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Em 09 de dezembro de 1968, o pesquisador do Stanford Research Institute (SRI), Douglas Carl Engelbart, demonstrava, dentre outras novidades, o primeiro mouse da história, na apresentação pública que ficaria conhecida como “A mãe de todas as demos”.

Durante as décadas de 50 e início de 60, os computadores existentes eram destinados basicamente aos cálculos matemáticos.

Mas o cientista Douglas Carl Engelbart já tinha percebido que o computador, concebido originalmente como uma máquina para fins eminentemente militares, poderia na verdade ser usado para resolver inúmeros problemas da humanidade.

Segundo Engelbart, toda sua carreira se basearia em um momento de “iluminação”, uma epifania, ocorrida no ano de 1951, relatada por ele em uma entrevista:

“De repente, bum! Eu tenho uma imagem minha sentada em uma grande tela com todos os tipos de símbolos nela, manipulados por um computador que podia ser operado por meio de vários dispositivos de entrada. Tudo na tela podia ser controlado com grande facilidade. Outras pessoas tinham suas unidades de exibição (telas) ligadas ao mesmo complexo computacional e você podia conectá-las. Todos poderiam compartilhar conhecimento. A visão se desenrolou rapidamente, ao longo de meia hora, e de repente o potencial da computação interativa e colaborativa ficou totalmente claro.”

E, com este momento surpreendente, Engelbart vislumbrava toda a evolução dos computadores que se seguiria nas décadas seguintes.

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A equipe operando o NLS

Importante destacarmos que falamos de uma época em que as pessoas viam os computadores como simples máquinas de cálculo”, usadas para resolver problemas matemáticos. A ideia de uma “computação interativa” era algo estranho para a maioria dos cientistas.

Mas seu “momento de clarividência” o motivou a repensar sua vida, assumindo um compromisso pessoal de focar seus esforços dali em diante em descobrir formas de melhorar a vida da humanidade, através dos computadores.

Largou então seu atual emprego e a matriculou-se no programa de Doutorado em Engenharia Elétrica da UC Berkeley, na tentativa de perseguir sua visão de como seria o futuro através de soluções de computação interativa.

Seu doutorado, contudo, não evoluiu como esperava, visto que suas ideias revolucionárias não foram muito bem compreendidas por pessoas que ainda viviam num universo de computadores gigantes e cartões perfurados.

Foi só após conseguir um emprego no Stanford Research Institute (SRI) que ele começaria a desenvolver suas concepções de interação homem-computador, que seriam compiladas e publicadas em 1962 no artigo “Augmenting Human Intellect: A Conceptual Framework” (Aumentando o intelecto humano: um modelo conceitual).

Em seu artigo, Engelbart via os computadores como uma forma para aumentar o intelecto humano.

O primeiro mouse da história de 1968 5
Criador e criatura

Ele sabia que advogados, cientistas e engenheiros passavam grande parte do seu tempo executando tarefas rotineiras e repetitivas, como analisar dados, verificar referências bibliográficas e criar gráficos.

Em sua visão, os computadores poderiam simplificar a execução dessas tarefas básicas e repetitivas, para que os usuários pudessem passar mais tempo em atividades intelectuais.

Ele também acreditava que a interconexão dos computadores facilitaria a colaboração entre grupos de pessoas, levando a melhores resultados.

Engelbart vislumbrava que os usuários ganhariam em conhecimento na medida em que se adaptassem às novas tecnologias de computação, o que resultaria numa “coevolução iterativa” tanto dos usuários quanto da tecnologia, numa espiral crescente. A este fenômeno ele denominou “inicialização”.

Nos anos seguintes ele conseguiria financiamento para suas pesquisas na área da interação homem-computador, criando o Augmentation Research Center (ARC) no SRI e desenvolvendo o oNLine System (NLS).

O NLS permitia aos usuários acessar uma interface gráfica do usuário (GUI), na qual os usuários manipulavam texto, objetos e vídeo em uma série de “janelas” sobrepostas e vendo os resultados em tempo real.

Nos documentos, os usuários podiam inserir, excluir e mover partes. Através de links de “hipertexto”, era possível “navegar” entre dois documentos relacionados. Ao se conectarem vários sistemas NSL, os usuários poderiam ainda trabalhar de forma colaborativa em um mesmo documento.

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Diversos periféricos foram criados durante o projeto

A equipe também pesquisava as mais variadas formas de dispositivos de entrada para uso no NLS, como um teclado extra de 5 teclas, canetas ópticas, joysticks, um trackball controlado pelo joelho e finalmente o mouse, que obteve os melhores resultados.

E em 1968, com tudo isso pronto, era hora de mostrar ao mundo o que tinham criado.

Solicitaram então à organização do evento patrocinado pelas instituições Association for Computing Machinery (ACM) e Institute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE), a ser realizado em São Francisco/EUA, um espaço para apresentarem suas ideias.

E assim, durante 1:30h, para um público de aproximadamente 1000 profissionais da área de computação, Engelbart faria a demonstração que entraria para a história como “A mãe de todas as demos”.

O primeiro mouse da historia de 1968 3
Chamada para a apresentação histórica

Nesta exibição, ele introduziria os conceitos de diversas tecnologias hoje comuns entre nós: interfaces gráficas com janelas e controladas por um mouse, computação interativa em tempo real, hipertexto, funcionalidade de copiar e colar, interface gráfica de vídeo tipo bitmap, videoconferência e processador de textos colaborativo.

Para tanto, usou como base o sistema NLS projetado por eles, e toda uma infraestrutura planejada por meses, que contava com várias câmeras, antenas para transmissão de sinais de vídeo, circuitos de dados, modems, etc. Ou seja, muita coisa pra dar errado.

Mas o fato é que a demonstração pública foi um sucesso. A plateia, de queixo caído, só faltou “chorar de emoção” com o que tinham acabado de presenciar. Algo diferente de tudo que já tinham visto.

Ao final da palestra, Engelbart comentaria ainda que a SRI estava se preparando para, no ano seguinte, em 1969, ser o segundo nó de uma nova “redezinha” de computadores que vinha sendo pensada, uma tal de ARPANET… ninguém menos que o embrião da nossa atual Internet.

Em 2008 o presidente americano Bill Clinton concedeu a Engelbart a Medalha Nacional da Tecnologia pela sua contribuição, a mais alta honraria estadunidense no ramo da tecnologia.

Seria incrível poder estar lá para presenciar este momento histórico, não acha? Felizmente o evento foi gravado e está disponível na íntegra na seção de vídeos abaixo. 😀

Íntegra do artigo original de 1962:

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Vídeo(s):

*legendas disponíveis nos controles do Youtube, na opção “⚙ >> Legendas/CC >> Traduzir automaticamente”.

A Mãe de Todas as Demos (1968) – Versão completa
Melhores momentos
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*As imagens utilizadas nesta postagem são meramente ilustrativas e foram obtidas da internet.


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