As redes sem fio IEEE 802.11 WiFi de 1997

Em 26 de junho de 1997, o Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE) aprovava o revolucionário padrão de redes sem fio IEEE 802.11 WiFi.

Wi-Fi, ou WiFi, é um termo que se refere a uma família de protocolos de comunicação de rede sem fio (via ondas de rádio), agrupados sob a denominação geral IEEE 802.11, que foi especificada pelo Institute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE) e é amplamente utilizada na atualidade para interconectar dispositivos eletrônicos.

Esta tecnologia permite que dispositivos como computadores, smartphones, tablets, roteadores e dispositivos inteligentes se conectem à Internet ou se comuniquem entre si, sem a necessidade de cabos físicos.

Utiliza frequências de rádio específicas para transmitir dados de forma segura e rápida, exigindo que o dispositivo possua uma interface de radiocomunicação integrada ou externamente conectada (via porta USB por exemplo).

Os pontos de acesso (access-point) Wi-Fi, comumente conhecidos como roteadores sem fio, são os equipamentos responsáveis por transmitir/receber o sinal Wi-Fi, criando uma infraestrutura de rede à qual os dispositivos se conectam, normalmente mediante ao fornecimento de uma senha de acesso.

Mas digamos que as redes de dados sem fio são um tanto mais antigas que se imagina.

O conceito havia surgido lá nos idos da década de 70 (bem antes do advento do Wi-Fi) com o projeto ALOHA, que posteriormente originaria o padrão Ethernet de rede cabeadas de computadores (o padrão IEEE 802.3).

Contudo, outras duas décadas seriam necessárias até que o primeiro esboço no novo padrão sem fio nascesse.

Ele surgiria por iniciativa de duas empresas, a NCR Corporation e a AT&T Corporation, que criariam em 1991 o sistema conhecido como WaveLAN, o precursor do padrão.

E seria pelas mãos de um pesquisador da NCR, o engenheiro Victor Hayes, que ao final da década de 1990 o padrão ganharia vida, convencendo o IEEE a abraçar a ideia e começar a desenvolver uma especificação para redes locais sem fio.

Sob a presidência de Hayes, a primeira versão do IEEE 802.11 seria aprovada em 26 de junho de 1997. Conhecida como Wi-Fi 1 ou Wi-Fi original, tinha velocidades de 1 ou 2Mbps e operava na banda de frequência de uso livre conhecida como ISM (Industrial Scientific Medical), estabelecida em 1985 pela FCC (a Anatel norte-americana).

O sistema se tornaria efetivamente popular dois anos depois, com a aprovação em 16 de setembro de 1999 da revisão IEEE 802.11b do padrão, que oferecia velocidades de até 11 Mbps na mesma faixa de frequência de 2,4 GHz, abrindo caminho para a adoção em massa da tecnologia Wi-Fi.

Nesta mesma época, em 03 de agosto de 1999, seis fabricantes de equipamentos fundariam a Wireless Ethernet Compatibility Alliance – WECA, posteriormente rebatizada como Wi-Fi Alliance.

Esta organização sem fins lucrativos, hoje com centenas de membros, nascia da necessidade de se assegurar a interoperabilidade de equipamentos de comunicação sem fio produzidos dentro do padrão IEEE 802.11.

Isso se dava por meio da realização de testes, cujos produtos aprovados recebiam ao final do processo o selo” Wi-Fi” de garantia de compatibilidade, marca também criada e mantida pela instituição, utilizado como uma espécie de “indicador de qualidade” para tecnologias de LAN sem fio.

Na medida em que a demanda por redes sem fio crescia, novas versões do padrão IEEE 802.11 foram sendo introduzidas ao longo dos anos, melhorando sua velocidade e eficiência a cada atualização.

Em 12 de junho de 2003 o sistema ganhava um novo “upgrade”, com o padrão IEEE 802.11g. Ele operava na faixa de frequência de 2,4 GHz e oferecia velocidades de até 54 Mbps, sendo retrocompatível com o padrão IEEE 802.11b e capaz de se comunicar com dispositivos compatíveis com quaisquer das duas versões.

Seis anos se passariam até que uma nova revisão fosse concluída. Isso aconteceria em 11 de setembro de 2009, com a aprovação do padrão IEEE 802.11n (Wi-Fi 4).

Operando nas faixas de 2,4 GHz e 5GHz, o IEEE 802.11n trouxe melhorias significativas na velocidade e no alcance, permitindo taxas de transferência de dados de até 600 Mbps. Essa versão também introduziu o uso de múltiplas antenas para melhorar a qualidade do sinal e a estabilidade da conexão.

Posteriormente, em 9 de dezembro de 2013, o padrão IEEE 802.11ac (também conhecido como Wi-Fi 5) era aprovado. Operando na faixa de 5GHz, oferecia agora velocidades superiores a 1Gbps, trazendo melhorias significativas na capacidade de transmissão de dados, permitindo uma experiência de streaming de alta qualidade e jogos online sem interrupções.

Aprovado em 1 de fevereiro de 2021, o IEEE 802.11ax, também conhecido como Wi-Fi 6, é o mais recente padrão comercialmente disponível, oferecendo velocidades de até 10 Gbps, juntamente com melhorias na eficiência e na capacidade de conexão em ambientes com vários dispositivos e antenas.

Todas essas melhorias têm impulsionado o crescimento e a disseminação do uso de redes sem fio em uma variedade de dispositivos, desde computadores e smartphones até dispositivos domésticos inteligentes e Internet das Coisas (IoT).

Amplamente adotado em todo o mundo, o padrão IEEE 802.11 vem fornecendo conectividade sem fio confiável e de alta velocidade em diversos cenários, seja em residências, ambientes corporativos ou mesmo em espaços públicos. Uma história de inovação contínua e avanços tecnológicos que têm revolucionado a forma como nos conectamos e nos comunicamos.

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Mais em:

• A rede Ethernet de 1973
• A primeira especificação do padrão de rede Ethernet de 1980
• O computador Xerox Alto de 1973
• A fundação do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos IEEE em 1963
• A fundação da AT&T em 1885
• O microcomputador NCR Decision Mate V de 1983

*As imagens utilizadas nesta postagem são meramente ilustrativas e foram obtidas da internet.

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