A Lei de Moore de 1965
Em 19 de abril de 1965, Gordon Earle Moore, então pesquisador da empresa Fairchild Semiconductor, publicava na revista estadunidense “Electronics” o artigo que daria origem àquela que ficaria conhecida como “Lei de Moore”.
Numa edição especial da revista Electronics, os editores solicitaram a Moore, dada sua grande experiência na área como chefe de pesquisa e desenvolvimento da Fairchild Semiconductor, que fizesse uma previsão de como a evolução da eletrônica se daria nos próximos 10 anos.
Após analisar as estatísticas anteriores do segmento da microeletrônica, ciência que ainda começava a dar os primeiros passos desde a invenção do Circuito Integrado poucos anos antes, Moore escreve então o histórico texto de quatro páginas intitulado “Cramming More Components Onto Integrated Circuits” (“Amontoando Mais Componentes em Circuitos Integrados”).
Nele, Moore previa que a quantidade de transistores em um mesmo microchip chegaria a 65mil em 1975, o que equivaleria a dobrar a quantidade a cada ano.
E comentava em seu texto:
“Os circuitos integrados levarão a maravilhas como computadores domésticos […] controles automáticos para automóveis e equipamentos de comunicação pessoais portáteis”.
Passada uma década, ele próprio revisaria sua estimativa, concluindo, em 1975, que esta quantidade dobraria a cada 18 meses.
Veja que sua previsão se atinha apenas ao “número de componentes” eletrônicos em um mesmo chip de computador, não fazendo menção à sua capacidade de processamento em si.
Contudo, é fato que, mesmo indiretamente, este número reflete de alguma forma a capacidade de realizar operações deste chip, de forma que as pessoas passassem a fazer uma interpretação “estendida” das previsões que ele havia postulado.
Três anos depois do seu artigo, Gordon Moore fundaria, em 1968, junto com Robert Noyce, uma empresa “pouco” conhecida, e que viria a provocar uma verdadeira revolução na microeletrônica: a gigante Intel.
Fato curioso é que, dada a importância histórica do artigo, em 2005 a Intel ofereceu uma recompensa de 10mil dólares por um exemplar original da revista, que a empresa não possuía. Coube ao britânico David Clark embolsar a bolada. 💰
Mas e a Lei de Moore, tem algum limite?
Nos últimos anos, alguns cientistas começaram a debater “qual” seria este fator limitante, especialmente porque, a cada nova geração, a dimensão dos componentes continua se reduzindo.
A tecnologia atual de produção de transistores já chegou à marca de alguns poucos bilionésimos de milímetro (nanômetros), já aproximando-se do tamanho de um único átomo, o que pode vir a ser um limitador evolutivo, se mantida a mesma tecnologia atual.
Qual será o próximo passo? Ainda estamos por descobrir. 😊
Gordon Moore faleceu em 24 de março de 2023 aos 94 anos.
Para conhecer ou relembrar:
A íntegra do artigo original de Moore:
E você, como acha que será a tecnologia dos microprocessadores daqui há 30 anos?
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Mais em:
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*As imagens utilizadas nesta postagem são meramente ilustrativas e foram obtidas da internet.
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