O computador Colossus Mark I de 1943
Em dezembro de 1943, o computador Colossus Mark I era enviado à instalação “secreta” de Bletchley Park, do governo inglês.
O Colossus tratava-se de uma máquina computacional eletrônica, que tinha por missão ajudar aos cientistas britânicos a “quebrar” o sistema de codificação de Lorenz, usado pelo exército nazista.
Foi construído pelo engenheiro do Correio Britânico Tommy Flowers, a pedido do matemático Max Newman, membro da equipe de cientistas de Bletchley Park, secreta instalação militar britânica onde funcionava a Government Code and Cypher School – GC&CS (Escola de Código e Cifra do Governo).
Na construção do primeiro protótipo, Flowers planejou usar mais de 1.500 válvulas eletrônicas, o que resultava em uma probabilidade grande de falhas, dada a baixa confiabilidade deste componente na época.
Entretanto, Flowers, que já tinha longa experiência na construção de amplificadores e repetidores para os sistemas do Correio, já tinha percebido que, se mantidas permanentemente ligadas, as válvulas apresentavam uma taxa de falhas muito baixa.
E, embora enfrentando o ceticismo de toda a equipe, Flowers provou que estava certo, entregando o sistema funcional em dezembro de 1943, quando foi desmontado e enviado para Bletchley Park.
Após ser remontado em seu novo endereço pelos engenheiros Harry Fensom e Don Horwood, o Colossus Mark I entraria em operação definitiva no dia 5 de fevereiro de 1944.
Voltando às máquinas criptográficas alemãs, pra quem achava que a famosa máquina Enigma de codificação nazista era o cão chupando manga com seus 3 discos de codificação, a máquina de Lorenz tinha “só” 12, o que aumentava exponencialmente as possibilidades de combinações de códigos.
Felizmente (para o exército aliado), dada sua maior complexidade e custo, só era usada pelo alto escalão do exército alemão.
Para o processo de quebra da criptografia, o Colossus recebia um conjunto de cartões perfurados como entrada, contendo possíveis soluções para um código a ser testado.
A partir destes dados, o sistema processava todas as combinações planejadas para o teste da validade do código. Isso agora levava apenas algumas horas, em vez das semanas que o processo manual anterior tomava.
Contudo, apesar da enorme ajuda que o Colossus trouxe, os pesquisadores contaram também com um bom golpe de sorte, quando, em um “vacilo”, um telegrafista alemão retransmitiu duas vezes seguidas a mesma mensagem, usado o mesmo código de cifragem, mas mudando algumas letras.
Isso bastou para que os cientistas ingleses de Bletchley Park criassem um modelo matemático da máquina de Lorenz sem nunca terem visto uma.
Dado seu extraordinário e estratégico mecanismo, a existência da máquina de Lorenz, bem como a dos computadores Colossus, permaneceu oculta até os anos 70.
Colossus Mark II
Um segundo modelo “melhorado” seria encomendado pelo governo inglês, tendo quatro unidades iniciais contatadas em março de 1944 e mais oito no final de abril do mesmo ano.
Batizado como Colossus Mark II, o primeiro exemplar projetado pelos cientistas Tommy Flowers, William Chandler, Sidney Broadhurst e Allen Coombs entraria em funcionamento pela primeira vez em 1 de junho de 1944, com as demais unidades sendo entregues mensalmente.
Muito mais simples de operar, agora utilizando 2400 válvulas eletrônicas em sua construção e um mecanismo de leitura óptica para entrada de dados, lançava mão de registradores de deslocamento para quintuplicar a velocidade de processamento.
Durante a 2ª guerra, no total dez computadores Colossus foram colocados em operação, dos quais apenas duas unidades foram preservadas. Uma delas está no Museu Nacional de Computação em Bletchley Park.
Para conhecer ou relembrar:
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