O protocolo NAPLPS de 1983
Em fevereiro de 1983, Jim Fleming e William Frezza, por meio de uma série de artigos na revista BYTE, apresentavam ao mundo o protocolo NAPLPS.
Numa remota era pré-Internet, o North American Presentation Level Protocol Syntax (NAPLPS, ou “nap-lips”), era um método padronizado para codificação de informações gráficas, a fim de poderem ser transmitidas por meio de circuitos de dados de baixa velocidade e entre uma grande variedade de sistemas computacionais distintos.
Assim como o conhecido padrão American Standard Code for Information Interchange (ASCII) define uma representação binária (nos computadores) dos diversos caracteres alfabéticos, de pontuação e especiais, o NAPLPS descreve como os bytes de dados devem ser organizados para que possam ser decodificados no destino como uma imagem gráfica bidimensional, composta por objetos, formas, cores e estilos.
Estas instruções utilizam os 128 caracteres superiores do padrão ASCII, mapeando em cada um deles funções para criação/definição de linhas, retângulos, círculos, arcos, polígonos, curvas, bitmaps, fontes, macros, campos de dados, padrões de linha, padrões de preenchimento, cores, etc.
Desta forma, em vez de se transmitir, por exemplo, todos os pontos necessários para se representar uma linha na tela, envia-se apenas o “comando” de criação dessa linha, informando como parâmetros apenas suas coordenadas de início e fim.
Pela associação destas formas elementares disponíveis, era possível criar virtualmente qualquer imagem complexa de forma supercompacta, transmitindo-se para isso um volume de dados da ordem de apenas 5KB, facilmente transferíveis nas antigas conexões de 1.200bps ou 2.400bps de velocidade.
Considerando esta baixa capacidade de transmissão dos acessos de dados da época, o NAPLPS também contempla métodos para minimizar a quantidade de informações que devem ser enviadas pelas linhas de comunicação, como, por exemplo, a possibilidade de redesenhar parcialmente um conteúdo já apresentado, aumentando a velocidade percebida pelo usuário.
Uma imagem NAPLPS é especificada de maneira “universal” e independente da resolução e das capacidades de cor do equipamento receptor, que se encarrega de sua adequação para exibição conforme os recursos disponíveis localmente.
O protocolo também oferece funcionalidades para interação do usuário remoto com as imagens geradas.
Previa ainda técnicas que permitiam que extensões futuras fossem adicionadas ao NAPLPS, sem afetar as funcionalidades existentes.
Foi desenvolvido a partir do sistema de teletexto/videotexto “Telidon” criado pelo governo canadense e lançado em 15 de agosto de 1978.
O sistema suportava comunicação tanto unidirecional (para envio às TVs), quando bidirecional (usando modems), sendo capaz de exibir imagens gráficas reais, diferentemente dos sistemas europeus que formavam gráficos a partir da junção de caracteres de texto.
O Telidon exigia, contudo, um terminal receptor com alguma “inteligência”, pois dependia de um processamento local para decodificação dos comandos e geração dos objetos e atributos das respectivas imagens.
Foi quando a gigante norte-americana das telecomunicações AT&T se juntou ao projeto, acrescentando algumas novas funcionalidades e, principalmente, promovendo sua padronização junto ao American National Standards Institute (ANSI), entidade governamental norte-americana voltada à produção de padrões normativos.
Destes esforços, originaram-se os padrões CSA T500 (canadense) e ANSI X3.110 (estadunidense), mais popularmente conhecidos como NAPLPS.
O NAPLPS foi amplamente utilizado por diversas empresas e BBSs em todo o mundo até o início da década de 90, dada sua vantagem indiscutível na operação em sistemas de comunicação de baixa velocidade.
Contudo, com a evolução das velocidades dos modems, da posterior introdução da banda larga, somados ainda aos algoritmos avançados de compressão de imagens como o GIF e JPEG e a introdução da Internet comercial, o NAPLPS foi gradativamente caindo em desuso.
E você, chegou a utilizar serviços de videotexto/teletexto aqui no Brasil?
Clique aqui e deixe seu comentário no final desta postagem! Sua participação é muito importante pra nós!
Vídeo(s):
*legendas disponíveis nos controles do Youtube, na opção “⚙ >> Legendas/CC >> Traduzir automaticamente”.
Mais em:
- O CompuServe Information Service de 1979
- Os comandos AT para modems de 1983
- O modem USRobotics Courier HST 9.600bps de 1987
- O padrão V.90 para modems de 1998
- O padrão V.92 para modems de 2001
- O Computerized Bulletin Board System CBBS de 1978
*As imagens utilizadas nesta postagem são meramente ilustrativas e foram obtidas da internet.
Quer nos ajudar com doações de itens para o acervo do Museu Capixaba do Computador – MCC?
Entre em contato conosco por meio dos canais de comunicação identificados nos ícones abaixo, ou ainda por quaisquer uma das nossas redes sociais listadas no topo da página.
As doações também poderão ser entregues diretamente na sede do museu, neste endereço.
Para refrescar a memória e te ajudar a identificar alguns itens que buscamos, aqui você encontra nosso álbum de “Procura-se” .
Colabore você também com o primeiro museu capixaba dedicado à memória da tecnologia da informação!
Doe seus itens sem uso. Você ajuda a natureza e dá uma finalidade socialmente útil pra eles!
Somos um projeto sem fins lucrativos. Mas temos despesas. 😊
Se você curte nosso trabalho, gostaria de nos ajudar a pagar as contas?
Clique no botão “Doar” abaixo e faça uma contribuição voluntária, de qualquer valor!
Você ainda tem a opção de tornar esta ajuda permanente, com um valor mensal fixo, marcando a opção “Transformar em doação mensalmente“
Mas caso não possa colaborar com doações, você também nos ajuda muito clicando no anúncio abaixo: