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No dia 8 de fevereiro de 2005, o Google apresentava ao mundo o Google Maps, uma ferramenta que redefiniria a forma como as pessoas exploram e navegam pelo planeta.

A necessidade de nos localizarmos, seja em nossa cidade, em outros continentes, pelos ares ou mares, é algo que nos acompanha há séculos.

Para tanto, a humanidade produziu e catalogou mapas desde os tempos mais antigos, gerando uma gigantesca variedade de documentos (que ocupavam enormes espaços), cujo conteúdo, muitas vezes, acabava por ficar restrito a governantes e alguns poucos eleitos.

Mas com o crescimento das cidades (e do mundo), impulsionado pelo desenvolvimento científico, econômico e pelo aumento populacional, termos a mão mapas para a realização de tarefas cotidianas, ou mesmo para fins educacionais, começou a se tornar uma necessidade para os cidadãos comuns.

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Guias rodoviários: por décadas, referências para motoristas

Surgiriam assim diversos tipos de mapas “portáteis”, como os saudosos Atlas Escolares, destacando-se especialmente os lendários ”Guias Rodoviários”, como o famoso Guia Quatro Rodas (Brasil), Rand McNally Road Atlas (Estados Unidos), Michelin Road Atlas (Europa), dentre muitos outros pelo mundo.

Através dos seus ricos mapas, que continham informações detalhadas sobre estradas, cidades, pontos turísticos, serviços mecânicos, restaurantes, bares, etc, qualquer pessoa era capaz de se localizar e se deslocar à longas distâncias, onde quer que fosse seu destino.

Sua atualização, entretanto, era um processo demorado e custoso que consumia anos de trabalho, o que por muitas vezes, face à velocidade com que o mundo vinha mudando, fazia com que acabasse chegando às pessoas já desatualizado.

GPS

Mas com o início da implantação do Sistema de Posicionamento Global (GPS) em 1978, contudo, este cenário daria os primeiros passos para uma enorme mudança.

Através do GPS, equipamentos receptores especiais podiam agora identificar sua localização em qualquer ponto do globo terrestre, monitorando os sinais recebidos de um conjunto de satélites colocados em órbita especialmente para esta missão.

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Magellan NAV 1000 de 1988: Primeiro receptor GPS portátil comercial da história

Originalmente destinado ao uso essencialmente militar (pelo governo dos EUA), o sistema GPS teve o uso civil gradativamente liberado ao longo dos anos, iniciado por uma determinação do ex-presidente Ronald Reagan após um incidente aéreo em 1983, com seus sinais passando a estar disponíveis a quaisquer cidadãos.

Isto faria surgir, nas décadas seguintes, equipamentos portáteis que podiam ser adquiridos por qualquer pessoa, capazes de mostrar ao usuário “onde” ele estava sobre a superfície do Planeta Terra, exibindo inicialmente as coordenadas geográficas (latitude e longitude) que identificavam sua posição.

Com a evolução tecnológica, especialmente com o advento dos computadores portáteis com tela de toque (os populares tablets), não tardaria surgirem modelos destes equipamentos que dispusessem de um receptor GPS integrado, o que passou a permitir a criação de softwares que exibiam mapas bi ou tridimensionais detalhados, contendo informações de estradas e pontos de interesse de qualquer natureza.

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Aparelhos GPS com telas de toque foram um grande sucesso nos anos 2000

Além disso, estes “dispositivos inteligentes” agora eram também capazes de traçar rotas e escolhe melhores trajetos, a partir da identificação dos pontos de origem e destino imputadas pelo usuário. Com este mesmo recurso, podíamos adicionalmente evitar estradas de terra, pedágios, pontes, áreas de risco e uma infinidade de outras opções. Uma revolução e tanto. 🗺️🛰️📡

Os mapas on-line

Mas outra revolução estaria por chegar… a Internet!

Com a popularização da grande rede de computadores, especialmente após a invenção da World Wide Web na virada da década de 90, a ideia de se criar um mapa online interativo das cidades do mundo começaria a se tornar realidade.

Caberia à empresa alemã ART+COM, patrocinada pela também germânica Deutsche Telekom, a criação da primeira experiência neste sentido, o revolucionário sistema TerraVision, apresentado ao mundo em 1994.

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Demonstração do TerraVision em 1994

Esta incrível ferramenta permitiu aos usuários navegar pelo globo terrestre de forma contínua e detalhada, consultando para isso, em tempo real, vastos repositórios de dados, como imagens de satélite, fotografias aéreas, dados de altitude e informações arquitetônicas, distribuídos em rede pelo mundo, algo inédito até então.

Através de uma interface intuitiva, era possível explorar desde visões gerais do planeta até objetos específicos como ruas, edifícios, monumentos, etc. Além disso, a ferramenta integrava diversos tipos de informações históricas, permitindo uma navegação não só “espacial”, mas também “temporal”. Uma espécie de máquina do tempo virtual. 😊

Mas assim como muitas das invenções incríveis da humanidade, este revolucionário sistema acabaria por ser guardado na prateleira das “coisas legais pra caramba, mas que não sabemos o que fazer com ela”, levando a invenção à um certo ostracismo.

Mas “alguém”, que não era bobo nem nada, ficaria de “butuca” na ideia da ART+COM ….

O Google

Passados alguns anos, a empresa californiana Keyhole Inc, fundada em 1999, desenvolveria um novo software, o Keyhole EarthViewer, com funcionalidades praticamente idênticas às do ART+COM Terra Vision, com sua primeira versão tendo sido lançada em 10 de junho 2001.

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O Keyhole EarthViewer

Após uma primeira fase de modesto sucesso em seu software, a Keyhole Inc experimentaria um “bum” de popularidade em 2003, durante a Guerra do Iraque, quando o Keyhole EarthViewer cairia nas graças de diversas emissoras de TV norte-americanas, que o utilizariam amplamente para ilustrar os desenrolar da guerra.

Esta popularidade despertaria o interesse do Google, que observava naquela altura que a procura por mapas e informações geográficas já representavam mais de ¼ das pesquisas realizadas em seu buscador web.

Como seria esperado, o Google acabaria por adquirir a Keyhole Inc em 27 de outubro de 2004, lançando no ano seguinte, em 28 de junho de 2005, a primeira versão do software sob sua gestão, rebatizado agora como Google Earth.

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Google Earth: primeira versão

Apostando no interesse público deste tipo de conteúdo, no mesmo período, o Google realizaria outras aquisições de empresas do setor, como da australiana Where 2 Technologies, fundada pelos irmãos Lars Eilstrup Rasmussen e Jens Eilstrup Rasmussen em 2003, e a ZipDash, especializada em análise de dados de tráfego.

Da junção destes elementos surgiria, em 8 de fevereiro de 2005, a revolucionária ferramenta Google Maps, que embora não trouxesse propriamente uma ideia “nova”, foi capaz de transformar o conceito em um produto inovador e fácil de usar, redefinindo a maneira como nos deslocamos e interagimos com o mundo ao nosso redor.

Com uma interface intuitiva, abrangência global e a constante atualização dos dados geográficos, o serviço, lançado inicialmente como um sistema para a para a web, colocava, ao alcance de todos, mapas interativos que podiam ser ampliados, reduzidos e movidos, algo inovador para a época. Pouco depois, o Google integraria à ferramenta o recurso de apresentação de imagens de satélite, o que impressionaria ainda mais seus usuários.

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Página do Google Maps em 2005

Sucesso instantâneo, embora em seu lançamento oferecesse apenas a visualização de mapas básicos e rotas, tornar-se-ia rapidamente um recurso indispensável para viajantes, motoristas e curiosos, em especial por sua capacidade de cálculo de trajetos com base nos endereços de origem e destino, marcando o início de uma nova era na navegação digital. Além disso, o Google Maps oferecia uma função de pesquisa que permitia encontrar pontos de interesse, como restaurantes, hotéis e lojas, facilitando ainda mais a vida dos usuários.

