Gostou? Curta, comente e compartilhe a publicação original! Ajude a divulgar o projeto! Deixe seu comentário no final desta postagem!

Em 12 de agosto de 1960, NASA colocava em órbita o satélite Echo 1, primeiro experimento bem-sucedido de comunicação em longa distância via satélite passivo.

Desenvolvido pela então recém fundada NASA, a agência espacial dos Estados Unidos, a partir de ideias propostas pelos pesquisadores John Robinson Pierce e Rudolf Kompfner, o Echo 1 não era um satélite no sentido que conhecemos hoje, repleto de equipamentos eletrônicos complexos, mas sim uma gigantesca esfera inflável, um balão de comunicação “passivo”

No auge da Guerra Fria e da corrida espacial, especialmente após o lançamento do Sputnik 1 pelos soviéticos em 4 de outubro de 1957, o projeto tinha como objetivo testar e demonstrar a possibilidade de refletir sinais de rádio através do espaço, algo que, até então, era apenas uma hipótese teórica, provando que a comunicação por satélite era viável, passo fundamental para o mundo conectado em que vivemos hoje.

satélite Echo 1 2
A cápsula do Echo 1 na ponta do foguete Thor-Delta

Lançado no dia de hoje a partir da estação da Força Aérea em Cabo Canaveral (Flórida), a bordo de um foguete Thor-Delta, o satélite Echo 1 tinha por conceito usar a superfície do balão como um “espelho” de micro-ondas, onde estações de rádio na Terra enviariam sinais para o satélite, que os refletiria de volta para outro ponto distante do planeta.

A bem da verdade, este lançamento se tratava do segundo modelo, o Echo 1A, visto que a primeira tentativa de lançamento, ocorrida em 13 de maio de 1960, havia fracassado, com o foguete e sua carga útil (o Echo 1) tendo se perdido no Oceano Atlântico em vez de entrar em órbita.

O satélite Echo 1 era uma esfera de 30 metros de diâmetro e mais de 70kg de peso depois de inflada, construída com uma fina película de Mylar (um tipo de poliéster resistente recém-criado pela DuPont), com apenas 12,7 micrômetros de espessura, revestida com alumínio para refletir sinais de rádio. Um feito de engenharia notável para a época.

Uma vez em órbita, a esfera (acomodada em uma pequena cápsula no nariz do foguete) foi inflada até sua forma esférica final por um pequeno cilindro de gás. Após sua total expansão, o satélite era tão brilhante, refletindo a luz solar de maneira intensa, que se tornava visível a olho nu em muitos locais da Terra, parecendo uma estrela em movimento rápido no céu noturno, o que o tornaria um “fenômeno” popular, contribuindo para aumentar o interesse público em torno dos projetos espaciais em curso.

satélite Echo 1 3
Um dos exemplares do Echo “espremido” em sua cápsula de lançamento

No mesmo dia, um sinal de rádio foi enviado da Califórnia (JPL Goldstone), para Nova Jersey (Laboratórios Bell), na costa leste dos Estados Unidos, usando o satélite como retransmissor. A voz refletida pelo Echo 1 percorreu quase 3.000 quilômetros em tempo real, fazendo desta a primeira comunicação transcontinental bem-sucedida via satélite.

Esse feito abriria caminho para futuras tecnologias de comunicação por satélite, demonstrando que era possível estabelecer uma rede global de comunicações, superando a curvatura da Terra e permitindo a transmissão de dados, voz e, mais tarde, até mesmo imagens, em tempo real para longas distâncias.

Além de seu papel nas comunicações, o Echo 1 também forneceu dados valiosos sobre densidade atmosférica, pressão de radiação solar e outras características do ambiente espacial da órbita terrestre baixa, oferecendo oportunidades únicas para a realização de experiências científicas e de engenharia.

Embora se tratasse de um satélite passivo, não havendo como controlá-lo diretamente ou ajustá-lo após o lançamento, o Echo 1 permaneceria em órbita e funcionalmente ativo por muito mais tempo que o esperado, apesar de ter sido projetado para durar apenas algumas semanas.

satélite Echo 1 4
Registro do feito em revista da época

Mas a estrutura do balão começaria a se deformar gradualmente em função do impacto de micrometeoritos e da pressão da radiação solar, o que afetaria também sua capacidade de reflexão. Como resultado desta deterioração, sua órbita começaria a decair lentamente, até reentrar na atmosfera da Terra e se desintegrar em 24 de maio de 1968, depois de quase oito anos em órbita.

A NASA lançaria ainda um segundo balão, o Echo 2, em 25 de janeiro de 1964, ainda maior, com 41 metros de diâmetro, projetado para ser mais rígido e durável. Ele continuaria os experimentos de comunicação e serviria como um alvo de teste para estações de rastreamento e radar. Da mesma forma que o primeiro modelo, ele também se desintegraria na atmosfera terrestre, marcando o fim da era dos satélites passivos de comunicação e abrindo a porta para a próxima geração, equipados com seus próprios transponders e sistemas de energia, que se tornariam a espinha dorsal das telecomunicações modernas.

O Echo 1 contribuiria ainda para outra importante descoberta científica. A fim de se comunicar com o Echo 1, a Bell Labs construiu uma antena em forma de chifre (Holmdel Horn) de 15 metros, com a qual, os radioastrônomos Arno Penzias e Robert Wilson, detectariam o sinal o que ficaria conhecido como Radiação Cósmica de Fundo em Micro-ondas (CMBR), que forneceria a primeira evidência real do Big Bang, levando-os ao Prêmio Nobel de Física em 1978.

satélite Echo 1 5
A antena do sistema, que também seria responsável pelo Premio Nobel

Embora o Echo 1 não tivesse a sofisticação dos futuros satélites de comunicação, como o Relay I, o Telstar ou o Intelsat I Early Bird, ele foi um passo decisivo no caminho para a construção de uma infraestrutura global de telecomunicações baseada no espaço.


E você, que outras aplicações de comunicações via satélite conhece?

Clique aqui e deixe seu comentário no final desta postagem! Sua participação é muito importante pra nós!

Vídeo(s):

*legendas disponíveis nos controles do Youtube, na opção “⚙ >> Legendas/CC >> Traduzir automaticamente”.

Satélite ECHO NASA (1960)
Videodocumentário sobre o projeto ECHO
Vídeo da NASA sobre o ECHO 1
Mais em:



*As imagens utilizadas nesta postagem são meramente ilustrativas e foram obtidas da internet.


Quer nos ajudar com doações de itens para o acervo do Museu Capixaba do Computador – MCC?

Entre em contato conosco por meio dos canais de comunicação identificados nos ícones abaixo, ou ainda por quaisquer uma das nossas redes sociais listadas no topo da página.

WhatsAppmessengerinstagram directemail
Clique no ícone desejado e entre em contato conosco!

As doações também poderão ser entregues diretamente na sede do museu, neste endereço.

Para refrescar a memória e te ajudar a identificar alguns itens que buscamos, aqui você encontra nosso álbum de “Procura-se” .

Colabore você também com o primeiro museu capixaba dedicado à memória da tecnologia da informação! 

Doe seus itens sem uso. Você ajuda a natureza e dá uma finalidade socialmente útil pra eles!



Gostou? Curta, comente e compartilhe a publicação original! Ajude a divulgar o projeto! Deixe seu comentário no final desta postagem!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *