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Em 3 de fevereiro de 1995, a fabricante norte-americana de chips Intel lançava sua nova linha de microprocessadores Intel Pentium Overdrive.

Projetado para permitir que usuários de PCs mais antigos, equipados com processadores Intel 80486 com soquetes modelo Socket 3, atualizassem suas máquinas para a nova tecnologias Pentium (sem a necessidade de substituir a placa-mãe), o microprocessador de 32bits Intel Pentium OverDrive foi uma aposta da empresa para fazer frente ao mercado concorrente, repleto de modelos 486 “bombados”.

Colocando-se como uma alternativa econômica para aqueles que, por algum motivo, não podiam adquirir um computador novo, mas queriam experimentar as melhorias oferecidas pelos modernos processadores Intel Pentium, como maior velocidade, melhor performance em operações com números de ponto flutuante e suporte a instruções otimizadas para multimídia, o Intel Pentium OverDrive era especialmente atrativo para aqueles que necessitavam rodar softwares mais “pesados”, como sistemas CAD e de processamento gráfico.

Construído a partir de 3,2milhões de transistores, sua primeira geração contou com modelos com velocidades de clock variando de 63 MHz a 83 MHz, que incorporavam a tecnologia dos múltiplos pipelines de execução do Pentium (que permitia a execução paralela de várias instruções), o que melhorava substancialmente sua eficiência geral. Além disso, o Intel Pentium OverDrive incluía 16 KB de memória cache L1 interna, dividida igualmente entre dados e instruções, otimizando ainda mais seu desempenho.

Buscando tornar o processo de upgrade mais simples, além de vir de fábrica um dissipador de calor embutido, o Intel Pentium OverDrive possuía um multiplicador interno de frequência de clock (como nos seus antecessores Intel 80486 DX/2 e DX/4), que permitia sua instalação mesmo em modelos de computadores mais antigos, que operassem em frequências a partir de 20Mhz.

microprocessador Intel Pentium Overdrive 2
Vista ao microscópio

Outro recurso interessante do Intel Pentium OverDrive era sua capacidade de monitorar o estado do ventilador de resfriamento (cooler) integrado, reduzindo sua velocidade de clock caso fosse verificado que o ventilador não estivesse operando corretamente, a fim de evitar superaquecimentos e danos permanentes ao processador. Um primeiro esboço dos sistemas de proteção térmica existentes nos microprocessadores modernos. 😊

Seu lançamento seria acompanhado por estratégias de marketing que buscariam enaltecer sua capacidade de estender a vida útil dos computadores existentes, com a Intel investindo massivamente no argumento do “custo-benefício”, enfatizando a perspectiva de que o processador proporcionaria uma experiência semelhante à de um PC Intel Pentium completo, sem, contudo, o ônus da aquisição de um novo sistema.

Mas apensar da Intel tê-lo projetado para ser facilmente instalado nos soquetes i486 existentes, nem todas as placas-mãe o suportavam nativamente, o que exigiria que alguns usuários atualizassem o firmware de seus sistemas, a fim de garantir que o BIOS da placa-mãe fosse capaz de reconhecer o novo processador, fato que acabaria por criar uma barreira para os usuários menos experientes.

Muitos destes problemas de compatibilidade decorreriam do fato dos fabricantes terem projetado placas-mãe para o novo processador sem sequer ter um exemplar em mãos, o que por si só já seria um grande indicador de problemas. 😊

microprocessador Intel Pentium Overdrive 4
Sua embalagem prometia ganhos de performance que chegavam a 244% em alguns casos

Além disso, nos modelos em que o Intel Pentium OverDrive funcionava bem nativamente, também funcionavam bem os concorrentes 486 DX4 e 5×86, que, além de terem performance similar, custavam uma fração do preço.

Outra questão era que “pegou” foi seu desempenho.

Tendo sido anunciados ganhos de performance superiores a 100%, embora o Intel Pentium OverDrive conseguisse realmente um resultado superior ao de um Intel 80486 padrão, na prática seu desempenho não era exatamente o mesmo de um sistema Intel Pentium nativo.

Isso decorria de uma série de fatores, como limitações intrínsecas da arquitetura das placas i486, largura inferior do barramento de dados, problemas com acesso à memória cache L2 externa (existente nas placas-mãe) ou mesmo o uso de softwares ainda não otimizados para a arquitetura Pentium. Além disso, questões como aquecimento e compatibilidade com certos aplicativos e sistemas operacionais também foram pontos de preocupação e queixas.

O sucesso abaixo do esperado, especialmente com o lançamento nos meses seguintes de concorrentes de peso como o AMD Am5x86 e Cyrix 5×86, fariam com a Intel abandonasse o conceito algum tempo depois, embora ainda viesse a lançar posteriormente o modelo Pentium II OverDrive.

Apesar da nomenclatura similar, é importante não confundir o Intel Pentium OverDrive com o modelo anterior Intel 486 Overdrive, lançado em maio de 1992, que se tratava, basicamente, de uma versão do i486 com clock interno multiplicado.

O Pentium OverDrive Socket 4, 5 e 7

Além dos Intel 80486, os próprios Pentiuns também pegariam carona na onda OverDrive!

Os primeiros deles, modelo PODP5V (Pentium OverDrive 5V), lançados em 4 de março de 1996, foram ofertados como uma atualização para os sistemas Pentium de 60 e 66 MHz (Socket 4) de primeira geração, duplicando sua velocidade interna de operação para até 133Hz.

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Versões Pentium OverDrive Socket 4 e Pentium OverDrive MMX Socket 5

Foram seguidos dos modelos PODP3V (de 3,3V), agora capazes de alcançar até 166MHz de velocidade, substituindo as CPUs Intel Pentium de 75, 90 e 100Mhz com soquete padrão Socket 5.

Por fim, em 3 de março de 1997, a família Intel Pentium OverDrive receberia o Pentium OverDrive MMX (PODPMT), capazes de substituir os antigos processadores Intel Pentium de 120 a 200MHz (Socket 5 e 7) por versões com os novos recursos MMX.

O Pentium II OverDrive

Esticando um pouco mais a corda da proposta OverDrive, a Intel produziria ainda, em agosto de 1998, o “último suspiro” da linha, o Intel Pentium II OverDrive (PODP66X333), criado como uma atualização para os modelos Pentium Pro (1995) de 150 a 200Mhz, que utilizava soquete padrão Socket 8.

microprocessador Intel Pentium Overdrive 5
Pentium II OverDrive: último modelo

Capaz de elevar o Intel Pentium Pro a velocidades de até 333MHz, tratava-se basicamente de um Intel Pentium II XEON acomodado em um soquete tipo Socket 8, o que lhe conferia uma performance extraordinária para a época.

Chegou ao mercado, entretanto, com o “timing” errado, desembarcando quando já estavam disponíveis processadores Intel Pentium II operando em 450MHz de velocidade, além do próprio Intel Pentium II Xeon. Para piorar, no ano seguinte, os Intel Pentium III rodando a 600 MHz seriam apresentados, desestimulando ainda mais sua adoção.

Com o fracasso deste último modelo, a Intel abandonaria definitivamente a linha OverDrive de microprocessadores.


E você, teve algum dos modelos do microprocessador Intel Pentium OverDrive? Como foi a experiência?

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Vídeo(s):

*legendas disponíveis nos controles do Youtube, na opção “⚙ >> Legendas/CC >> Traduzir automaticamente”.

Intel 486 DX4 vs Intel OverDrive
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*As imagens utilizadas nesta postagem são meramente ilustrativas e foram obtidas da internet.


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