O Universal Product Code UPC de 1974
Em 26 de junho de 1974, em uma loja da rede Marsh Supermarket da cidade Troy/Ohio/EUA, a operadora de caixa Sharon Buchanan lia, pela primeira vez na história, um código de barras Universal Product Code – UPC.
Talvez você não ligue o “nome à pessoa”, mas certamente você já deve tê-lo visto muitas vezes em sua vida. 😊
O Universal Product Code (UPC) é um sistema de código de barras amplamente utilizado na atualidade para identificar produtos em lojas, supermercados e em quase todos os tipos de comércios. É exatamente aquele código que a caixa do supermercado lê para registrar o item que você está comprando.
Mas embora a tecnologia tenha se popularizado apenas na década de 70, época em que havia começado a se tornar viável comercialmente, o “conceito” de um sistema de código de barras não era algo “novo”, tendo sido proposto inicialmente lá pelos idos da década de 40.
Se formos um pouco mais “livres” nesta busca, chegaríamos ainda à máquina de tabular de Herman Hollerith de 1889, um dos primeiros exemplos de automatização de leitura de dados, claramente inspirado no sistema inventado por Joseph Marie Jacquard para controlar operações de tecelagem.
A data de hoje, 26 de junho de 1974, registra o histórico momento em que, através de uma nova tecnologia computadorizada, o primeiro produto com um código de barras UPC era escaneado em uma loja da rede Marsh Supermarket, da cidade estadunidense de Troy/Ohio, pela operadora de caixa Sharon Buchanan: um pacote de chicletes Wrigley’s Juicy Fruit.
Esse evento é considerado o nascimento do uso comercial dos códigos de barras, que rapidamente se tornariam um componente essencial na indústria de varejo.
O código
Proposto em 1973 pela organização sem fins lucrativos Uniform Grocery Product Code Council (UGPCC), posteriormente rebatizada como Uniform Code Council (UCC) e que mais tarde se fundiria com a EAN International para criar a Global Standards One (GS1), o UPC teve sua versão final concebida pelo engenheiro da IBM George Joseph Laurer III.
Laurer havia iniciado suas pesquisas quatro anos antes, em 1969, quando a IBM o havia designado para criar uma solução para leitura de etiquetas em supermercados. Após muita pesquisa e vários resultados insatisfatórios, chegariam finalmente em 1972, com a colaboração de Heard Baumeister e William Crouse, à solução que seria posteriormente apresentada à UGPCC e escolhida, dentre várias concorrentes, em 3 de abril de 1973.
Caberia ao pesquisador Murray Eden, consultor do projeto junto à UGPCC, colocar a “cereja do bolo” na proposta, apresentando a genial ideia de acrescentar, na parte de baixo das barras, sua representação numérica, possibilitando que qualquer “humano” fosse capaz de identificar o código, mesmo na ausência (ou falha) de um leitor óptico.
O UPC é um código simbólico composto por uma série de barras verticais pretas e espaços brancos de diferentes espessuras, que representam um número de 12 dígitos (exclusivamente números, sem letras ou quaisquer outros símbolos), divididos em quatro partes.
A primeira destas partes, o primeiro dígito, indica a categoria do produto ou a estrutura do código. Por exemplo, “0” é usado para produtos regulares (como alimentos), enquanto “2” pode ser usado para itens pesados em loja, como carne e produtos do setor de hortifruti.
Os cinco dígitos seguintes identificam o fabricante do produto, cuja atribuição designá-lo é competência da GS1, sendo este número exclusivo para cada fabricante.
Através do próximo conjunto de cinco dígitos, os fabricantes designam códigos que vão identificar seus próprios produtos, de forma unívoca, diferenciando-os conforme as características específicas de cada um, como o tamanho, cor, sabor ou variações.
Cabe ao último dígito a missão de agir como “dígito de verificação”, sendo calculado a partir dos outros 11 dígitos anteriores, de forma a garantir que o código tenha sido escaneado corretamente.
Benefícios
A adoção do UPC trouxe consigo muitas vantagens e benefícios, como por exemplo o de tornar o processo de fechamento da compra (checkout) significativamente mais rápido, reduzindo filas e melhorando a experiência do cliente.
A possibilidade de escanear produtos automaticamente permitiu também um controle de inventário muito mais preciso e eficiente, facilitando a reposição de estoque e a gestão logística.
Ao mesmo tempo, esta automatização na leitura dos dados dos produtos reduziu sobremaneira os erros humanos associados à digitação manual, até então utilizada.
Outra área em que o sistema trouxe melhorias foi o de permitir a coleta de dados estatísticos de vendas, ajudando os comerciantes a entenderem melhor as preferências dos consumidores e tendências de consumo, auxiliando-os na tomada de decisões.
Evolução
Nos anos que seguiram sua implantação, o UPC evoluiu e se adaptou às necessidades dos diversos segmentos da indústria e do comércio, sendo complementado por vários outros padrões de códigos de barras, como o European Article Number (EAN), compatível com o UPC e amplamente utilizado fora da América do Norte.
Atualmente, o uso de códigos de barras está presente em praticamente todos os setores, incluindo logística, saúde, comércio eletrônico e manufatura, tendo evoluído para sistemas de códigos tipo QR Code (bidimensional) e RFID (por radiofrequência), que estenderam as possibilidades do sistema original, viabilizando seu uso na Web e em dispositivos da Internet das Coisas (IoT).
O histórico pacote de chicletes está em exibição no Museu Nacional da História Americana (Smithsonian), em Washington/EUA, marcando este momento de radical mudança.
E você, lembra de quando viu um código de barras pela primeira vez?
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Vídeo(s):
*legendas disponíveis nos controles do Youtube, na opção “⚙ >> Legendas/CC >> Traduzir automaticamente”.
Mais em:
- A patente da Máquina de Tabular de Hollerith de 1889
- A luz LASER de 1960
- A International Business Machines Corporation IBM de 1911
- O primeiro servidor de páginas web de 1991
- O artigo “Gerenciamento de Informações: Uma Proposta” de 1989
*As imagens utilizadas nesta postagem são meramente ilustrativas e foram obtidas da internet.
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