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Em 19 de setembro de 1994, a empresa alemã ART+COM e a Deutsche Telekom apresentavam ao mundo o TerraVision, primeiro sistema online de visualização tridimensional da Terra.

Concebido pela empresa germânica ART+COM, um coletivo de artistas e hackers de computador (Chaos Computer Club) formado por Joachim Sauter, Pavel Mayer, Axel Schmidt, Gerd Grueneis, Dirk Luesebrink, Hendrik Tramberend e Steffen Meschkat, o TerraVision foi pioneiro em oferecer uma representação virtual do Planeta Terra, construindo suas imagens a partir da associação de um enorme conjunto de dados.

sistema TerraVision 2
As múltiplas possibilidades do TerraVision

Esta incrível ferramenta permitiu aos usuários navegar pelo globo de forma contínua e detalhada, consultando para isso, em tempo real, vastos repositórios de dados, como imagens de satélite, fotografias aéreas, dados de altitude e informações arquitetônicas, distribuídos em rede pelo mundo, algo inédito até então.

Através de uma interface intuitiva, era possível explorar desde visões gerais do planeta até objetos específicos como ruas, edifícios, monumentos, etc. Além disso, a ferramenta integrava diversos tipos de informações históricas, permitindo uma navegação não só “espacial”, mas também “temporal”. Uma espécie de máquina do tempo virtual. 😊

Iniciado como um projeto artístico em 1993, o TerraVision rapidamente se destacaria como uma ferramenta tecnológica avançada, dada sua capacidade de representar virtualmente a Terra de maneira detalhada e interativa, passando a contar com o apoio da empresa alemã de telecomunicações Deutsche Telekom na realização da versão final do projeto.

sistema TerraVision 3
O espaço criado para a demonstração no evento da UIT de 1994

Sua apresentação pública se daria no dia de hoje, durante a Conferência da União Internacional de Telecomunicações do ano de 1994, realizada na cidade japonesa de Kyoto, onde impressionaria os participantes com suas possibilidades.

Utilizando estações Onyx e monitores de alta resolução da empresa Silicon Graphics (RealityEngine), o sistema permitia que os usuários “navegassem” pela Terra usando uma grande esfera de referência (um trackball gigante), um mouse 3D para “voar” ao redor do globo e uma tela sensível ao toque para interagir com objetos virtuais.

O Google Earth

Nesta altura você já deve ter se perguntado:

Uai, mas não temos hoje uma ferramenta que faz exatamente isso tudo que o TerraVision fazia? O que aconteceu com o sistema alemão?

Isso nos remete a uma outra história. A “criação” do Google Earth em 2001, sete anos depois do TerraVision.

A história que se conta é que o Google teria se apropriado indevidamente da tecnologia desenvolvida para o TerraVision, infringindo as patentes da empresa. Pratica da qual o Google foi inúmeras vezes acusado ao longo de sua história, tendo sido reiteradamente processado por roubar marcas registradas, direitos autorais, patentes, segredos comerciais, listas de contato e informações privadas.

Após tentar fechar um acordo com o Google sem sucesso, e insatisfeita com o fato de não ter seus direitos respeitados, a ART+COM entraria, em fevereiro de 2014, com uma ação judicial contra a empresa americana.

Contudo, depois de dois anos de disputas, em maio de 2016, o júri (americano) do Tribunal Distrital dos Estados Unidos para o Distrito de Delaware daria ganho de causa ao Google (americano), entendendo que o Google teria baseado o sistema Google Earth em um suposto sistema de visualização geográfica chamado “SRI TerraVision“, criado pelo Stanford Research Institute (americano). Pois é… Até o nome é o mesmo…

sistema TerraVision 4
Comparativo entre as imagens produzidas pelo TerraVision (1995) e Google Earth (2014)

Outra linha da defesa do Google foi a alegação de ter adquirido a tecnologia de uma empresa de nome Keyhole, um sistema denominado “Earth Viewer”. A questão é que esta empresa havia sido fundada por Michael T. Jones, ex-diretor de desenvolvimento da Silicon Graphics, que em 1995 havia instalado e testado nos computadores no centro de demonstração da empresa o sistema TerraVision da ART+COM.

Liguem os pontinhos…

Anos depois, “do nada”, a Keyhole “inventaria” o “Earth Viewer” e o venderia para o Google. Uma história, no mínimo, curiosa. 😊

Toda esta história é contada na minissérie “ficcional” da Netflix “The Billion Dollar Code” (Batalha Bilionária: O Caso Google Earth).

Embora com um final longe do “feliz” para a ART+COM, a visão inovadora do TerraVision não só abriu caminho para novas formas de interação com dados geoespaciais, como também destacou a importância da colaboração entre arte e tecnologia na criação de soluções revolucionárias.

A contribuição coletiva desses profissionais resultou em um sistema que, além de revolucionar a visualização da Terra, abriu também caminho para futuras inovações no campo da cartografia digital.


E você, qual sua opinião acerca das enormes semelhanças entre o TerraVision e o Google Earth?

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Vídeo(s):

*legendas disponíveis nos controles do Youtube, na opção “⚙ >> Legendas/CC >> Traduzir automaticamente”.

Demonstração original do TerraVision
Trailer da minissérie “The Billion Dollar Code”
Mais em:



*As imagens utilizadas nesta postagem são meramente ilustrativas e foram obtidas da internet.


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