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Em 25 de outubro de 1960, a fabricante norte-americana de relógios de luxo Bulova anunciava o primeiro relógio eletrônico transistorizado de pulso da história, o Bulova Accutron 214, considerado o mais preciso de sua época.

Anunciado publicamente no dia de hoje pela empresa norte-americana Bulova Watch Company, o Bulova Accutron 214 revolucionaria a forma como o tempo era medido, ao introduzir um mecanismo totalmente novo, baseado em um sistema eletrônico, em vez do tradicional balanço mecânico utilizado pelos relógios até então.

Seu projeto, creditado ao engenheiro suíço Max Hetzel, começaria em meados da década de 1950, quando ele desenvolveria um mecanismo que substituiria o tradicional sistema de engrenagens e molas por um oscilador eletrônico baseado em um componente eletrônico recém-criado, o transistor. Isso faria dele o primeiro relógio de pulso verdadeiramente eletrônico do mundo (diferentemente do Hamilton Electric 500, que era “elétrico”), marcando uma ruptura significativa com os movimentos mecânicos tradicionais que dominavam há séculos.

O coração do Bulova Accutron 214 era um oscilador eletrônico que vibrava a uma frequência incrivelmente alta para a época, de 360 Hertz (360 vezes por segundo), muito superior à dos relógios mecânicos convencionais de qualidade, que operavam em torno de 2,5 a 5 Hz.

relógio Bulova Accutron 214 2
O mecanismo eletrônico “transistorizado”

O resultado era uma precisão extraordinária para a época, com uma variação de apenas um minuto por mês, enquanto os melhores relógios mecânicos podiam atrasar ou adiantar até 15 segundos por dia. Além disso, o ponteiro dos segundos do Accutron se movia de forma contínua e suave, sem os “saltos” característicos dos relógios de engrenagem, um detalhe que rapidamente se tornaria uma de suas marcas registradas.

Sua solução construtiva, além de lhe conferir uma precisão sem precedentes, também produzia um “zumbido” característico em vez do habitual “tique-taque”. A própria Bulova aproveitaria esta característica para promover o modelo com o slogan “The Watch That Hums” (“O relógio que canta”).

Outro detalhe que o diferenciava visualmente de praticamente todos os demais relógios de pulso de sua época era a forma como se realizava o ajuste da hora, feito pela parte traseira da caixa por meio de uma pequena alavanca, e não pelo costumeiro botão lateral.

Chegando ao mercado apenas no ano seguinte, o Bulova Accutron 214 não foi apenas um grande sucesso comercial, mas também uma peça de enorme importância tecnológica. Graças à sua precisão e confiabilidade, o mecanismo do Bulova Accutron 214 seria amplamente adotado em aplicações científicas e militares, com a NASA passando a utilizar módulos Wrist Watchem instrumentos e painéis de controle das missões espaciais, inclusive durante o futuro Programa Apollo, que levaria o homem à Lua.

relógio Bulova Accutron 214 3
Anúncios da época

Uma das versões mais icônicas e procuradas do Bulova Accutron 214 foi o “Spaceview“, que era inicialmente um modelo de demonstração, criado para que os revendedores pudessem mostrar o revolucionário mecanismo e os circuitos eletrônicos internos aos clientes, revelando-os através de uma cobertura de cristal em vez de um mostrador opaco. O público, no entanto, adoraria seu visual “futurista”, preferindo “aquela versão da vitrine” (que não existia), o que levaria a Bulova a adicioná-lo à sua linha de produção em 1961.

Nos Estados Unidos, o Bulova Accutron 214 foi tão simbólico como “inovação” que seria escolhido como “relógio oficial” das ferrovias norte-americanas, substituindo cronômetros mecânicos nos sistemas de sincronização, onde a cronometragem precisa era tarefa crítica para a segurança e a operação eficiente das ferrovias.

O avanço da tecnologia traria, contudo, novos desafios na década de 1970. O surgimento dos relógios de quartzo, a partir do Seiko Astron de 1969, marcaria o início de uma nova era de precisão e baixo custo, o que acabaria tornando obsoletos os complexos e caros mecanismos de osciladores eletrônicos. A Bulova tentaria manter o prestígio do Accutron com mecanismos aprimorados, como o 218 e o 224, mas o domínio do quartzo foi inevitável, com a produção do Accutron sendo oficialmente encerrada em 1977, após mais de 5 milhões de unidades comercializadas.

Em 2010, por ocasião do 50º aniversário do modelo, a Bulova relançaria uma série comemorativa em edição limitada, homenageando o design e o funcionamento do original. Em 2020, a marca, então pertencente ao grupo Citizen, ressurgiria, quando a empresa utilizaria o nome “Accutron” em uma linha que reinterpretava o conceito de oscilação eletrônica com novas tecnologias.


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Restaurando um Bulova Accutron 214
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*As imagens utilizadas nesta postagem são meramente ilustrativas e foram obtidas da internet.


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