O disco vinil Long-Play LP de 1948
Em 21 de junho de 1948, em uma coletiva de imprensa no hotel Waldorf Astoria de Nova Iorque, a empresa Columbia Records lançava o primeiro sistema de disco de vinil long-play LP da história.
Marco na história da tecnologia musical, o disco de vinil de longa duração, também conhecido como LP (Long Play), foi projetado para substituir os antigos discos de 78 rotações por minuto (RPM), estendendo sua duração de 4 para mais de 20 minutos por lado, permitindo que gravações mais longas e de alta qualidade pudessem ser executadas agora também em toca-discos, e não só em fitas magnéticas.
Mas esta não era a primeira vez que um padrão de LP era apresentado por uma empresa ao mercado, com a primeira tentativa tendo sido feita pela empresa concorrente RCA Victor em 1931. Contudo, dificuldades técnicas, como a baixa durabilidade dos discos, somados à grande depressão econômica, fizeram com que o projeto fosse abortado dois anos depois.
Liderada pelo inventor húngaro-americano Peter Carl Goldmark (nascido como Péter Károly Goldmark), a equipe de pesquisa da CBS Laboratories (instituição de pesquisa do grupo do grupo de mídia CBS Broadcasting Inc, do qual a Columbia Records fazia parte) retomaria os trabalhos de desenvolvimento do novo formato de disco de reprodução mais longa só em 1939, cuja criação envolveria diversos avanços tecnológicos e inovações na indústria fonográfica da época.
Em primeiro lugar, foi necessário criar uma nova tecnologia de gravação, com um novo sistema que utilizava sulcos mais finos e mais próximos uns dos outros, permitindo um maior tempo de reprodução por lado.
Sim! Caso você nunca tenha visto um, o LP tinha dois lados de reprodução. 😊
Além disso, a velocidade de rotação do disco LP foi reduzida para 33 1/3 RPM, o que permitia um tempo de reprodução mais longo em comparação com os discos de 78 RPM.
Essa redução na velocidade também contribuía para uma melhor qualidade de áudio, reduzindo o ruído decorrente do atrito na superfície e proporcionando uma reprodução mais precisa.
Outro avanço importante foi o desenvolvimento de uma nova agulha e de um “braço” fonográfico, que pudessem reproduzir com precisão os sulcos mais finos do LP, sem desvios e sem gerar danos ao disco.
A Columbia Records também aprimoraria a qualidade dos materiais utilizados na fabricação dos discos, resultando em uma maior durabilidade e menor desgaste.
Também produzido pela Columbia Records no mesmo ano, o primeiro disco LP lançado comercialmente continha gravações de peças de música clássica, aproveitando a capacidade estendida do novo formato para reproduzir obras musicais completas em um único disco.
Tratava-se do álbum “Mendelssohn: Concerto em mi menor para violino e orquestra“, interpretado pelo violinista Nathan Milstein, acompanhado pela Orquestra Filarmônica de Nova York, sob a regência do maestro Bruno Walter.
No Brasil, a novidade chegaria em janeiro de 1951, quando a gravadora Sociedade Interamericana – Sinter (usando o selo da Capitol Records) colocou no mercado um LP de dez polegadas com o título “Carnaval em long playing“, contendo uma compilação de músicas carnavalescas.
O lançamento do LP revolucionaria a indústria fonográfica, tornando-se o formato principal para música gravada já na década de 50. Dominaria o mercado por várias décadas, até ser gradualmente substituído por formatos digitais e mídias físicas mais compactas, como CDs e, posteriormente, arquivos de música digital e streaming.
Entretanto, mesmo com o avanço da tecnologia, o disco LP mantém até hoje seu “charme”, sendo enormemente valorizado e cultuado por audiófilos e entusiastas da música, oferecendo uma experiência nostálgica e uma qualidade sonora analógica única.
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