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Em 10 de setembro de 1990, o cientista da computação Alan Emtage lançava o sistema Archie, o motor de busca de Internet antes dos motores de busca da Internet.

Considerado o primeiro motor de busca da história da internet, o sistema Archie, criado por Alan Emtage (então estudante de computação da Universidade McGill, em Montreal/Canadá), nasceu da necessidade de poder encontrar mais rapidamente arquivos disponíveis em servidores públicos do tipo FTP (File Transfer Protocol) espalhados pela Internet.

Isso porque, naquela época, a grande rede, ainda um emaranhado de computadores de universidades e centros de pesquisa, dava seus primeiros passos de popularização e organização, com cada usuário precisando saber, de antemão, o endereço exato do servidor e o nome do arquivo que desejava acessar, inexistindo quaisquer ferramentas de “busca” como conhecemos hoje na Web.

Era como tentar encontrar um livro em uma biblioteca gigantesca, mas sem o auxílio de um catálogo. Era aí que o Archie entrava, oferecendo uma forma de automatizar esse processo de busca de arquivos ao disponibilizar um índice pesquisável que facilitava o acesso às informações espalhadas.

buscador de internet Archie 2
O formulário de pesquisa já em sua versão Web

Batizado não como uma referência ao personagem de quadrinhos homônimo, mas representando uma abreviação (removendo o “v”) da palavra “archives” (arquivos, em inglês), o programa funcionava de maneira relativamente simples, conectando-se periodicamente aos servidores FTP públicos, coletando suas listas de arquivos e armazenando os dados obtidos em um banco de dados pesquisável, eliminando a necessidade do usuário ter que pular de servidor em servidor. 😊

Diferente dos mecanismos de busca atuais, o Archie não catalogava o conteúdo dos arquivos em si, mas apenas seus nomes e locais, obrigando o usuário a, ao menos, ter uma “noção” do nome do arquivo que buscava, o que já era suficiente para que estudantes e pesquisadores economizassem um enorme tempo na procura por softwares, documentos e bases de dados disponíveis online.

Tecnicamente, o Archie era um programa escrito em linguagem C, que rodava em um servidor UNIX. Ele não possuía uma interface gráfica como as que estamos acostumados atualmente, com os usuários acessando o servidor “archie.mcgill.ca” por meio do Telnet, um protocolo que permitia ao usuário se conectar a um computador remoto e operá-lo como se estivesse na frente dele.

Uma vez conectados ao sistema, os usuários digitavam as palavras-chave desejadas, recebendo como resposta uma lista de endereços FTP onde os arquivos podiam ser encontrados. Posteriormente estas consultas passariam também a poder ser realizadas por e-mail, utilizando software cliente específico ou ainda por uma interface Web.

buscador de internet Archie 3
Um dos aplicativos cliente para pesquisa na plataforma

Embora rudimentar para os padrões atuais, essa inovação abriu caminho para o novo conceito de indexar informações disponíveis na rede para facilitar o acesso dos usuários, de forma que podemos dizer que, sem o Archie, talvez não tivéssemos hoje gigantes como Google, Baidu ou Bing, que herdaram e expandiram essa mesma lógica em escalas muito maiores.

O estrondoso sucesso do Archie rapidamente ultrapassaria os muros da Universidade McGil com outras instituições acadêmicas passando a utilizá-lo, fato que promoveria a criação de servidores adicionais em diferentes partes do mundo para dar conta da crescente demanda. Em seu auge, chegaria a receber mais de 50mil consultas por dia, representando 50% de todo o tráfego de internet da cidade de Montreal. 😊

Acompanhando a rápida evolução da rede mundial, em 1992, Alan Emtage fundaria, junto com Peter Deutsch e Bill Heelan, a empresa Bunyip Information Systems, com o objetivo de transformar o Archie em um serviço comercial, o que faria delas uma das primeiras (senão a primeira) empresas dedicadas a serviços de internet.

Mas o surgimento de protocolos com o Gopher e o HTTP em 1991, baseados no conceito de hipertexto, transferiria o foco dos arquivos de FTP para as páginas de conteúdo. O crescimento explosivo da World Wide Web a partir de 1993, especialmente após o surgimento de navegadores gráficos como o NCSA Mosaic, mudaria a forma com que as pessoas buscavam informações radicalmente, exigindo ferramentas mais sofisticadas.

buscador de internet Archie 4
Cerimônia do Hall da Fama da Internet em 2017

Novos buscadores, como o Veronica (1992) e o Jughead (1993), surgiriam para indexar menus do Gopher, e posteriormente, o W3Catalog (1993), Wandex (1993), Aliweb (1993), JumpStation (1993) e o WebCrawler (1994) se tornariam os primeiros a indexar o conteúdo real das páginas web.

Assim, não conseguindo acompanhar a complexidade e a velocidade da nova “web”, o pioneiro e revolucionário Archie, ainda amarrado ao mundo do FTP, tornar-se-ia em pouco tempo obsoleto. Também a popularização de serviços comerciais como Yahoo!, Lycos e, mais tarde, Google, acabariam por marcar definitivamente o fim de sua relevância.

Contudo, o desenvolvimento ativo do Archie continuaria até 1996, quando sua última versão estável, a Archie 3.5, seria lançada. Servidores Archie ainda permaneceriam alguns anos em operação, tendo sido aposentados na virada do milênio, encerrando sua histórica jornada.

Em 2024, num extraordinário e extenso trabalho de pesquisa “arqueológica”, o canal YouTube “The Serial Port” encontrou aquela que seria a última ainda cópia existente deste revolucionário software, disponibilizada aqui neste endereço. Esta jornada foi documentada por eles no vídeo na seção abaixo.


E você, qual foi o primeiro mecanismo de busca que se recorda de ter utilizado?

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Vídeo(s):

*legendas disponíveis nos controles do Youtube, na opção “⚙ >> Legendas/CC >> Traduzir automaticamente”.

Entrevista com Alan Emtage
Discurso para o Internet Hall of Fame em 2017
A evolução dos buscadores Web
A saga do canal The Serial Port para encontrar a última cópia do archie
Mais em:



*As imagens utilizadas nesta postagem são meramente ilustrativas e foram obtidas da internet.


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