A maioria dos lares norte-americanos tem Internet em 2000

Em 17 de agosto de 2000, a empresa de pesquisas e estatísticas Nielsen/NetRatings anunciava que, pela primeira vez, a maioria dos lares norte-americanos tem Internet.
O levantamento, realizado em julho, indicava que 52% das residências agora possuíam algum tipo de conexão à grande rede de computadores, um salto impressionante se comparado aos números de poucos anos antes, quando a internet ainda era vista por muitos como uma curiosidade tecnológica ou um privilégio restrito a universidades, empresas e entusiastas de informática.
A Nielsen/NetRatings, criada em 1998 como uma parceria entre a Nielsen Media Research (1996) e a NetRatings Inc (1997), era conhecida por medir e analisar o uso da internet de forma detalhada, utilizando uma metodologia que combinava painéis de usuários voluntários, pesquisas e monitoramento do tráfego em sites, sendo uma das principais empresas a rastrear o crescimento da internet naquele período.
O grupo Nielsen (fundado em 1923) tinha ficado famoso décadas antes medindo a popularidade de outro gigante da comunicação de massa, a televisão, que havia “viralizado” meio século antes. A partir de sua vasta experiência em medir a audiência da TV, direcionou sua expertise ao universo digital, adaptando as métricas para o meio muito mais dinâmico e interativo da Internet.
O anúncio feito no dia de hoje, amplamente divulgado na imprensa, confirmava que a Internet, que começara como um projeto de defesa e pesquisa acadêmica (ARPANET) 40 anos antes, havia deixado de ser uma curiosidade para entusiastas e um fenômeno restrito a nichos, para se tornar parte do cotidiano da maioria da população norte-americana.
Com um surpreendente salto de 35% em relação ao ano anterior, o feito é ainda mais espantoso se considerarmos que estávamos a pouco mais de 5 anos do início da Internet comercial, onde gigantes como Facebook, Twitter e Instagram, sequer existiam. Ainda assim, a adesão foi tão rápida que a Internet atingiu 50% dos lares americanos em um terço do tempo do que a TV havia conseguido (14 anos a partir de 1941).
Esse crescimento acelerado foi impulsionado principalmente pela queda no preço dos computadores pessoais, pela popularização de modems mais rápidos (que já atingiam a velocidade de 56kbps) e pela forte competição entre provedores de acesso discado, que ofereciam planos acessíveis ou até gratuitos, financiados por publicidade.
Além disso, a chegada de conexões de banda larga em áreas urbanas começava a transformar a experiência de uso, permitindo que páginas carregassem mais rápido e que novos serviços online ganhassem espaço, como o streaming de áudio e vídeo.

O anúncio também refletia mudanças culturais profundas. Em meados de 2000, serviços como e-mail, salas de bate-papo e aplicativos de mensagens instantâneas (como o ICQ e o AOL Instant Messenger já faziam parte da vida de milhões de usuários. Compras online em sites como Amazon e eBay se tornavam mais comuns, enquanto portais de notícias e buscadores como Yahoo! e AltaVista competiam pela atenção dos internautas.
A Internet estava assim se consolidando como o novo centro de informação, comunicação, compras e entretenimento, em um movimento que alteraria de forma definitiva a forma como as pessoas interagiam com o mundo.
Nos anos seguintes, quando os números cresceriam exponencialmente, a Nielsen/NetRatings continuaria monitorando a expansão da rede, impulsionada pela migração para a banda larga, o crescimento do comércio eletrônico, a criação dos smartphones e o surgimento das redes sociais.
Isso faria com que, em 2009, 75% dos da população norte-americana já estivesse online, com cerca de metade dela com acessos em banda larga, com a computação móvel (incluindo os primeiros smartphones) “bombando”.
No Brasil
Aqui em terras tupiniquins, a marca de 50% dos lares com internet seria tingida em 2014, segundo os dados da Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada pelo IBGE. Esta estatística também foi confirmada por pesquisa realizada pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic.br), órgão vinculado ao Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (Nic.br)
A pesquisa do IBGE mostrava também um crescimento de 14% em apenas um ano, passando dos 48% em 2013 para 55% em 2014, perfazendo um total de 95 milhões de brasileiros agora com acesso à grande rede.
Os dados também mostravam que a inclusão digital foi fortemente impulsionada pelos telefones celulares, que eram responsáveis por quase 80% destes acessos. Curiosamente, estes mesmos dados apontaram uma redução da penetração dos computadores nas residências, com uma queda de 88% para 76% de 2013 para 2014, mostrando que os PCs começavam, a ser “deixados de lado” como opção principal de acesso à rede mundial.
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Mais em:
- A ARPANET – embrião da Internet de 1969
- O primeiro link da ARPANET de 1969
- O artigo “Gerenciamento de Informações: Uma Proposta” de 1989
- O primeiro servidor de páginas web de 1991
- A primeira página WEB da história de 1991
*As imagens utilizadas nesta postagem são meramente ilustrativas e foram obtidas da internet.
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