O Network Time Protocol NTP de 1985
Em setembro de 1985, David Mills, da University of Delaware, publicava a primeira especificação do Network Time Protocol NTP.
O Network Time Protocol (NTP) é um protocolo utilizado para sincronização de tempo em redes de computadores, a fim de manter os relógios internos dos dispositivos sincronizados com um determinado servidor definido como referência.
Criado por David Lennox Mills, da Universidade de Delaware/EUA e que já vinha pesquisando o assunto há bastante tempo (vide DCNET Internet Clock Service – RFC 778), foi projetado para assegurar que todos os elementos de uma rede de computadores tenham uma base precisa e confiável do tempo (data e hora), independentemente de suas localizações geográficas e diferenças na latência (atrasos) da rede de comunicação de dados.
Opera em um modelo de sistema com estrutura cliente-servidor, onde os dispositivos clientes sincronizam seus relógios com um ou mais servidores NTP de referência, função esta desempenhada comumente por relógios atômicos de altíssima precisão, como o sistema Hora Legal Brasileira mantido pelo Observatório Nacional (ON).
O sistema NTP baseia-se em algoritmos sofisticados para ajustar os relógios dos dispositivos cliente, compensando automaticamente imprecisões produzidas em função de atrasos nas redes de dados e de variações de frequência dos relógios locais. Isso garante que os dispositivos possam manter suas bases de tempo consistentes e sincronizadas, evitando desvios significativos e com precisão de milissegundos.
Seus servidores NTP são organizados em uma estrutura hierárquica em árvore, segmentada em “camadas/níveis” (ou estratos), identificados por numerações que vão de 0 a 16.
O primeiro nível, o estrato 0, é a referência primária de tempo, não fazendo parte efetiva da rede, sendo composta por relógios atômicos ultra-precisos e/ou receptores do Sistema de Posicionamento Global (GPS).
Os relógios de referência do estrato 0 fornecem então o tempo correto para os servidores do estrato 1 (conectados diretamente a eles), que por sua vez fornecem o tempo para os servidores do estrato 2 (agora via rede) e assim por diante. Um servidor presente no último nível, o estrato 16, indica que ele está inoperante.
Mas apesar das primeiras versões do sistema terem começado o operar ainda em 1985, quando da publicação, em setembro de 1985, da RFC 958 (NTPv0), sua primeira especificação completa se daria apenas em julho de 1988, por meio da RFC 1059 (NTPv1), o que faz dele um dos protocolos mais antigos da Internet ainda em operação.
Ao longo dos anos, o protocolo NTP ganhou diversas novas versões, que o aprimoraram e melhoraram sua precisão e desempenho, tornando-o amplamente adotado em redes de computadores, sejam elas redes locais ou Internet, a fim de garantir a sincronização precisa do tempo em diversos dispositivos e sistemas.
A primeira revisão NTPv2 foi publicada em setembro 1989, por meio da RFC 1119, seguida pela NTPv3 de março 1992, com a RFC 1305 e pela NTPv4, em junho 2010, com a RFC 5905.
O NTP é também é imprescindível nas operações de garantia de segurança de dados, já que muitos protocolos de segurança e autenticação dependem de “carimbos” de data e hora (timestamps) precisos para garantir a integridade dos dados e evitar ataques maliciosos.
No Brasil, o sistema NTP funciona por meio de um acordo entre o Observatório Nacional (ON) e o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br).
O ON tem entre as suas atribuições legais a geração, conservação e disseminação da Hora Legal Brasileira, que, associado ao Bureau International des Poids et Mesures (BIPM) da França, participa do sistema de Tempo Universal Coordenado (UTC), juntamente com os outros órgãos disseminadores de tempo e frequência de vários países.
Através do acordo com o NIC.br, o ON disponibiliza o sincronismo à Hora Legal Brasileira, definida por seus relógios atômicos, que são conectados aos servidores NTP fornecidos pelo NIC.br, responsáveis por replicar (via Internet) esta base de tempo em todo o país.
Na atualidade, o NTP desempenha um papel fundamental em muitas aplicações e serviços críticos que dependem da precisão do tempo, incluindo sistemas de comunicação, sistemas de controle e automação, transações financeiras, registros de eventos, entre outros, papel este garantido por sua ampla utilização e contínua evolução.
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