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Em 15 de junho de 1987, a norte-americana CompuServe criava o formato GIF de imagens, um dos mais populares da história.

Criado no dia de hoje pela empresa CompuServe Information Service, famoso provedor de serviços online norte-americano, o formato de arquivos de imagem GIF (Graphics Interchange Format) foi uma solução concebida com o objetivo de viabilizar o envio de imagens de alta qualidade, através das lentas redes de dados (via “modems”) existentes nos anos 80.

Desenvolvido pelo cientista da computação Stephen Earl Wilhite (Steve Wilhite), juntamente com sua equipe, a primeira versão GIF87a foi projetada para ser compacta e versátil, utilizando-se de algoritmos compressão sem perdas (lossless) para reduzir o tamanho dos arquivos sem comprometer a qualidade visual, tornando-se um dos pilares da comunicação digital e permanecendo relevante e em uso mesmo décadas depois de sua criação.

Além da enorme redução do volume de dados proporcionada pelo formato, outra de suas características mais notáveis decorreu de uma nova funcionalidade introduzida em 1989, com introdução da versão GIF89a da especificação.

Esta nova versão acrescentava ao formato a capacidade de suportar animações simples, permitindo assim que imagens se tornassem dinâmicas, transformando o formato em uma ferramenta criativa para expressar ideias, humor e emoções.

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A limitação do número de cores do GIF resulta em imagens fotográficas de baixa qualidade.

Além das animações, o GIF89a também passou a contar com uma funcionalidade básica de “transparência”, permitindo que elementos visuais pudessem ser sobrepostos a diferentes fundos.

Sua simplicidade e recursos fariam do “GIF animado” um elemento essencial da cultura da internet, popularizado por memes e reações animadas que hoje dominam redes sociais e plataformas de mensagens.

Mas apesar de sua grande utilização, o formato possui limitações técnicas, como uma paleta de apenas 256 cores, que podem ser insuficientes para imagens mais detalhadas ou realistas (como fotografias). Esta limitação, por outro lado, ajudaria a manter os arquivos de imagens “leves”, algo crucial nos anos 1980 e 1990, quando as velocidades de conexão via modems com os BBSs, e posteriormente com a Internet, eram extremamente lentas.

Durante os anos 1990, com a popularização da World Wide Web, o GIF se tornaria o padrão “de fato” para exibição de gráficos, logotipos e banners em sites, principalmente porque navegadores como o Netscape Navigator passaram a suportá-lo nativamente. Sua capacidade de exibir animações simples sem a necessidade de uso de plugins ou software adicional foi um divisor de águas para o design da web.

Sua popularidade, porém, enfrentaria um declínio temporário no início dos anos 2000, com o surgimento de tecnologias mais avançadas, como o Flash, bem como de outros formatos de imagem, como o JPEG e o PNG.

Este cenário sofreria nova mudança a partir de 2010, quando o GIF experimentaria um renascimento, impulsionado especialmente pelas redes sociais e plataformas de compartilhamento de conteúdo. Sites como Giphy e Tenor transformariam o formato em uma linguagem visual universal, integrando imagens GIF aos aplicativos de mensagens como WhatsApp e Messenger.

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Uma infinidade de imagens GIF estavam disponíveis para os criadores de sites

Apesar de sua longevidade, o GIF não está isento de críticas. Sua eficiência na compressão das imagens já foi superada por formatos modernos, como o APNG e o WebP, que oferecem melhor qualidade visual e suporte a animações, produzindo tamanhos de arquivo menores.

Além disso, o GIF não foi projetado para áudio, o que limita suas possibilidades como meio de comunicação multimídia. Ainda assim, sua simplicidade e compatibilidade universal ainda garantem seu uso contínuo em diversas aplicações.

A questão da patente

A equipe de desenvolvimento do formato GIF utilizou em sua construção um algoritmo de compressão conhecido como Lempel-Ziv-Welch (LZW), um método sem perdas criado no final dos anos 70 pelos cientistas israelenses Jacob Ziv e Abraham Lempel e pelo estadunidense Terry Welch.

Este algoritmo, publicado por Welch sob a forma de artigo científico em um periódico do IEEE em 1984, tornaria o método uma solução popular para a compressão de dados. Esta popularidade faria com que a equipe da CompuServe o adotasse na implementação do novo formado GIF. Este mesmo algoritmo foi também base para a criação do software “compress”, amplamente utilizado em sistemas operacionais tipo UNIX.

Welch teve o cuidado, entretanto, de no ano anterior à publicação, requerer a patente do novo algoritmo, concedida em 10 de dezembro de 1985. Esta patente seria posteriormente transferida à Sperry Corporation, chegando finalmente à posse da Unisys, quando de sua criação em decorrência da fusão da Sperry com a Burroughs Corporation.

Após tomar conhecimento, em janeiro de 1993, de que o algoritmo LZW havia sido usado, sem sua autorização, no formato GIF, a Unisys exigira da CompuServe o pagamento de royalties pelo uso de sua tecnologia, o que incluiria também todo e qualquer programa de computador de terceiros que tivesse a habilidade de gravar ou ler imagens GIF.

A questão é que o artigo de Welch IEEE Computer magazine não fazia qualquer menção à patente requerida, dando aos leitores a impressão de que poderia ser livremente implementado.

Em sua defesa, a CompuServe alegou que não tinha conhecimento da patente do algoritmo LZW. A Unisys, por sua vez, também nunca havia declarado publicamente que detinha a patente da tecnologia, só vindo a questionar a CompuServe sete anos depois do GIF já estar amplamente em uso.

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Um site típico dos anos 90, cheio de GIFs em forma de banners, botões e animações

Pondo fim à discussão, CompuServe e Unisys chegariam a um acordo em 24 de dezembro de 1994, com a divulgação da informação de que todos os desenvolvedores que utilizaram o algoritmo em seus softwares teriam que obter uma licença da Unisys.

É claro que a revolta foi generalizada, resultando em ataques ao site da Unisys e na criação da campanha “Burn all GIFs” (queimem todos os GIFs), que propunha o boicote ao uso do formato. Este movimento faria ainda que fosse criado um novo formato de arquivo, o PNG, livre de royalties.

A despeito de toda a controvérsia, o impacto cultural do GIF vai além da tecnologia, tornando-se um ícone da expressão digital, permitindo que usuários comuniquem emoções, ideias e humor de maneira instantânea e visual.

Memes, reações cômicas, momentos históricos e pequenos clipes de filmes e programas de TV são frequentemente compartilhados como GIFs em loops infinitos, transcendendo sua função original como formato de arquivo e proporcionando uma maneira rápida e visualmente envolvente de transmitir emoções e mensagens.


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Vídeo(s):

*legendas disponíveis nos controles do Youtube, na opção “⚙ >> Legendas/CC >> Traduzir automaticamente”.

O que é o GIF?
Explicando os formatos de arquivos de imagem
Homenagem a Steve Wilhite durante o evento Webby Lifetime Achievement
Mais em:



*As imagens utilizadas nesta postagem são meramente ilustrativas e foram obtidas da internet.


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