O Projeto GNU de 1983

Em 27 de setembro de 1983, o cientista da computação e ativista Richard Matthew Stallman anunciava o ambicioso projeto GNU, com o objetivo criar um sistema operacional “livre” e compatível com o sistema UNIX.

Numa época em que praticamente todos os softwares de computador eram “proprietários”, a proposta de Stallman era um tanto revolucionária, em cujo manifesto comentava:

Quando os usuários não controlam o programa, o programa controla os usuários. O desenvolvedor controla o programa e, por meio dele, controla os usuários. Esse programa não livre é “privativo” e, portanto, um instrumento de poder injusto.

[…]

Um programa é software livre se os usuários possuem as quatro liberdades essenciais:

-A liberdade de executar o programa como você desejar, para qualquer propósito (liberdade 0).

–A liberdade de estudar como o programa funciona, e adaptá-lo às suas necessidades (liberdade 1). Para tanto, acesso ao código-fonte é um pré-requisito.

A liberdade de redistribuir cópias de modo que você possa ajudar outros (liberdade 2).

A liberdade de distribuir cópias de suas versões modificadas a outros (liberdade 3). Desta forma, você pode dar a toda comunidade a chance de beneficiar de suas mudanças. Para tanto, acesso ao código-fonte é um pré-requisito.

O projeto GNU, cuja sigla é originada da frase “GNU is Not Unix”, propunha-se assim a trazer não só “um conjunto de softwares”, mas também a introduzir uma nova filosofia.

Como assim? programas de computador que podem ser livremente copiados e transferidos a terceiros? 

E eu posso ainda modificar os programas e criar novas funcionalidades?

São exatamente estes alguns dos conceitos por trás da proposta, que também se tornaria um importante marco na história dos softwares livres e de código aberto (open source), conceitos muitas vezes tomados de forma equivocada como sinônimos.

Os trabalhos no projeto GNU se iniciariam efetivamente no início do ano seguinte, em 5 de janeiro de 1984, quando Stallman deixaria seu emprego no Laboratório de Inteligência Artificial do MIT, a fim de que pudesse assegurar a propriedade e a livre distribuição dos softwares criados.

E para financiar seu projeto, em 1985, Stallman criou a Free Software Foundation, uma organização sem fins lucrativos que se dedica a promover o desenvolvimento de softwares livres e do sistema GNU em si.

Mas passados 10 anos, com uma grande parte dos aplicativos do “Sistema GNU” já prontos, como editores de texto, compiladores, bibliotecas de programação, dentre outras, faltava ainda um “pequeno” detalhe: o kernel do sistema operacional, ou seja, seu “centro nervoso”.

E é neste momento que surge Linus Torvalds com seu kernel Linux.

Nascia aí uma das maiores simbioses do mundo dos sistemas operacionais, criando a possibilidade de se ter computadores executando sistemas completos totalmente livres.

O registro do anúncio oficial de lançamento do projeto, publicado por Stallman em 1983, está disponível aqui neste endereço.

Nesta página você encontra diversos artigos detalhando os conceitos por trás do GNU.

E você, já usou algum software livre no seu dia a dia?

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Vídeo(s):

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Mais em:

• O sistema operacional Linux de 1991
• O aplicativo gzip de compressão de arquivos de 1992
• O último sistema MULTICS era desativado em 2000
• O sistema operacional UNIX de 1971
• O sistema Linux 1.0.0 de 1994
• Tux a mascote do sistema Linux de 1996

*As imagens utilizadas nesta postagem são meramente ilustrativas e foram obtidas da internet.

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