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Em 27 de maio de 1843, o inventor escocês Alexander Bain recebia a patente do Electric Printing Telegraph (Telégrafo de Impressão Elétrica), o precursor do aparelho de FAX.

O “fac-símile”, “telecópia” ou “telefax”, abreviado com o passar dos anos para simplesmente “Fax”, é um sistema capaz de transmitir textos e imagens impressas em um papel para um destino remoto, utilizando-se da rede pública de telecomunicações.

Embora tenha se tornado mundialmente popular a partir dos anos 80, com o barateamento dos equipamentos promovido pelos fabricantes japoneses, é uma tecnologia relativamente antiga, anterior mesmo ao telefone de Alexander Graham Bell.

Os primeiros experimentos bem-sucedidos caberiam ao inventor escocês Alexander Bain, que criou um sistema baseado no movimento de dois pêndulos que “escaneavam” o documento a ser enviado, linha por linha, obtendo no dia de hoje a patente do seu sistema.

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O dispositivo de Alexander Bain

Mas seu mecanismo não era nada prático e gerava uma imagem de qualidade muito ruim.

Entra então em cena o físico inglês Frederick Collier Bakewell, que introduziria diversos aperfeiçoamentos no sistema de Bain, resultando em uma versão do “telégrafo de imagem”, cujos princípios de funcionamento são muito similares aos dispositivos de fax modernos.

Suas melhorias incluíam a substituição do sistema de pêndulos de Bain por um conjunto de cilindros rotativos sincronizados, possibilitando a geração de uma imagem mais nítida.

Seu sistema exigia que o conteúdo a ser enviado fosse criado sobre uma fina folha de metal, utilizando uma tinta isolante especial. Esta folha então era fixada sobre um cilindro rotativo, no qual uma “caneta” metálica especial escaneava toda a superfície do cilindro.

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O mecanismo aprimorado de Bakewell

Ao passar por uma área impregnada pela tinta isolante, o contato elétrico entre a caneta e a superfície era interrompido. Esta variação de correntes era assim transmitida ao no endereço remoto, onde, por meio de uma caneta semelhante, eram gravados, em um papel impregnado quimicamente, o conteúdo equivalente.

Embora seu sistema nunca chegasse a se tornar comercial, foi um primeiro passo importante para uma maneira tecnicamente viável de enviar imagens por fio, com Bakewell recendo uma patente pelo invento em 2 de junho de 1849.

Um novo passo evolutivo seria dado por um físico italiano, o padre Giovanni Caselli, que criaria o primeiro sistema assemelhando ao fax que viria a ser amplamente utilizado, o Pantelégrafo, uma máquina que combinava a funcionalidade de um “pantógrafo” com a do “telégrafo”.

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O Pantelégrafo de Caselli

A vantagem do dispositivo de Caselli era que sua invenção resolvia o principal problema presente nos sistemas anteriores de transmissão de imagens: a sincronização das máquinas transmissora e receptora, situadas distantes uma da outra.

Com o apoio financeiro do grão-duque italiano Leopoldo II, e posteriormente de ninguém menos que Napoleão, seu Pantelégrafo começaria a operar “comercialmente” em 1865, conectando inicialmente Paris à Lyon, chegando dois anos depois à cidade de Marselha. Vale lembrar aqui que o telefone de Alexander Graham Bell só seria patenteado em 1876. 😊

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O Telautograph de Elisha Gray

Com o passar das décadas, novas evoluções foram gradativamente acrescentadas ao sistema, com a contribuição de diversos inventores ao redor do mundo, como Shelford Bidwell (Telefotografia/1881), Elisha Gray (Teleautógrafo/1888), Edouard Belin (Belinógrafo/1907), Arthur Korn (Radiofax/1923), Richard H. Ranger (fotoradiograma/1924) e Herbert E. Ives (fax colorido/1924).

Alguns anos depois, em 1964, a Xerox Corporation apresentaria sua tecnologia de fotocopiadoras LDX (Long Distance Xerography), uma invenção que é considerada por muitos a primeira versão comercial da máquina de fax moderna.

Seu primeiro produto de pequeno porte, o Magnafax Telecopier de 1966, podia ser conectado a qualquer linha telefônica, sendo capaz de transmitir um documento comum, a qualquer parte do mundo, em “apenas” seis minutos. Um feito fenomenal para a época.

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Os primeiros modelos da XEROX

Mas um padrão digital internacional definitivo para o sistema, o ITU-T G3 Facsimile, só seria alcançado em 1980, motivado especialmente por empresas japonesas como a NTT Docomo, que buscavam possibilitar a intercomunicação dos equipamentos dos diversos fabricantes existentes.

Nos anos seguintes a tecnologia de FAX experimentaria um “boom”, especialmente com a popularização e barateamento dos equipamentos terminais, produzidos em massa e a preços acessíveis por empresas japonesas como Fujitsu, Toshiba, Panasonic, Sharp, Canon, Epson, entre outras.

Mas, assim como aconteceria em outros momentos da história, como no caso das máquinas de escrever, invenções mesmo extraordinárias são eventualmente superadas por algo novo, como foi o caso da Internet.

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Uma infinidade de modelos foi produzida ao longo dos anos 80 e 90

Com uma nova forma muito mais rápida e segura de transmitir qualquer informação, o início do século 21 viu a máquina de fax gradativamente ser aposentada e substituída pela grande rede.

Isso porque os e-mails, mensagens instantâneas e demais tecnologias de comunicação digital, tornaram o aparelho de fax “aparentemente” obsoleto, deixando de ser utilizado pelas empresas.

Contudo, o fax ainda não desapareceu totalmente, seja por uma questão cultural, seja pela “sensação de segurança” dada pela existência de um documento físico (o papel), sendo ele, em alguns países, a única forma legalmente aceita para o envio eletrônico de documentos à distância.


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Vídeo(s):

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A vida secreta das máquinas: o FAX
A reação de crianças ao usarem o FAX pela primeira vez.
Mais em:



*As imagens utilizadas nesta postagem são meramente ilustrativas e foram obtidas da internet.


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2 comentários

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  1. Muito interessante o artigo. Obrigado.
    PS.Precisei saber por questão de doação desse equipamento para museu.