O computador Ferranti Atlas de 1962
Em 07 de dezembro de 1962, o físico Sir John Cockcroft, da Universidade de Manchester, inaugurava o (super)computador Ferranti Atlas.
Estamos em 1956 e os cientistas do Reino Unido começam a se conscientizar de que, embora tenham inicialmente liderado esta disputa no período pós-guerra, estavam ficando em desvantagem na competição com os EUA na criação de grandes computadores.
Isso foi reforçado por B.W. Pollard, da empresa Ferranti Internacional, que durante uma conferência naquele ano comentou:
“Existem neste país uma gama de computadores de velocidade média, sendo que as duas únicas máquinas realmente rápidas, o EDSAC 2 (de Cambridge) e o Mark 2 (Manchester), são muito lentas quando comparadas às melhores máquinas americanas”
A Universidade de Manchester já era nesta altura um dos principais centros de computação do mundo, tendo produzido em 1948 o Small-Scale Experimental Machine (SSEM), que ficou conhecido como “Manchester Baby”, e o Manchester Mark 1 em 1949.
Voltando a 1956, o pesquisador Tom Kilburn, do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade de Manchester, e que também havia participado da construção do SSEM, vinha desenvolvendo protótipos experimentais baseados em transistores, na busca por ganhos de performance.
Sua meta era desenvolver novas tecnologias e abordagens para construir um computador multiusuário, com uma memória primária de pelo menos 500Kbytes e uma velocidade de operação de um milhão de instruções por segundo.
Buscou parceiros dispostos a financiar sua pesquisa, culminando com a adesão da Ferranti em 1958, agregando não só seu vasto know how em design e fabricação de computadores, mas também sua experiência em processamento de dados comerciais. A partir daí, o projeto deslancha.
E assim, após anos de trabalho e muitas mudanças no projeto, nascia em 1962 o Ferranti Atlas, o computador mais poderoso do mundo em sua época, considerado como sendo um dos primeiros supercomputadores do mundo e pioneiro também na aplicação do conceito de memória virtual, hoje presente em todos os sistemas.
Durante sua vida, o tempo de processamento do Atlas foi compartilhado entre a Universidade de Manchester e a Ferranti, que o alugava para terceiros por meras £500 por hora de operação.
Posteriormente, a Ferranti produziria outras duas unidades do Atlas, encomendados pelo consórcio London University/British Petroleum e pelo Atomic Energy Research Establishment, centro de pesquisa atômica do Reino Unido.
Um novo modelo mais “modesto”, o Atlas 2, seria ainda desenvolvido em 1963 por uma parceria entre a Ferranti e a Universidade de Cambridge. As três unidades produzidas, rebatizadas como “Titan”, foram instaladas na Universidade de Cambridge, no Atomic Weapons Research Establishment e no Computer Aided Design Center.
O primeiro exemplar deste computador memorável e que entraria para a história, foi desligado definitivamente em 30 de novembro de 1971.
Íntegra do livro The Story of Atlas (A História do Atlas):
E você, saberia dizer que outro famoso computador britânico dos anos 80 tem um importante componente produzido pela Ferranti?
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Vídeo(s):
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Mais em:
- O computador SSEM Manchester Baby de 1948
- O computador Colossus Mark I de 1943
- O computador FINAC de 1955
- O computador Ferranti Pegasus de 1956
- O primeiro transistor de ponto de contato de 1947
*As imagens utilizadas nesta postagem são meramente ilustrativas e foram obtidas da internet.
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