O Google Android Auto de 2015

Em 19 de março de 2015, o Google lançava seu novo aplicativo que integrava os smartphones aos sistemas multimídia veiculares, o Google Android Auto, mudando pra sempre a forma como interagíamos com nossos veículos.
Projetado para integrar smartphones Android aos sistemas multimídia dos veículos, o Google Android Auto foi concebido com a missão de proporcionar aos motoristas uma experiência mais segura e conectada, permitindo o acesso “responsável” a funcionalidades essenciais dos seus telefones, sem desviar a atenção do trânsito.
Revelado durante a edição de 2014 do evento Google I/O, seu principal objetivo era o de minimizar “distrações” ao volante (que frequentemente provocavam acidentes), viabilizando o uso de aplicativos e funções do smartphone diretamente no painel do veículo, apresentados por meio de uma interface simplificada e de fácil leitura, que exibia apenas informações essenciais.
Entre as funcionalidades mais populares do Google Android Auto estavam a navegação por GPS com o Google Maps e Waze, reprodução de música por aplicativos como Spotify e YouTube Music, enviar mensagens de texto, realizar chamadas telefônicas ou mesmo fazer consultas ao Google Assistant.

Tudo isso facilitado por um sistema de controle por comandos de voz, que eliminava a necessidade de os motoristas manusearem o celular, possibilitando que mantivessem as mãos no volante e os olhos na estrada, transformando a maneira como interagiam com seus veículos. 😊
Originalmente requerendo uma conexão via cabo USB entre o smartphone e o veículo, evoluiria nos anos seguintes para oferecer suporte a conexões sem fio (como Bluetooth e WiFi), tornando sua utilização ainda mais fácil, sendo compatível com uma ampla gama de marcas e modelos de veículos, bem como com sistemas de som automotivos de diversos fabricantes.
Mas ele não chegaria sozinho ao mercado.
O lançamento do Google Android Auto ocorreria em um momento de crescente competição no segmento de sistemas automotivos (cujas soluções até então existentes vinham falhando miseravelmente), tendo sido visto como a resposta do Google ao sistema Apple CarPlay (para os usuários do iPhone), lançado no ano anterior.
Contudo, embora ambos os sistemas tivessem o mesmo objetivo de melhorar a conectividade e a segurança dos motoristas, especialmente porque “interfaces para telas móveis” era algo que as duas empresas já dominavam com maestria, o Google Android Auto acabaria por se sair melhor, em função de sua integração com o ecossistema Android, que já dominava o mercado global de smartphones naquela altura.

Há que se ressaltar que o Google Android Auto (e o Apple CarPlay) não era um sistema “instalado” no veículo, mas sim um aplicativo que rodava no próprio celular e que “projetava” a sua interface no sistema multimídia (ou de infoentretenimento como preferem alguns) do carro. Basicamente uma “tela remota”.
Esta tela projetada, entretanto, ganharia um formato que havia sido amplamente estudado pelos pesquisadores do Google (juntamente com vários órgãos de trânsito), produzindo uma interface com grandes botões, poucas distrações e que seguia as normas de segurança para condutores de veículos automotores.
Nesta mesma conexão com o veículo, trafegam também todo o conteúdo multimídia (músicas, vídeos, áudio de chamadas telefônicas, etc…), que são enviados a partir do celular como um streaming de vídeo.
Mas o veículo não tem um papel exclusivamente “passivo” nesta história. Ele fornece ao sistema Google Android Auto as informações da tela de toque, dos controles no volante, áudio do microfone, de velocidade e ainda do GPS embarcado no veículo, caso ele exista, capaz de fornecer informações de localização mais precisas que as do telefone.
Mas e os carros?
Com seu lançamento, entretanto, o Google Android Auto precisaria enfrentar um desafio significativo: a ausência de veículos compatíveis disponíveis no mercado. Isso porque, embora o aplicativo estivesse acessível para dispositivos com a versão 5.0 Lollipop do Android, não havia ainda no seu lançamento automóveis equipados com suporte à tecnologia.

O primeiro modelo, o Hyundai Sonata 2015, só viria a ser lançado em maio de 2015, sendo seguido por uma infinidade de montadoras ao redor do mundo, que estrategicamente optariam por oferecer aos seus clientes tanto a interface Apple CarPlay quando o Google Android Auto. Afinal, ninguém seria bobo de deixar um consumidor insatisfeito com seu carro só porque não poderia conectar seu smartphone preferido. 😊
Fabricantes de sistemas de som automotivos também não ficariam de fora da festa, com empresas como Pioneer, Kenwood, Panasonic e Sony integrando a tecnologia aos seus equipamentos.
Chegada ao Brasil
No Brasil, a expectativa era de que o Android Auto chegasse oficialmente no segundo semestre de 2015. Contudo, isso só viria a ocorrer em 23 de março de 2016, com as montadoras Chevrolet, Volkswagen e Honda disponibilizando os primeiros veículos compatíveis. No mesmo ano, Fiat, Ford, Hyundai, Mitsubishi e Suzuki prometiam oferecer o serviço em seus veículos.
Curiosamente, a liberação do download do programa na loja de aplicativos do Google só aconteceria alguns dias depois, em 4 de abril de 2016.
Nos anos que se seguiram o Android Auto evoluiria significativamente expandindo suas funcionalidades, passando a suportar telas de maior resolução, aplicativos de terceiros e personalizações, tornando-se cada vez mais indispensável aos motoristas.
Além disso, com a crescente popularidade de veículos elétricos e autônomos, a empresa vem trabalhando para que o Google Android Auto também ocupe um papel de protagonismo neste cenário futuro da mobilidade.
Fato é que estes sistemas veiculares conectados não só transformariam a “experiência” de dirigir um veículo, mas também influenciariam diretamente a maneira como as montadoras projetavam seus carros.
Isto porque a “lista de desejos” dos motoristas (ou o “pacote de felicidade”), que antes incluía direção assistida, ar-condicionado, vidros elétricos, câmera de ré, sensor de estacionamento, porta USB e freios ABS, agora precisava conter também uma boa central de conectividade, navegação e multimídia. 😊
E você, utiliza o Google Android Auto no seu dia a dia? Com qual finalidade?
Clique aqui e deixe seu comentário no final desta postagem! Sua participação é muito importante pra nós!
Vídeo(s):
*legendas disponíveis nos controles do Youtube, na opção “⚙ >> Legendas/CC >> Traduzir automaticamente”.
Mais em:
- A fundação do Google em 1998
- O Google Maps de 2005
- O sistema operacional Google Android de 2008
- As redes sem fio IEEE 802.11 WiFi de 1997
- A Android TV de 2014
- O Android Wear Operating System – Wear OS de 2014
- O Nexus Player de 2014
- O primeiro telefone Android HTC Dream T-Mobile G1 de 2008
*As imagens utilizadas nesta postagem são meramente ilustrativas e foram obtidas da internet.
Quer nos ajudar com doações de itens para o acervo do Museu Capixaba do Computador – MCC?
Entre em contato conosco por meio dos canais de comunicação identificados nos ícones abaixo, ou ainda por quaisquer uma das nossas redes sociais listadas no topo da página.
As doações também poderão ser entregues diretamente na sede do museu, neste endereço.
Para refrescar a memória e te ajudar a identificar alguns itens que buscamos, aqui você encontra nosso álbum de “Procura-se” .
Colabore você também com o primeiro museu capixaba dedicado à memória da tecnologia da informação!
Doe seus itens sem uso. Você ajuda a natureza e dá uma finalidade socialmente útil pra eles!