O Google Maps também desempenharia um papel crucial na revolução dos smartphones, que ainda não tinham sido inventados. 😊

Com o lançamento do Apple iPhone em 2007 e do sistema operacional Google Android em 2008, o aplicativo se adaptaria rapidamente, passando a ser um recurso de navegação padrão nos dispositivos móveis, cuja mobilidade e o acesso a informações em tempo real, como rotas, condições de tráfego e transporte público, fariam dele uma ferramenta indispensável na vida cotidiana.

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Google Maps no iPhone e Android: explosão de popularidade

Outro marco importante foi a introdução do Street View em 25 de maio de 2007, funcionalidade permitiu que os usuários explorassem ruas e cidades de todo o mundo por meio de imagens panorâmicas em 360 graus coletadas por veículos equipados com câmeras especiais.

Nos anos que se seguiram, o Google Maps se tornaria mais do que uma simples ferramenta de navegação, passando a incorporar dados de pontos de interesse, como restaurantes, hotéis, parques e atrações turísticas, além de integrar avaliações de usuários, fazendo do aplicativo não apenas um mapa, mas também um guia completo para explorar o mundo.

Com isso, se tornaria referência no mercado de navegação, superando concorrentes como MapQuest e Yahoo! Maps. Empresas de diversos setores passariam a integrar o Google Maps em seus serviços, utilizando a API fornecida pela Google para oferecer soluções personalizadas de navegação e localização.

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Empresas com Uber e Lyft utilizam as funcionalidades do Google Maps

Passaria também a ser amplamente utilizado por empresas de logística, por serviços de transporte como Uber e Lyft, e até mesmo por governos para planejamento urbano.

Mas além de uma imprescindível ferramenta de auxílio à navegação, o Google Maps também viraria uma ferramenta essencial para empresas e negócios, fornecendo diversas funcionalidades, como a criação de perfis comerciais e a análise de dados sobre os clientes, sua movimentação, hábitos, etc.

O Google Maps expandiria sua cobertura para praticamente todos os países do mundo, tornando-se uma ferramenta global de navegação, adaptada a diferentes idiomas e culturas. Para tanto, Google colaboraria com governos e organizações locais para obter dados precisos e atualizados, garantindo que os usuários tivessem acesso às informações mais recentes.

Controvérsias

Apesar do retumbante sucesso, o Google Maps não deixaria de enfrentar desafios e controvérsias ao longo dos anos. Questões relacionadas à privacidade, especialmente com o recurso Street View, levantaram preocupações entre os usuários e órgãos reguladores em diversos países. Em resposta, a Google implementou medidas de proteção à privacidade, como o desfoque de rostos e placas de veículos, para mitigar esses problemas.

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O Google StreetView

Fato é que o sistema do Google nos vigia através de nossos dispositivos móveis, registrando todos nossos movimentos e hábitos. De que forma esta informação é usada, pouco nos é informado pela plataforma.

Seria alvo também, em fevereiro de 2014, de um processo judicial movido pela empresa alemã ART+COM, criadora do TerraVision, que entendeu que o Google teria utilizado sua tecnologia no Google Earth e no Google Maps sem o devido pagamento de royalties. Esta história é retratada na minissérie da Netflix “The Billion Dollar Code” (Batalha Bilionária: O Caso Google Earth).

Hoje, o Google Maps continua a evoluir, incorporando recursos como inteligência artificial para sugerir rotas otimizadas, realidade aumentada para navegação a pé e até mesmo estimativas de sustentabilidade para quem deseja reduzir suas emissões de carbono. Mais do que um simples serviço de mapas, ele se tornou uma plataforma indispensável para conectar pessoas e lugares.

Olhando para trás, o Google Maps não só revolucionou a maneira como nos deslocamos, mas também produziu um impacto cultural que mudaria a forma como interagimos com o mundo ao nosso redor.


E você, lembra quando usou o Google Maps pela primeira vez? Como foi a experiência?

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Vídeo(s):

*legendas disponíveis nos controles do Youtube, na opção “⚙ >> Legendas/CC >> Traduzir automaticamente”.

Aprendendo a usar o Google Maps
Navegando com o Google Maps
A ascensão do Google Maps
Vídeo de lançamento do StreetView
Mais em:



*As imagens utilizadas nesta postagem são meramente ilustrativas e foram obtidas da internet.


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