O Picturephone de 1964 – MCC - Museu Capixaba do Computador

Gostou? Curta, comente e compartilhe a publicação original! Ajude a divulgar o projeto! Deixe seu comentário no final desta postagem!

Em 20 de abril de 1964, durante a Feira Mundial de Nova York, a empresa norte-americana AT&T demonstrava ao público o Picturephone, seu primeiro sistema de videochamadas.

Concebido pela gigante estadunidense das telecomunicações AT&T, em seus lendários Laboratório Bell (Bell Labs), o Picturephone foi um dispositivo pioneiro que criou a possibilidade de se transmitir vídeo, em tempo real, por meio dos mesmos cabos metálicos utilizados nas chamadas telefônicas da época. As tais “videochamadas” tão utilizadas atualmente.

Seu desenvolvimento havia se iniciado ainda na década de 30, quando uma equipe de mais de 200 pesquisadores, liderada pelo engenheiro Herbert Eugene Ives, criou o primeiro protótipo, que requeria o uso de várias linhas telefônicas simultaneamente, o que o tornava totalmente inviável técnica e economicamente.

Picturephone 2 — Registro fotográfico durante a demonstração na Feira Mundial

Mas o primeiro modelo “viável” comercialmente só viria a ser demonstrado publicamente décadas depois, no dia de hoje, durante a edição da Feira Mundial de Nova York do ano de 1964, visitada por espantados 51 milhões de pessoas.

Esta primeira chamada transcontinental conectaria William L. Laurence, na Feira Mundial, a Donald Shafer, na Disneylândia, que através de uma tela de 5” em um pequeno monitor oval puderam, além de conversar, se ver mutuamente.

Este feito simbolizava uma visão de futuro das telecomunicações, que prometia conectar pessoas através de imagens em movimento em tempo real, uma ideia que capturou a imaginação do público e da mídia na época.

Algum tempo depois, o serviço entraria em funcionamento comercial experimental, com suas primeiras cabines de videochamadas instaladas no Grand Central Station de Nova York, no National Geographic Society Buiding de Washington e no Prudential Building de Chicago.

Para usá-lo, os visitantes entravam na cabine, discavam para um número fixo de destino e ativavam o vídeo pressionando um botão, que iniciava uma imagem em preto e branco. O sistema ainda contava com botões que permitiam ao usuário selecionar entre o modo de operação unidirecional (onde o usuário apenas vê o vídeo remoto, mas não transmite sua imagem), modo bidirecional (com ambos se vendo) ou ainda um movo de “auto-visão”, que o permitia “se ver” ao monitor, para melhor posicionar-se frente à câmera.

Mas o custo de até US$ 27 por 3 minutos de chamadas (algo como US$ 200 atualmente), desestimulariam enormemente seu uso, resultando no encerramento do serviço em 1968.

Assim, embora fosse uma novidade com enorme potencial, o Picturephone não conseguiu se popularizar. Isto se deveu a, além dos custos elevados, fatores como desafios técnicos e uma infraestrutura de telecomunicações limitada, fazendo dele um fracasso comercial.

O Picturephone modelo II

O insucesso na “primeira geração” do sistema não desestimularia a empresa, que desenvolveria uma nova versão, mais aprimorada tecnicamente, e que seria a base para seu novo serviço de videoconferência.

Diferentemente do sistema anterior, que requeria cabines públicas especialmente preparadas, o novo modelo permitia que qualquer pessoa ou empresa pudesse se conectar ao sistema, bastando adquirir o equipamento apropriado.

Este novo serviço foi inaugurado em 30 de junho de 1970, com uma chamada realizada entre Peter Flaherty, prefeito de Pittsburgh, e John Harper, presidente da empresa produtora de alumínio Alcoa.

Picturephone 4 — O modelo II do Picturephone

Com esta nova tentativa de emplacar o serviço, a AT&T estimava ter por volta de 100mil Picturephones em operação até o ano de 1975. No entanto, no final de julho de 1974, apenas cinco Picturephones estavam sendo alugados em Pittsburgh, com algumas outras poucas centenas no restante dos EUA.

Novamente um fracasso. E mais de 500milhões de dólares investidos…

Talvez esse fosse mais algum daqueles casos da história em que a tecnologia tivesse chegado antes de sua hora…

Futuro

A ideia do videochamada, contudo, não morreria, ressurgindo décadas depois com a ampla digitalização dos sistemas de telefonia, a evolução dos algoritmos de compressão de dados e, especialmente, com o advento da Internet comercial.

Com a proliferação dos acessos em banda larga e de aplicativos de videoconferência, como o Skype, Zoom e FaceTime, a tecnologia experimentaria uma explosão no número de usuários, tornando a comunicação por vídeo uma realidade cotidiana para milhões de pessoas em todo o mundo, mostrando que o sonho da AT&T não era em vão… mas apenas algumas décadas adiantado no tempo. 😊

E você, como foi sua primeira experiência com uma videochamada?

Clique aqui e deixe seu comentário no final desta postagem! Sua participação é muito importante pra nós!

Vídeo(s):

*legendas disponíveis nos controles do Youtube, na opção “⚙ >> Legendas/CC >> Traduzir automaticamente”.

Demonstração do Picturephone em 1970

Vídeo promocional de 1970

Mais em:

*As imagens utilizadas nesta postagem são meramente ilustrativas e foram obtidas da internet.

Quer nos ajudar com doações de itens para o acervo do Museu Capixaba do Computador – MCC?

Entre em contato conosco por meio dos canais de comunicação identificados nos ícones abaixo, ou ainda por quaisquer uma das nossas redes sociais listadas no topo da página.