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Em 4 de dezembro de 1995, as empresas norte-americanas Netscape Communications Corporation e Sun Microsystems anunciavam oficialmente ao mundo a linguagem de programação JavaScript.

A história do JavaScript começaria em um momento de grande efervescência na Internet, o ano de 1995, quando a recém fundada Netscape Communications Corporation já liderava o de mercado com seu navegador Netscape Navigator, expandindo seu domínio frente ao seu principal concorrente NCSA Mosaic.

Dado que naquele período as páginas da internet eram, em sua maioria, estáticas e compostas apenas por textos e imagens fixas em HTML (como “panfletos digitais”), a Netscape perceberia a necessidade de adicionar “vida” aos conteúdos online.

Para tanto, a empresa buscaria criar uma linguagem de programação leve, que pudesse ser executada diretamente no navegador (no lado do cliente), para manipular elementos da página, validar formulários e criar pequenos efeitos, de forma a tornar a web mais interativa e dinâmica (e mais divertida).

Caberia ao engenheiro Brendan Eich, especialista na criação de linguagens de programação e que já havia trabalhado antes com Jim Clark, co-fundador da Netscape, a realização desta tarefa.

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O pai do JavaScript

Inicialmente, o plano de Eich era integrar uma linguagem já existente, como Scheme, Perl ou Python, ao Netscape, sem “reinventar a roda”. Mas disputas de mercado, especialmente contra a Microsoft, fariam a Netscape de aproximar da Sun Microsystems, que havia acabado de lançar sua linguagem de programação Java.

A questão era que a linguagem Java em si não era muito adequada ao universo web, possuindo um nível de complexidade relativamente elevado para a maioria os designers web e criadores de sites da época. Algo de mais fácil uso precisava ser concebido… fácil como uma linguagem “script”.

Nascia assim, durante o mês de maio de 1995 (em um prazo incrivelmente curto de apenas 10 dias), o primeiro protótipo da linguagem desenvolvida por Eich, inicialmente batizada como “Mocha” e logo em seguida renomeada para LiveScript, dando a entender tratar-se de uma linguagem “viva” e interativa.

Só que para aproveitar o imenso “hype” em torno da linguagem Java na época, a Netscape e a Sun realizariam um acordo de licenciamento e marketing, fazendo com que, em uma esperta jogada comercial, o LiveScript fosse rebatizado como “JavaScript”, quando do anúncio público da linguagem realizado no dia de hoje.

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A versão Netscape 2.0 já trazia suporte nativo ao JavaScript

É importante notar que, apesar do nome e de algumas semelhanças superficiais de sintaxe, o JavaScript é uma linguagem completamente diferente do Java, cuja confusão de nomenclatura, motivada estritamente por motivos marketeiros, perduraria por anos. Apesar disso, a “associação” dos nomes ajudaria a popularizar rapidamente a novidade, tanto entre desenvolvedores quanto empresas interessadas em explorar o potencial da jovem “web”.

A primeira implementação do JavaScript seria incorporada à versão beta inicial do Netscape Navigator 2.0, lançada em setembro de 1995 (ainda com o antigo nome LiveScript), e devidamente renomeada na versão Netscape Navigator 2.0 Beta 3, lançada logo após o anúncio público conjunto com a Sun Microsystems.

O impacto do JavaScript foi grande e imediato, mas não sem alguns “percalços”, vindo a enfrentar em seus primeiros anos uma grande fragmentação nas implementações de diferentes os navegadores, mais especialmente entre o Netscape Navigator e o Internet Explorer, da Microsoft.

Isso porque, vendo o enorme sucesso do Netscape Navigator, a Microsoft rapidamente desenvolveria sua própria implementação da linguagem para o seu navegador Internet Explorer 3.0, que chamaria de JScript para evitar problemas com a marca registrada.

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A disputa que viraria o terror dos webdesigners

Com estas duas implementações diferentes (JavaScript no Netscape e JScript na Microsoft), a web começaria a sofrer enormes problemas de compatibilidade, com códigos que funcionavam em um navegador, mas não no outro.

Este fato se tornaria um “terror” na vida dos desenvolvedores web, que ficavam entre a cruz e a espada ao se verem impossibilitados de criar um site capaz de funcionar bem em ambos os navegadores. Isso acabaria por criar aqueles famosos “selos”, exibidos nos cantos das páginas, informando “melhor visualizado com o Netscape” ou “melhor visualizado com o Internet Explorer” conforme a opção feita pelo webdesigner.

O padrão ECMAScript

Como saída para o caos criado e buscando garantir que o JavaScript fosse uma tecnologia aberta e padronizada, a Netscape enviaria a especificação da linguagem para organismo de padronização ECMA International (anteriormente conhecida por European Computer Manufacturers Association), que formalizaria, em junho de 1997, o padrão denominado ECMAScript (ECMA-262).

Esse seria um passo essencial para a universalização e evolução consistente do JavaScript, permitindo que diferentes navegadores pudessem passar a executar o mesmo código de forma “razoavelmente” previsível.

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O primeiro padrão ECMAScript de 1997

Durante os anos 2000, o JavaScript se consolidaria como uma peça indispensável da web, muito embora fosse relegado por alguns desenvolvedores como uma “linguagem de brinquedo”, usada apenas para pequenos truques de interface, como menus dropdown ou validação de formulários simples.

Mas o verdadeiro poder do JavaScript começaria a ser finalmente reconhecido com o advento do AJAX (Asynchronous JavaScript and XML). Um dos pilares da chamada Web 2.0, ele permitiria que as páginas web atualizassem pequenas partes de seu conteúdo sem a necessidade de recarregar a página inteira, revolucionando a experiência do usuário e transformando a web em algo muito mais parecido com as aplicações de desktop que conhecíamos.

A partir dele, frameworks e bibliotecas como jQuery simplificariam a escrita de códigos JavaScript, facilitando o uso da linguagem e permitindo a criação de animações, validações e efeitos interativos com poucas linhas de código.

A primeira década do século 21 marcaria o amadurecimento e a expansão do JavaScript para além dos navegadores (front-end). Seu ápice viria em 2009, quando Ryan Dahl criaria o Node.js, que passaria a permitir executar códigos JavaScript também no lado do servidor (back-end), abrindo caminho para aplicações completas desenvolvidas com uma única linguagem e solidificando seu status como uma linguagem de programação full-stack (de ponta a ponta).

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Alguns dos inúmeros frameworks existentes

Poucos anos depois, frameworks como AngularJS (2010), Bootstrap (2011), React (2013) e Vue.js (2014) transformariam o desenvolvimento web, tornando o JavaScript a base de interfaces modernas e interativas em praticamente todos os sites e aplicativos da internet.

Ao longo de sua história, o JavaScript passaria por diversas revisões da especificação ECMAScript, como a ECMAScript 2 (1998), ECMAScript 3 (1999) e a ECMAScript 4, cujos trabalhos iniciados em 2000 foram frustrados pela Microsoft. Os esforços, contudo, não cessariam, sendo retomada a padronização com ECMAScript 5 (2009) e ECMAScript 6 (2015), com as versões posteriores sendo lançadas anualmente.

Ao mesmo tempo, sua aplicação se expandiria para áreas como aplicativos móveis, jogos, dispositivos embarcados, inteligência artificial e até mesmo em Internet das Coisas (IoT), mantendo-se como uma das linguagens mais populares do mundo.

Nada mal para algo que levou 10 dias para ser criado…😊


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Vídeo(s):

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*As imagens utilizadas nesta postagem são meramente ilustrativas e foram obtidas da internet.


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