O computador DEC PDP-8 de 1965
Em 22 de março de 1965, a Digital Equipment Corporation (DEC) lançava o seu novo modelo da família PDP, o computador DEC PDP-8.
A série “8” do PDP foi o “minicomputador” de maior sucesso da DEC e o mais barato da sua época, com um projeto bastante inspirado no CDC 160, tendo vendido desde o lançamento do primeiro modelo em 1965 mais de 50mil unidades.
Considerando seu preço acessível e sua grande escala de fabricação, foi carinhosamente apelidado de “modelo T” dos computadores, uma alusão ao veículo “Ford T”, precursor da indústria automobilística.
Até 1973, era o computador mais vendido no mundo, sendo ultrapassado somente pelo lendário Apple II , que posteriormente também perderia o primeiro lugar no podium para o IBM PC.
Seus primeiros modelos eram construídos com transistores discretos (lógica diodo-transistor – DTL), ou seja, ainda não usavam circuitos integrados em suas placas. Ou seja, este cara (como os demais computadores da época) não tinha um ‘microchip’ que pudéssemos apontar e dizer: “olha, este aqui é o microprocessador dele”. 😊
Rodando o sistema operacional “OS/8”, este computador com arquitetura de 12bits era capaz de realizar somas em 3us (microssegundos) e multiplicações em 21us.
Além da versão original do PDP-8, que tinha o tamanho de um frigobar, sua linha foi composta por diversos outros modelos, como: “S” (desktop), “I”, “L”, “E”, “F”, “M” e “A”, que ao longo dos anos foram recebendo upgrades tecnológicos, passando a utilizar circuitos integrados tipo TTL e, ao final, microprocessadores tipo CMOS.
Lançado em 16 de julho de 1970, o modelo DEC PDP-8/e era uma versão aprimorada do modelo DEC PDP-8 original.
A primeira de suas diferenças estava em seu tamanho. O PDP-8/e é notavelmente menor e mais compacto do que o PDP-8 original, ocupando menos espaço físico em ambientes de data center ou laboratórios.
Isso se deu especialmente em função da adoção de circuitos integrados tipo TTL na construção de seus módulos, reduzindo enormemente as dimensões das placas e, consequentemente, seu consumo de energia.
Além de contar com tempos de acesso à memória reduzidos, o que lhe conferia maior velocidade, teve também sua capacidade de memória ampliada em relação ao PDP-8 original, que suportava até 4 KB, passando a aceitar até 32 KB de memória no modelo PDP-8/e.
Ganhou também um novo barramento de dados, o “OMNIBUS“, no qual todas as suas 20 possíveis placas eram conectadas. Este novo desenho eliminou a necessidade dos complexos painéis traseiros de fios, passando a adotar o conceito de slots para a interconexão dos seus módulos.
Esta arquitetura modular facilitava também sua manutenção, com os componentes do sistema sendo facilmente substituíveis, o que tornava o processo de reparo mais ágil e eficiente.
O PDP-8/e era totalmente compatível com os periféricos do PDP-8 original, o que facilitava a transição entre os modelos e permitia a reutilização de dispositivos e periféricos existentes.
Além de todas as vantagens técnicas, o PDP-8/e tinha outra característica super atrativa aos seus clientes: seu preço muito mais acessível em comparação com o PDP-8 original, tornando-o viável para empresas e instituições de menor porte e com orçamentos limitados.
Com a chegada dos computadores pessoais em 1975, bem mais baratos e já usando microprocessadores, o mercado dos PDP entrou em declínio, até deixar de ser fabricado alguns anos depois.
Para conhecer ou relembrar:
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*As imagens utilizadas nesta postagem são meramente ilustrativas e foram obtidas da internet.
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Bom dia.
O PDP8 que trabalhei tinha a função de controle de espessura em um laminador Sendzimir ZRBB22 da WaterBurry. Funcionou de 1977 até o início dos anos 2000 sendo substituído por um IBM PC XT que foi adaptado para fazer as mesmas instruções.
Funcionou muito bem sem maiores problemas.
Que história bacana Geraldo! O projeto de substituir o PDP8 pelo PC deve ter rendido um belo trabalho 🙂