O sistema operacional Microsoft MS-DOS 2.0 de 1983
Em 8 de março de 1983, a Microsoft lançava a nova versão do seu sistema operacional para computadores PC, o Microsoft MS-DOS 2.0 ou IBM PC-DOS 2.0.
O MicroSoft Disk Operating System (MS-DOS), nosso saudoso “DOS”, foi o sistema operacional criado adquirido dois anos antes pela Microsoft, para uso no primeiro computador tipo PC da história, o IBM PC.
Esta nova versão, lançada concomitantemente com o computador IBM PC/XT e em função do qual foi fortemente influenciada, foi a primeira versão criada integralmente na Microsoft e que recebeu uma grande influência dos conceitos do XENIX, uma versão do sistema UNIX que a Microsoft tinha licenciado da AT&T ainda no final dos anos 70.
Em função disso, o MS-DOS foi totalmente reescrito, com um código fonte cinco vezes maior que seu antecessor, o Microsoft MS-DOS 1.0, que tinha 20mil linhas de programação.
Diferentemente da versão anterior, que era executada a partir de disquetes, o Microsoft MS-DOS 2.0 acrescentava o suporte aos discos rígidos (HD), de até 10MB de capacidade, exatamente a capacidade do disco que acompanhava o novo IBM PC/XT.
Em decorrência do suporte aos HDs, vários utilitários de sistema como FORMAT, SYS, etc, foram também atualizados.
O Microsoft MS-DOS 2.0 permitia agora a criação de subdiretórios (pastas) em uma estrutura de arquivos hierárquica, uma influência do UNIX, facilitando em muito a organização dos arquivos no disco.
O sistema de arquivos em si, o FAT, não sofreu grandes mudanças e mantinha ainda o formato de 12bits, sendo adaptado para o uso nos HDs simplesmente aumentando o tamanho das unidades de armazenamento (clusters) para 4KB.
Incluiu também o suporte aos disquetes de 5 ¼ dupla face de 360KB de capacidade, com uma nova estrutura de 9 setores por trilha, em contraponto ao modelo de 160KB/face simples/8 setores da versão anterior.
Passou ainda a suportar o carregamento de módulos de software conhecidos como “drivers”, possibilitando que o sistema enxergasse mais facilmente novos dispositivos instalados, como uma nova placa ou um mouse.
Antes disso, a cada novo dispositivo fabricado, era necessário alterar o próprio sistema, a fim de que o DOS soubesse como “conversar” ele. Com o novo recursos de drivers, o sistema operacional podia assim ser “estendido” facilmente para reconhecer os novos dispositivos, sem precisar ser reescrito.
A carga desses arquivos de drivers, com a extensão“.sys”, ocorria durante a inicialização do sistema, através do arquivo de configuração no formato texto CONFIG.SYS, editável pelo próprio usuário.
Em relação ao carregamento de programas, o Microsoft MS-DOS 2.0 introduziu o novo recurso de execução em segundo plano (não confundir com multitarefa), os TSRs (Terminate and Stay Resident), outra influência dos UNIX originada dos processos “daemons”.
Outro recurso “emprestado” do UNIX que estreou nesta versão 2.0 foi o conceito de “pipes”, onde a saída de um programa poderia servir como entrada de outro. Lembra do comando “TYPE arquivo.txt | MORE”? Era este recurso em ação. 😊
Junto com o MS-DOS 2.0, a Microsoft anunciava sua primeira interface gráfica, o Microsoft Windows 1.0, que seria lançado ainda no mesmo ano, em novembro.
Simultaneamente, em função da parceria firmada entre as empresas em 1980, a IBM lançava o IBM Personal Computer Disk Operating System 2.0, o IBM PC-DOS 2.0, junto com o com BASIC v2.00.
Para conhecer ou relembrar:
Aqui neste endereço você consegue rodar, direto no sue navegador, uma versão virtual do MS-DOS 2.0.
Mas se preferir baixar as imagens dos disquetes de instalação originas para usar no nosso multiemulador MCCEmu, elas estão disponíveis aqui neste endereço.
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