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Em 16 de setembro de 1965, a Empresa Brasileira de Telecomunicações – EMBRATEL era fundada.

Sua história começa com sua fundação como “Empresa Pública”, pelo então governo militar presidido por Castelo Branco, tendo como sede o Rio de Janeiro.

Mas muito antes disso, os serviços de telecomunicações brasileiros operavam sob regime de concessão, com o mercado dominado por empresas privadas estrangeiras.

A autoridade para a outorga das concessões era dividida entre a União, estados e municípios.

Cabia ao governo federal a possibilidade de outorgar os serviços telegráficos, de radiocomunicação e de telefonia de longa distância ou internacional.

Já aos estados e municípios, era reservada a competência para a outorga de telefonia local, incluindo-se aí as políticas tarifárias.

Desde o início do século 20, o mercado brasileiro era basicamente controlado por duas empresas: a Companhia Telefônica Brasileira (CTB), subsidiária da empresa canadense “Brazilian Traction, Light and Power” e a Companhia Telefônica Nacional (CTN), controlada pela estadunidense “International Telephone & Telegraph Corporation (ITT)”.

A primeira delas, a CTB, dominava praticamente 70% dos telefones instalados no Brasil, operando nos estados da Guanabara (nossa antiga capital), São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e no Espírito Santo. Exatamente a região mais industrializada.

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Documento de fundação da Embratel

Já a CTN, atuava na Região Sul, mais especificamente nos estados Rio Grande do Sul e no Paraná.

Outras empresas estrangeiras ocupavam-se da prestação de serviços de telegrafia e telefonia internacionais, como a britânica Western Telegraph, a italiana Italcable e as norte-americanas Radiográfica Brasileira (Radiobrás) e American and Foreign Power Company (Amforp), que também mantinha operações de telefonia na Região Nordeste.

Fato é que o país contava com mais de 1000 operadoras, a grande maioria de pequeno porte, que exploravam serviços de telecomunicações sem qualquer gestão integrada ou compromisso de interconexão.

Este cenário se somava à ainda a precária, obsoleta e frágil infraestrutura responsável por atender mais de 70 milhões de cidadãos, baseada em equipamentos de radiocomunicação ultrapassados e incapazes de atender à crescente demanda nacional.

É neste momento que surge um movimento de intervenção governamental no setor, iniciado em 1962 pelo então governador gaúcho Leonel Brizola, que assumiu o controle da CTN do seu estado. Este ato foi seguido pelo governador Carlos Lacerda do Estado da Guanabara, que tentou, sem sucesso, assumir o controle da CTB.

Esta insatisfação geral acabou desaguando na aprovação da Lei nº 4.117 em 27 de agosto de 1962, o Código Brasileiro de Telecomunicações (CBT), que mudava o modus operandi de todo o setor.

Ele previa mudanças profundas na governança das telecomunicações brasileiras, criando o Sistema Nacional de Telecomunicações (SNT) e prevendo a fundação de uma estatal brasileira que ficaria responsável por coordenar as comunicações em nível nacional: a EMBRATEL.

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Primeira estação terrena de satélite (1967)

O período que se seguiu à promulgação da Lei foi marcado por intensas movimentações no sentido de criar as devidas regulamentações e a implantação do Conselho Nacional de Telecomunicações (Contel), a quem cabia a realização dos estudos técnicos necessários.

Mas o golpe militar ocorrido no ano de 1964 acabou gerando atrasos neste processo, principalmente por discordâncias entre os membros do governo vigente, que divergiam em relação à “estatização” do setor, somado ao forte lobby das empresas estrangeiras que tentavam manter suas operações privadas.

Historiadores comentam que o governo norte-americano teria apoiado o golpe de estado brasileiro, motivado também pelo risco das empresas norte-americanas perderem suas operações por aqui.

Contudo, o presidente em exercício, depois de muitas idas e vindas, acabou por decidir-se em favor da fundação da EMBRATEL, formalizada em 16 de setembro de 1965 na cidade do Rio de Janeiro.

Iniciava-se assim um movimento de consolidação do setor, com a aquisição pelo governo da CTB, em 1966, por 92 milhões de dólares, da ITT no ano seguinte e das demais empresas, sendo a última delas, a Western Telegraph, em 1972. A partir daí, a EMBRATEL passou a ser a única prestadora do país de serviços de telecomunicações internacionais.

Em 1972, sua natureza foi transformada em “Sociedade de Economia Mista”, quando passou a ser uma subsidiária da Telecomunicações Brasileiras (Telebrás), fundada no mesmo ano.

Estas mudanças também iniciaram um novo movimento de consolidação das muitas prestadoras de telefonia local ainda existentes, que foram encampadas e aglutinadas em empresas estaduais sob a batuta da TELEBRÁS.

