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Em 30 de agosto de 1963, a holandesa Philips apresentava no Berlin Radio Show a primeira fita cassete K7 compacta de áudio.

A fita cassete, Compact Cassette, fita” ou simplesmente “K7” como conhecemos aqui no Brasil, foi uma das inovações mais revolucionárias da indústria da música, sendo uma das primeiras tecnologias a nos permitir compartilhar músicas e gravações de forma muito mais simples e ampla.

Criada por Lodewijk Frederik Ottens (Lou Ottens), engenheiro chefe da divisão de áudio da empresa holandesa Philips, representou um estupendo avanço na portabilidade e acessibilidade da música gravada, até então fortemente baseada nos discos de vinil.

fita cassete K7 2
Philips EL-3300: o primeiro gravador K7

Construtivamente, a fita cassete é composta por dois pequenos carretéis, acomodados dentro uma caixa plástica, sobre os quais é enrolado um filme de poliéster, de 3,8mm de largura, com revestimento magnético (baseado em partículas de metais como Ferro ou Cromo) no qual o conteúdo de áudio é armazenado.

Sua gravação envolve um processo de magnetização dessas partículas metálicas depositadas na fita, o que se dá por meio de um conjunto de cabeças magnéticas existentes no dispositivo gravador.

Estas cabeças, ao serem percorridas por correntes elétricas, criam um campo variável que magnetiza as partículas existentes ao longo das trilhas da fita, seguindo as mesmas variações do sinal de áudio que serve como fonte.

fita cassete K7 3
Anúncio da época

As partículas magnetizadas passam a formar assim uma “representação magnética” do sinal de áudio original, que permanecerá na fita até que seja sobrescrita.

As fitas K7 chegavam para substituir, como uma alternativa mais compacta e de mais fácil uso, as pesadas bobinas de fita reel-to-reel (reel-tape) comumente utilizadas até então em gravações de áudio.

Inicialmente com uma qualidade adequada apenas para gravações de voz em canais tipo “mono”, evoluiu tecnicamente para sistemas estereofônicos de maior fidelidade nos anos 70, quando finalmente ultrapassaram em popularidade os antigos sistemas de gravação em fita de maior porte.

Em um formato que possibilitava às pessoas comuns gravar e reproduzir suas músicas de forma prática e facilmente transportável, a fita cassete rapidamente se tornou popular, abrindo caminho para uma nova era de consumo de música, permitindo que as pessoas ouvissem suas músicas favoritas em casa, no carro e em qualquer lugar.

E já naquela época, assim como também aconteceria com o MP3, as grandes gravadoras foram as primeiras a dizer que o fato das pessoas poderem gravar suas fitas de música em casa “acabaria com a música e com os artistas“.😁

fita cassete K7 4
Walkman Sony TPS-L2: o “bum” da fita cassete

Mas foi quando os tocadores de fita portáteis, como o famoso Walkman da Sony de 1979, entraram em cena, que o sucesso das fitas cassete da Philips explodiu.

O Walkman dava às pessoas de todas as idades a capacidade de ouvir suas músicas favoritas em qualquer local, enquanto se movimentavam em suas rotinas diárias, sem ter que esperar pelo toca-fitas do carro ou chegar em casa para usar se seu poderoso tape-deck HI-FI. E principalmente: em particular.

A fita cassete também teve um impacto significativo na indústria musical e como agente de mudança social, ao permitir que artistas emergentes, muitas vezes sem o apoio das grandes gravadoras, pudessem distribuir suas músicas de forma mais acessível.

Ao mesmo tempo, sua pequena dimensão, capaz de ser ocultada no bolso da camisa, fez com que conseguissem ultrapassar fronteiras até então intransponíveis, desafiando barreiras políticas impostas por regimes dominantes, numa época em que a Internet ainda não era de uso comum.

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Um computador típico dos anos 80 acompanhado de seu gravador K7

Também no universo dos computadores as fitas K7 marcaram forte presença, sendo um dos meios mais populares para armazenamento de aplicativos e jogos nos computadores de 8 bits nos anos 70 e 80, como os MSX, Commodore 64, Sinclair ZX Spectrum, Apple II, TRS-80 e até mesmo o primeiro IBM PC.

Não porque fossem o único meio de armazenamento existente naquela altura, visto que as unidades de disquetes já existiam, mas pelo seu baixíssimo custo, quando comparados aos ainda caríssimos “floppy drives”.

Um dos primeiros sistemas de gravação em K7 a ser adotado pelos “micreiros” seria o Kansas City Standard – KCS (posteriormente seguido do Computer Users Tape SystemCUTS), cujo projeto (baseado na concepção original de Donald E. Lancaster) havia sido patrocinado pela revista especializada Byte, sendo publicado na primeira edição da revista (p.22).

Mas com a evolução tecnológica e o barateamento dos custos de fabricação, as fitas K7 foram ultrapassadas em vendas pelos CDs nos anos 90, gradativamente caindo em desuso.

fita cassete K7 5
A dupla inseparável: uma conexão perdida no tempo e desconhecida na atualidade

Na virada da década, em 22 de outubro de 2010, era a vez da Sony anunciar oficialmente a morte do Walkman que, após mais de 200 milhões de unidades vendidas, deixava de ser fabricado. Curiosamente na véspera do aniversário do lançamento o Apple iPod, o que traz um forte simbolismo ao fato histórico. 😊

Embora substituída ao longo do tempo por formatos digitais como CDs, MP3 e streaming, a fita cassete deixou uma marca duradoura na cultura musical e tecnológica, sendo lembrada com carinho por sua influência na forma como a música passou a ser consumida e compartilhada, representando uma mudança histórica que tornou o ato de “ouvir música” verdadeiramente portátil e acessível para as massas.


E você, lembra qual foi o conteúdo da última fita K7 musical que você gravou?

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Vídeo(s):

*legendas disponíveis nos controles do Youtube, na opção “⚙ >> Legendas/CC >> Traduzir automaticamente”.

A história dos vários formatos de fitas magnéticas
100 modelos diferentes de fitas cassete
Carregando e jogando ROBOCOP em um ZX Spectrum (TK90X)
Desmontando um Walkman Sony TPS-L2
Mais em:



*As imagens utilizadas nesta postagem são meramente ilustrativas e foram obtidas da internet.


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