O computador Standards Western Automatic Computer SWAC de 1950

Em 17 de agosto de 1950, o National Bureau of Standards apresentava o seu novo computador Standards Western Automatic Computer SWAC.
Concebido em um momento em que o país ainda explorava as possibilidades do processamento eletrônico de dados e buscava avanços científicos e tecnológicos para além do uso militar (muito embora ainda sob o contexto da Guerra Fria), o computador Standards Western Automatic Computer, mais conhecido pela sigla SWAC, visava atender à crescente demanda por computação científica, especialmente para cálculos complexos em áreas como física, matemática, química, meteorologia e engenharia.
Teve seu projeto aprovado em 19 de outubro de 1948, como resultado de um esforço conjunto entre o National Bureau of Standards (NBS) dos EUA, hoje conhecido como National Institute of Standards and Technology (NIST), e a Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA).

Criado para uso provisório, enquanto esperavam impacientemente por um sucessor comercial do ENIAC, como o RAYDAC da Raytheon Manufacturing Company, tinha como objetivo principal ser um computador de uso geral que servisse às necessidades de pesquisadores científicos de instituições que não tinham acesso a equipamentos de grande porte.
A equipe que trabalhou no projeto do SWAC foi liderada por Harry Douglas Huskey, um físico e matemático renomado que havia participado de outros projetos importantes, como o EDVAC e o ENIAC, e trabalhado com Alan Turing no ACE (Automatic Computing Engine) do Reino Unido.
Construído a partir de 2300 válvulas eletrônicas (tubos a vácuo), o que era considerado até certo ponto “modesto” para a época, era capaz de realizar somas de números de ponto fixo em aproximadamente 64µs (microssegundos) e multiplicações em “apenas” 384µs, velocidade que faria dele o computador mais rápido do mundo quando de sua conclusão.

Sua memória principal, constituída a partir de 37 Tubos de Williams, tinha a capacidade de guardar 256 palavras de 37 bits cada (sendo 1 de sinal), além de dispor de uma memória secundária de tambor magnético com 8192 palavras, que lhe proporcionava maior capacidade de armazenamento.
O impacto do SWAC foi significativo. Após entrar em operação, foi utilizado para resolver um problema complexo na área de teoria dos números, ajudando o matemático Raphael Mitchel Robinson a encontrar cinco novos números primos de Mersenne em 30 de janeiro de 1952. Esse feito recebeu destaque internacional, demonstrando a capacidade das máquinas eletrônicas em superar barreiras até então consideradas intratáveis na matemática pura.
Além disso, o Standards Western Automatic Computer foi também utilizado em pesquisas pioneiras em química, ajudando a cientista britânica Dorothy Mary Crowfoot Hodgkin a desenvolver a técnica de cristalografia de raios X e alcançar o Nobel de Química de 1964.

O SWAC não chegou a ser produzido comercialmente nem teve sucessores diretos, mas sua importância histórica reside no fato de ter sido uma das primeiras máquinas a mostrar o potencial da computação para além do uso militar e empresarial, tornando-se um dos símbolos da transição da computação experimental para a computação aplicada nas ciências exatas e naturais.
O Standards Western Automatic Computer permaneceria em operação no campus da UCLA até o dia 19 de dezembro de 1967, quando seria formalmente descontinuado, encerrando um ciclo de quase 17 anos de serviço, período excepcionalmente longo para um computador “de válvulas”. Durante esse tempo, contribuiu para centenas de pesquisas científicas e foi um exemplo importante da aplicação da computação em benefício da comunidade acadêmica e científica civil.
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