O computador SSEM Manchester Baby de 1948
Em 21 de junho de 1948, na universidade de Manchester do Reino Unido, entrava em operação o Small-Scale Experimental Machine (SSEM), que entraria para a história como o computador Manchester Baby, primeiro computador digital de programa armazenado da história.
Mas digamos que sua criação foi, na verdade, de trás-para-frente. 😊
Tudo começou quando o pesquisador Frederic Calland Williams (Freddie Williams) idealizou uma unidade de armazenamento de dados (uma memória) usando um tubo de raios catódicos (CRT), similar aos antigos tubos de TV.
Ele conseguiu implementar uma maneira de armazenar bits de dados “0” ou “1” na forma de “cargas elétricas” na tela do CRT, que poderiam ser gravados por meio de feixes de elétrons controlados.
Entretanto, esta carga não permanecia ali para sempre na camada de fósforo que recobria a superfície do tubo, se dissipando em poucos segundos. Precisava então ser continuamente lida e reescrita, para garantir que a informação não fosse perdida. A este processo foi dado o nome de “regeneração”, um princípio até hoje utilizado nas memórias RAM dos computadores.
Era a primeira memória RAM dinâmica, a DRAM!
Para comprovar que o conceito de sua ideia de memória seria eficaz e que poderia operar na mesma velocidade dos circuitos eletrônicos, Williams (juntamente com o matemático Tom Kilburn e o engenheiro Geoff Tootill) teve a ideia de construir um protótipo de computador, com a única intenção de testar sua memória: o Small-Scale Experimental Machine – SSEM, carinhosamente apelidado de “Baby” por eles.
Nele, tanto o “programa” a ser executado, quanto os “dados” a serem manipulados por este programa, ficavam armazenados na mesma memória, o que foi uma inovação.
Tratava-se do primeiro computador digital de programa armazenado da história, protótipo do que viria a ser o modelo “Manchester Mark 1” da mesma universidade. Este mesmo Mark 1 seria, por sua vez, o protótipo do “Ferranti Mark 1”, o primeiro computador digital de uso geral comercializado no mundo.
Reescrever programas agora era uma operação que exigia apenas um teclado conectado ao computador, diferentemente dos computadores anteriores que demandavam uma complexa e trabalhosa reconfiguração de circuitos e conexões eletrônicas, o que poderia levar dias!
O primeiro programa de testes no SSEM, que tinha apenas 17 instruções e o objetivo de fatorar o número 218, levou 52 minutos para ser escrito e executou 3,5 milhões de operações.
Relembrando o dia do bem sucedido experimento, Williams teria dito:
“Um programa foi penosamente inserido e o botão de start pressionado. Imediatamente, os pontos no display entraram em uma dança maluca. Nos primeiros testes, era uma ‘dança da morte’ que não levava a nenhum resultado útil, e o que era ainda pior, sem fornecer nenhuma pista do que tinha dado errado. Mas um dia ele parou, e lá, brilhando no lugar esperado, estava a resposta desejada. Foi um momento para lembrar. Isso foi em junho de 1948, e nada mais foi como antes.”
Uma réplica do Baby está exposta no “Science and Industry Museum” na cidade de Manchester, Inglaterra.
Para conhecer ou relembrar:
Tem curiosidade de saber como ele funcionava? Aqui neste endereço você encontra um emulador do Manchester Baby para rodar no seu PC.
E você, qual foi o computador mais antigo que já conheceu?
Clique aqui e deixe seu comentário no final desta postagem! Sua participação é muito importante pra nós!
Vídeo(s):
*legendas disponíveis nos controles do Youtube, na opção “⚙ >> Legendas/CC >> Traduzir automaticamente”.
Mais em:
- A patente da memória Tubo de Williams de 1946
- A patente da memória RAM dinâmica DRAM de 1968
- O computador FINAC de 1955
- O computador Ferranti Pegasus de 1956
- O computador Ferranti Atlas de 1962
*As imagens utilizadas nesta postagem são meramente ilustrativas e foram obtidas da internet.
Quer nos ajudar com doações de itens para o acervo do Museu Capixaba do Computador – MCC?
Entre em contato conosco por meio dos canais de comunicação identificados nos ícones abaixo, ou ainda por quaisquer uma das nossas redes sociais listadas no topo da página.
As doações também poderão ser entregues diretamente na sede do museu, neste endereço.
Para refrescar a memória e te ajudar a identificar alguns itens que buscamos, aqui você encontra nosso álbum de “Procura-se” .
Colabore você também com o primeiro museu capixaba dedicado à memória da tecnologia da informação!
Doe seus itens sem uso. Você ajuda a natureza e dá uma finalidade socialmente útil pra eles!
Somos um projeto sem fins lucrativos. Mas temos despesas. 😊
Se você curte nosso trabalho, gostaria de nos ajudar a pagar as contas?
Clique no botão “Doar” abaixo e faça uma contribuição voluntária, de qualquer valor!
Você ainda tem a opção de tornar esta ajuda permanente, com um valor mensal fixo, marcando a opção “Transformar em doação mensalmente“
Mas caso não possa colaborar com doações, você também nos ajuda muito clicando no anúncio abaixo: