A Apple iTunes Music Store de 2003
Em 28 de abril de 2003, a norte-americana Apple lançava sua famosa loja online de músicas Apple iTunes Music Store.
Dois anos antes, em janeiro de 2001, talvez buscando surfar a onda “mp3” que havia invadido a Internet desde o lançamento do Napster em 1999, a Apple havia dado um primeiro passo em direção ao universo da música digital, lançando seu software homônimo “iTunes”.
Tratava-se de um aplicativo destinado à reprodução de áudio (jukebox) e que ainda era capaz de gerenciar a biblioteca de músicas dos felizes proprietários de computadores Macintosh, exclusivamente. Ou seja, os usuários Windows foram colocados no cantinho do pensamento. 😭
Mas o aplicativo não possuía nenhuma funcionalidade de conexão à Internet para obtenção de novas músicas, cabendo aos próprios usuários o trabalho de converter seus CDs para o formato mp3 ou então copiar arquivos externos preexistentes para dentro da plataforma.
Este “detalhe” seria definitivamente resolvido no dia de hoje, com o lançamento da loja online de músicas Apple iTunes Music Store (juntamente com a versão 4.0 do aplicativo), que já estreava com uma biblioteca de mais de 200mil músicas disponíveis, sendo, na época, o único repositório de músicas digitais “legalizado” (PirateBay não conta 😊) a oferecer músicas devidamente licenciadas das cinco maiores gravadores do mundo.
Curiosamente Steve Jobs, que dois anos antes havia produzido o iPod, que, querendo ou não, acabava por estimular o download “livre” de músicas disponíveis online para preencher sua vasta memória, agora se empenhava pessoalmente com o “negócio formal” da música, buscando obter uma parcela destes lucros.
E a missão de convencer os dirigentes da Warner Music, Universal, BMG, EMI e SONY parece ter sido bem difícil, que exigiram a criação de um sistema complexo de gerenciamento de direitos autorais (o FairPlay DRM), limitando o número de dispositivos nos quais a música seria reproduzida e a quantidade de vezes que poderia ser gravada em um CD.
Outra missão difícil seria ensinar novamente às pessoas que música era algo pelo qual costumava-se pagar, adquirindo cassetes, vinis e CDs, fato esquecido pela juventude já habituada a “ir ali na Internet” e baixar aquela musiquinha desejada.
Mas parece que as pessoas, felizmente, encontraram na Apple iTunes Music Store coisas pelas quais estavam dispostas a pagar. 😊
A loja online, que não cobrava assinaturas mensais (como era o desejo das gravadoras) mas vendia músicas a US$ 0,99, foi um sucesso instantâneo, comercializando mais de um milhão de músicas na primeira semana, vindo a se tornar, em 2008, o maior “varejista” de música dos EUA, ultrapassando ninguém menos que a gigante rede WalMart.
Um sucesso estrondoso, onde muitos outros antes que tentaram vender mp3 via internet haviam falhado.
Os usuários do sistema Microsoft Windows, depois de alguns baldes de lágrimas choradas, teriam finalmente acesso à loja em 16 de outubro de 2003, restrição imposta aparentemente pelas próprias gravadoras, que receavam uma nova onda de pirataria, agora através das músicas originadas da iTunes store.
A plataforma ganharia em 2005 o suporte a podcasts e à vídeos, resumindo-se inicialmente a conteúdos “extras” vinculados aos álbuns musicais comercializados pela plataforma.
Em 2007 seria a vez dos aplicativos passarem a fazer parte da loja online, que desde então vem faturando bilhões anualmente com sua comercialização.
O advento da plataforma iTunes mudaria definitivamente a indústria fonográfica, alterando a forma como as pessoas ouviam, guardavam e consumiam música, bem como posteriormente toda a indústria de entretenimento e de softwares, dominando atualmente mais de 60% do mercado de downloads digitais.
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Vídeo(s):
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*As imagens utilizadas nesta postagem são meramente ilustrativas e foram obtidas da internet.
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