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Em 18 de agosto de 1985, a Microsoft lançava sua nova ferramenta de programação em linguagem BASIC, o Microsoft QuickBASIC, agora muito mais rápida com um compilador integrado.

Criado o objetivo de oferecer uma ferramenta de programação mais moderna e eficiente do que as versões anteriores da linguagem BASIC (que já existiam há anos), o Microsoft QuickBASIC teve como grande sacada unir a simplicidade da linguagem BASIC (Beginner’s All-purpose Symbolic Instruction Code), que todos já conheciam, com recursos de programação mais avançados, algo que faltava no mercado da época, atendendo aos anseios tanto dos programadores amadores quanto dos mais experientes.

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Versão QuickBASIC 1.0: ainda sem uma interface integrada de desenvolvimento

A família de interpretadores BASIC da Microsoft já vinha de longa data. Iniciada com o Altair BASIC em 1975, dominaria os computadores pessoais com BASIC integrado dos anos 70 e início dos 80, além de versões de 16bits para computadores tipo PC com processadores x86 compatíveis, o BASIC-86.

Antes do Microsoft QuickBASIC, o padrão para a maioria dos computadores domésticos e pessoais era usar o BASIC “interpretado” integrado na memória ROM, ou ainda a versão de disco GW-BASIC, também da própria Microsoft. O problema com os interpretadores é que eles liam, traduziam e executavam o código linha por linha, o que tornava a execução de programas relativamente lenta.

A grande inovação do Microsoft QuickBASIC foi a introdução do compilador, que em vez de apenas interpretar o código, traduzia-o para linguagem de máquina em um arquivo executável, que o sistema operacional conseguia rodar diretamente. Como resultado, os programas ficavam muito mais rápidos e com desempenho até 10 vezes superior.

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Pacote de distribuição do software

Outra grande diferença do Microsoft QuickBASIC para seus antecessores, a partir da versão 2.0, era sua interface. Enquanto o GW-BASIC usava um ambiente de linha de comando, o novo compilador trazia um IDE (Integrated Development Environment – Ambiente de Desenvolvimento Integrado) completo, com janelas, menus e atalhos de teclado.

A partir do pontapé inicial com a versão 1.0, distribuído em um único disquete de 5 ¼” de 360 KB de capacidade, o Microsoft QuickBASIC evoluiria bastante nos anos seguintes.

A versão Microsoft QuickBASIC 2.0, de 15 de agosto de 1986, passaria a conter um IDE, possibilitando que os usuários programassem diretamente em seu editor de texto embutido, onde a numeração de linhas, até então uma “regra” em programação BASIC, passava a ser opcional, dando maior liberdade ao programador. Esta versão também ganharia suporte a matrizes dinâmicas de até 64KB de tamanho, nova estrutura de controle IF..THEN..ELSE..ENDIF, comandos BLOAD/BSAVE, além de suporte para placas gráficas EGA coloridas.

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A interface de programação (IDE) da versão 4.5

Em 13 de abril de 1987 era a vez do Microsoft QuickBASIC 3.0 desembarcar, trazendo inovações como estruturas SELECT CASE, DO LOOP, CONST e melhorias no editor integrado. A nova versão também ganharia um interpretador integrado, que permitia a depuração (debug) simples de programas (ajudando aos programadores encontrar e corrigir erros mais facilmente), além de suporte à coprocessadores matemáticos tipo Intel 8087.

A nova versão Microsoft QuickBASIC 4.0, lançada em 10 de outubro de 1987, adicionaria um depurador integrado mais robusto, tecnologia p-code (que verificava erros durante a digitação do código), funções recursivas, definição de tipos de variáveis com o comando TYPE…END TYPE, matrizes dinâmicas maiores de 64KB e chamadas de funções externas escritas em outras linguagens.

Seria essa versão a realmente popularizar o QuickBASIC, transformando-o em uma ferramenta de referência para muitos desenvolvedores e que se tornaria a preferida de muitos programadores.