A EMBRATEL seguiu assim seu caminho como estatal até 1995, quando uma Emenda Constitucional acabou com o monopólio estatal das telecomunicações.

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Marcos históricos

Dois anos depois, era aprovada a Lei Geral de Telecomunicações (LGT), que estabeleceu as condições para o derradeiro leilão de venda do sistema TELEBRÁS, ocorrido em 1998, quando a EMBRATEL passaria a ser controlada pela empresa estadunidense MCI.

Abaixo, um resumo dos marcos históricos da EMBRATEL até sua privatização: (fonte: embratel.com.br)

  • 1965: Empresa é criada em 16 de setembro.
  • 1967: Instala, em 22 de dezembro, a Estação Terrena de Comunicações por Satélite, localizada em Tanguá, no Rio de Janeiro.
  • 1969: Realiza a primeira transmissão comercial de televisão via satélite, o lançamento da nave Apolo IX, em 3 de março. Em 16 de julho, veio a imagem de um homem pisando na lua, o que marcou a história da Embratel e dos brasileiros.
  • 1970: Realiza a transmissão ao vivo da Copa do Mundo, quando o Brasil conquistou o tricampeonato mundial de futebol, no México.
  • 1972: Realiza a primeira transmissão de TV em cores no Brasil, a Festa da Uva, em Caxias do Sul (RS).
  • 1975: Inicia a Discagem Direta Internacional (DDI), ligando definitivamente o Brasil a outros países.
  • 1978: Inaugura a nova Rede Nacional de Estações Costeiras (RENEC), com objetivo de prestar o Serviço Móvel Marítimo (SMM), que permite a comunicação, via rádio, entre uma pessoa em terra e outra que esteja a bordo de uma embarcação, em qualquer parte do mundo.
  • 1980: Lança no Brasil o primeiro serviço exclusivo de comunicação de dados da América do Sul, o Transdata, inicialmente interligando Rio-São Paulo-Brasília e com capacidade para 4.042 circuitos de baixa velocidade.
  • 1983: Projeto Ciranda.
  • 1984: Ativa a Rede Nacional de Comunicação de Dados por Comutação de Pacotes (RENPAC), oferecendo ligações comutadas e admitindo variedade de equipamentos, protocolos e velocidades.
  • 1985: Coloca em órbita o satélite Brasilsat A1, impulsionando a revolução digital e as comunicações domésticas.
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Marcos históricos
  • 1986: Lança o satélite Brasilsat A2 para complementar o sistema de telecomunicações via satélite.
  • 1988: Quando a TV com som estéreo digital toma impulso no Brasil, os maiores eventos esportivos nacionais e internacionais são transmitidos “via Embratel”, como as Olimpíadas.
  • 1993: Utilizando tecnologia desenvolvida no Brasil pelo CPqD, entrava em operação, em setembro de 1993, o primeiro trecho da Rede Nacional de Fibras Ópticas, interligando os estados do Rio de Janeiro e São Paulo, disponibilizando 15 mil canais para transmissão de imagens, voz, dados e texto, aumentando em 80% a capacidade de tráfego de telecomunicações entre os dois estados.
  • 1994: Lança o Serviço Internet Comercial, em caráter experimental e com conexão internacional de 256 Kbps. Cinco mil usuários foram escolhidos para testar o serviço. 
  • 1995: É lançado o satélite Brasilsat B2, para atender a expansão das operadoras de telefonia fixa e celular em todo o Brasil. Com o primeiro serviço de comunicação de dados da América do Sul, expande a tecnologia para o continente.
  • 1996: Quando há a crescente digitalização das redes, novas redes de telefonia e a chegada da internet no Brasil. Aumenta a capacidade do RENPAC e o rádio digital se expande. A migração de cabos submarinos analógicos para fibra óptica criou, neste momento, um novo padrão que ligou o Brasil ao mundo.
  • 1997: Ampliou sua rede de 4 para 22 centros de roteamento, e sua capacidade de atender os clientes também aumenta, com uma velocidade de transmissão de até 4 Mbps. A comunicação com o exterior passou de 29 Mbps para 76 Mbps, abrangendo conexões com Argentina, Canadá, Estados Unidos e Uruguai, através de cabos submarinos de fibras ópticas e satélite.
  • 1998: Lançamento do satélite Brasilsat B3 para atender, em especial, empresas de TV por assinatura. Sua posição atendia mais de 60 canais de TV digitais, distribuídos para as prestadoras de serviço de TV a cabo e DTH no Brasil.


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Vídeo(s):

*legendas disponíveis nos controles do Youtube, na opção “⚙ >> Legendas/CC >> Traduzir automaticamente”.

Primeira transmissão em cores: Festa da Uva no RS
Cobertura ao vivo do Jornal Nacional do lançamento do Brasilsat I
Mais em:



*As imagens utilizadas nesta postagem são meramente ilustrativas e foram obtidas da internet.


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