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Em 11 de setembro de 1940, durante uma reunião da American Mathematical Society, George Stibitz realizava a demonstração pública do primeiro sistema de computação remota, um dos marcos mais importantes da história da computação.

Quando falamos sobre as origens da computação moderna, o que normalmente nos vem à mente são computadores poderosos capazes de executar quantidades absurdas de cálculos e, mais recentemente, da tal “Inteligência Artificial”.

Mas talvez uma das conquistas mais relevantes da história dos computadores tenha sido a capacidade de acessá-los remotamente, disponibilizando a todos a possibilidade de compartilhar seus recursos.

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O “model K”, protótipo criado na cozinha de Stibitz em 1936 para demonstrar a viabilidade da utilização de relés em operações matemáticas

Em 8 de janeiro de 1940, o matemático e engenheiro George Robert Stibitz (pesquisador da Bell Telephone Laboratories) havia concluído (juntamente com o engenheiro Samuel Williams) a construção do Complex Number Calculator – CNC (Calculadora de Números Complexos), um computador eletromecânico dedicado baseado em relés (os mesmos usados pela Bell em seu sistema telefônico), desenvolvido para lidar com operações envolvendo números complexos, fundamentais em diversas áreas da engenharia e da física

A grande inovação de Stibitz, porém, não seria apenas a criação do CNC, visto que outros, como o alemão Konrad Zuse já haviam criado equipamentos semelhantes e até mais evoluídos, mas sim “o que” faria com ele.

Isto porque, no dia de hoje, durante uma conferência da American Mathematical Society no Dartmouth College/EUA (local onde também surgiriam a linguagem BASIC e a Inteligência Artificial) Stibitz subiria ao palco para fazer uma demonstração do CNC que entraria para a história.

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O Complex Number Calculator (CNC) utilizado na demonstração

Só que o CNC não estava ali… estava em Nova York, a cerca de 400 quilômetros de distância…

Stibitz pega então um teletipo especialmente instalado para o evento (uma espécie de máquina de escrever que podia enviar e receber mensagens por linhas telefônicas) e digita um problema matemático.

Mas em vez de simplesmente registrar o resultado no rolo de papel do teletipo, como qualquer calculadora comum faria na época, o comando foi enviado para o CNC em Nova York (por meio de uma linha telefônica instalada no local), que processou o cálculo e enviou a resposta de volta, com o teletipo em Dartmouth imprimindo a solução, diante de uma audiência boquiaberta. Era a primeira vez que se provava, na prática, que um computador poderia ser operado à distância, sem a necessidade de o usuário estar fisicamente no mesmo local da máquina.

A reação dos presentes foi um misto de espanto e admiração. Muitos matemáticos e cientistas presentes na conferência não acreditavam ser possível que os resultados estivessem vindo de uma máquina tão distante. Até então, os “tais” computadores eram vistos como dispositivos locais e restritos, acessíveis apenas aos seus construtores, comumente cientistas.

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Detalhe do teletipo utilizado

Esse evento é considerado por muitos historiadores como a origem do conceito de computação à distância e um dos primeiros passos rumo ao que hoje conhecemos como computação em rede e serviços online.

O Complex Number Calculator, utilizado nessa demonstração pioneira, era um computador eletromecânico que utilizava cerca de 450 relés telefônicos para realizar suas operações. Era capaz de somar dois números de 8 dígitos decimais em um décimo de segundo e multiplicações em aproximadamente 45 segundos, coisa que “computadores” humanos munidos de calculadoras conseguiam suplantar facilmente.

Assim, não era tão “evoluído” computacionalmente falando, visto que não tinha uma unidade de memória nem era programável (como os modelos de Zuse eram), e estava dedicado a executar uma função específica, não podendo realizar outros tipos de operações.

O CNC permaneceria em operação até 1949, tendo sido utilizado pela Bell Labs em diversos projetos de pesquisa. Durante esse período, contribuiu para cálculos relacionados a sistemas de telecomunicação e ao desenvolvimento de tecnologias de transmissão de sinais.

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Stibitz ao lado do Model-k

O feito de George Robert Stibitz em 1940 deve ser lembrado não apenas como uma curiosidade técnica, mas como um verdadeiro prenúncio do futuro, antecipando conceitos como terminais remotos, redes de computadores e até mesmo o modelo de computação em nuvem, no qual os recursos de processamento não estão no dispositivo do usuário, mas em servidores espalhados pelo globo terrestre.

Sua visão prática mostraria que a distância não seria uma barreira para o uso da computação, estabelecendo as bases para a forma como milhões de pessoas, hoje, acessam informações e processam dados em computadores.


E você, lembra quando acessou alguma rede de computadores pela primeira vez?

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Vídeo(s):

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George Stibitz conta a história do CNC
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*As imagens utilizadas nesta postagem são meramente ilustrativas e foram obtidas da internet.


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