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Anúncio da época

Infelizmente, havia algumas diferenças sutis entre o interpretador e o compilador, o que significava que programas grandes, que rodavam corretamente no interpretador, podiam falhar após a compilação ou simplesmente não compilar, devido a diferenças nas rotinas de gerenciamento de memória.

A última versão “standalone”, o Microsoft QuickBASIC 4.5, seria lançada em 21 de outubro 1988. Ela trazia um recurso de ajuda (help) online que continha todo o manual de referência da linguagem, incluindo vários exemplos, que podiam ser copiados e colados diretamente nos programas.

Após esta versão, o desenvolvimento do Microsoft QuickBASIC continuaria sob o nome Microsoft BASIC Professional Development System (PDS), com foco em ambientes profissionais e com recursos avançados. Ele teria a versão MS BASIC 7.0 lançada em setembro de 1989 e a MS BASIC 7.1 em outubro de 1990.

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O Visual Basic for DOS

Mas apesar do Microsoft QuickBASIC não ter sido mais desenvolvido, a Microsoft lançaria ainda, em setembro de 1992, o Visual Basic para MS-DOS (Visual Basic 1.0 for DOS), considerada por muitos a derradeira versão de despedida do QuickBASIC na linha oficial de produtos.

QBASIC

O sucesso do Microsoft QuickBASIC foi tão grande que a Microsoft o utilizaria como base para o interpretador QBASIC, que passaria a vir incluído gratuitamente no Sistema Operacional MS-DOS a partir de sua versão 5.0.

Ele era, essencialmente, uma versão mais simples e reduzida do QuickBASIC 4.5 e não possuía um compilador, o que significava que ele só podia interpretar o código, ainda com limitações de tamanho e sem suporte a módulos separados. Mesmo assim, serviu como uma ótima porta de entrada para a programação para uma geração inteira de usuários de PC, que puderam aprender os fundamentos da lógica de programação e do desenvolvimento de softwares.

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A versão QBASIC, distribuída com o sistema MS-DOS 5.0 e posteriores.
No Mac também?

Dado que a Apple era uma parceira de longa data da Microsoft, o sistema Macintosh também não ficaria de fora da festa. Para ele, a Microsoft lançaria QuickBASIC 1.00 para Mac em 1988, compatível com System 6 e requerendo pelo menos 1 MB de RAM. Essa versão continuaria a funcionar em System 7, desde que o modo de endereçamento de 32 bits fosse desativado. A versão para Mac foi oficialmente descontinuada em 1995.

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O QuickBASIC para Apple Macintosh

Apesar de seu sucesso, a jornada do QuickBASIC começaria a chegar ao fim no início da década de 1990. Com a ascensão do Windows e das interfaces gráficas, o QuickBASIC, que era predominantemente uma ferramenta para o MS-DOS, foi perdendo espaço e interesse dos programadores a partir da versão 4.5.

Muito também em função da Microsoft já vir direcionando seus esforços para o novo Visual Basic, lançado em 1991, que combinava a facilidade de uso do BASIC com recursos de programação orientada a eventos, para o então popular ambiente gráfico Microsoft Windows.

Embora descontinuado oficialmente, o “espírito” do Microsoft QuickBASIC viveu muitos anos após seu fim comercial, especialmente “encarnado” como QBASIC, presente no Windows até a versão Windows ME. A partir dela, surgiriam versões livres como FreeBASIC e QB64, que buscam manter compatibilidade com antigos códigos QuickBASIC, ao mesmo tempo que oferecem novas ferramentas para gráficos, som e rede, mantendo viva a tradição desse clássico da era MS-DOS.

Para conhecer ou relembrar:

Quer experimentar o QuickBASIC no seu computador? Baixe aqui neste endereço versões antigas dele, ou execute uma versão virtual diretamente neste site.


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