encerrando uma era. A rede, agora com apenas 1700 lojas, seria adquirida em um leilão, ocorrido em 6 de abril de 2011, pela operadora Dish Network, que tentaria manter algumas lojas abertas e relançar o serviço online. Entretanto, o esforço não teria grande sucesso, com a o restante das lojas sendo gradualmente fechadas até 2014, quando a Dish anunciaria oficialmente o fim das operações corporativas da Blockbuster.

Hoje, resta apenas uma única loja da Blockbuster em todo o mundo, localizada em Bend, no estado do Oregon, nos Estados Unidos. Mantida de forma independente por uma franqueada, ela funciona não apenas como uma locadora, mas principalmente como uma atração turística, um museu vivo da era do videocassete e dos primeiros videogames domésticos, preservando a nostalgia de uma época em que a escolha de um filme era uma “experiência” que, comumente, envolvia toda família ou grupo de amigos.

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Última loja ainda aberta, em Bend/ Oregon/EUA


E você, lembra da época das locadoras de vídeo? Que tipo de filmes mais gostava de assistir?

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Vídeo(s):

*legendas disponíveis nos controles do Youtube, na opção “⚙ >> Legendas/CC >> Traduzir automaticamente”.

Comercial de 1990
Visitando uma loja em 1993
Mais em:



*As imagens utilizadas nesta postagem são meramente ilustrativas e foram obtidas da internet.


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