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Em 11 de abril de 1984, a empresa britânica Amstrad entrava na acirrada disputa do mercado de computadores pessoais, apresentando ao mundo o primeiro modelo de sua linha de microcomputadores Amstrad CPC.

Desenvolvido pela empresa britânica Amstrad (AMS Trading), fundada em 1968 por Alan Michael Sugar (daí as iniciais AMS), o Amstrad CPC (de Colour Personal Computer) foi uma família de microcomputadores domésticos de 8 bits que se colocava como uma alternativa acessível e completa aos modelos dominantes do mercado da época, o Commodore 64 e o Sinclair ZX Spectrum.

A Amstrad, que iniciaria sua jornada fabricando aparelhos de som, TVs e toca-fitas veiculares de baixo custo, só viria a voltar seus olhos para o mercado de computadores já nos anos 80. Isso porque, na visão de Sugar, seu público alvo não se interessava por computadores.

Mas algo o faria mudar de ideia, especialmente com o sucesso de vendas do Sinclair ZX Spectrum de 1982, fazendo-o perceber que microcomputadores baratos eram sim um dos desejos dos consumidores.

Seu projeto inicial, principiado em 1983, caberia ao engenheiro da Amstrad Ivor Spital, que pesquisaria extensivamente as opções existentes no mercado, avaliando e testando modelos de diversos fabricantes.

Criariam primeiro o conceito do gabinete, definindo o formato, a posição das teclas e os locais para as conexões externas. Tinham agora uma caixa para o computador, com um gravador k7 integrado e um monitor. Mas precisavam ainda buscar no mercado alguém capaz de criar uma placa mãe para colocar dentro e “empurrar” o micrinho. 😊

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Placa principal do modelo Amstrad CPC 464

A primeira tentativa teria sido com o microprocessador MOS 6502, o mesmo do Apple II, Commodore 64 e BBC Micro, mas perceberam ao longo do projeto que o já conhecido microprocessador da Zilog era uma melhor alternativa, especialmente por ser mais rápido.

Com uma placa mãe (agora baseada no histórico microprocessador Zilog Z80) e um interpretador de linguagem BASIC, criados pelos engenheiros Roland Perry e William Poel, a linha se destacava por um design diferenciado, com um gabinete que integrava CPU, teclado e dispositivo de armazenamento em um único módulo.

O conjunto se completava com um monitor colorido (ou monocromático) já fornecido de fábrica como parte do kit, cujas versões completas finais chegariam ao mercado pelos preços de £239 e £349, respectivamente. Isso dava ao Amstrad CPC a capacidade de exibir cores vibrantes em alta resolução, proporcionando uma experiência visual mais impressionante para os usuários.

Esta era, contudo, uma estratégia curiosa, visto que todos os seus concorrentes dependiam de uma TV comum externa para esta finalidade. A tática de Alan Sugar aqui foi a de dar ao seu produto uma cara mais “profissional”, ao mesmo tempo que liberava o uso da TV doméstica para sua função principal, evitando muitas brigas em casa na hora da novela. 😊

Curiosamente, a empresa viria a lançar algum tempo depois o dispositivo MP-3, que vazia o caminho inverso, permitindo sintonizar os canais de TV aberta no monitor do computador, transformando-o em uma… TV. Não ao mesmo tempo em que o computador estava em uso, claro… afinal os sistemas multimídia e com interfaces gráficas de janelas ainda davam seus primeiros passos.

Amstrad CPC 464

A linha estrearia com o lançamento, no dia de hoje, do primeiro modelo da família, o Amstrad CPC 464, que contava com microprocessador Zilog Z80 de 4MHz de velocidade, memória RAM de 64 KB, memória ROM de 32KB (que incluída o interpretador Locomotive BASIC), memória de vídeo dedicada de 16KB, gerador de som General Instrument AY-3-8912 de 3 canais, gravador de fitas compactas integrado, além de portas externas de expansão, unidade de disco, impressora, joystick, monitor e áudio.

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Anúncio da época
Amstrad CPC 664

Segundo modelo, o Amstrad CPC 664, lançado em 25 de abril de 1985 no Reino Unido, tinha “basicamente” a mesma configuração de hardware do Amstrad CPC 464, mas com uma unidade de disquetes de 3” no lugar do gravador de fitas k7 e um teclado ligeiramente remodelado.

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Amstrad CPC 664: segundo modelo

Este novo modelo recebeu ainda atualizações na programação de sua memória ROM, que corrigia alguns “bugs”, incluía o suporte às novas unidades de disquetes e trazia a nova versão do interpretador Locomotive Basic 1.1.

Mas estas pequenas mudanças na ROM acabaram por gerar algumas incompatibilidades com os softwares antigos criados para o modelo Amstrad CPC 464, obrigado às empresas de software a fazerem atualizações em seus programas.

Como era a praxe dos concorrentes, o lançamento do novo modelo aos preços de £339(monitor monocromático) e £449 (colorido), gerou a expectativa de redução de preços do modelo anterior. O que nunca aconteceria. Tampouco seriam criados kits de upgrade para o antecessor.

Amstrad CPC 6128

Criado com o foco no mercado norte-americano, o Amstrad CPC 6128 foi lançado em 13 de junho de 1985, tendo por base o projeto do Amstrad CPC 664, mas trazendo agora uma memória RAM ampliada para 128 KB, como um diferencial para o competitivo mercado estadunidense, sempre hostil aos modelos europeus.

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Amstrad CPC 6128: primeiro pro Tio Sam

É claro que os consumidores da terra da rainha não gostaram nada dessa brincadeira.

Como assim, os americanos têm um modelo melhor que o nosso?

A grita geral faria o novo modelo chegar também ao Reino Unido em 15 de agosto de 1985, substituindo o Amstrad CPC 664 na linha de produtos da empresa, aos novos preços de £299,00(monocromático) e £399,00(colorido).

Amstrad 464 Plus e Amstrad 6128 Plus

Duas novas versões atualizadas, os Amstrad 464 Plus e Amstrad 6128 Plus (agora sem a sigla CPC), seriam ainda lançadas em setembro de 1990. Traziam, além várias melhorias de hardware, como a ampliação do número de cores, áudio aprimorado e suporte a cartuchos, mudanças estéticas que o assemelhavam ao Commodore Amiga.

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Amstrad 464plus e Amstrad 6128plus: fracasso

Embora com preços lançamento atrativos, com o Amstrad 464 Plus à £229(mono) e £ 329(color) e o Amstrad 6128 Plus à £329(mono) e £429(color), as mudanças chegariam tarde demais, não sendo suficientes para reviver o sucesso dos modelos originais, fazendo com que fossem descontinuados pouco tempo depois.

Amstrad GX4000

Na mesma época, a empresa ainda faria uma tentativa de entrar no segmento de videogames, buscando competir com gigantes como a Nintendo e a SEGA.

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Amstrad GX4000: primeiro videogame

Para tanto, transformaria o hardware do CPC Plus em uma versão “console”, o Amstrad GX4000, que teria o mesmo triste fim dos outros modelos “plus” lançados junto com ele.

Mercado

O Amstrad CPC ganharia especial popularidade na Europa, principalmente no Reino Unido, França, Espanha e nas regiões de língua alemã, onde seu preço acessível e sua biblioteca diversificada de jogos e aplicativos, fariam dele um dos principais competidores no mercado de computadores domésticos.

Muito embora tenha sido extremamente usado como plataforma para jogos, atraiu também um considerável público no segmento de negócios, em função de sua capacidade de executar o onipresente sistema CP/M (usando uma unidade de disquetes embutida ou externa), vendendo ao longo de sua vida aproximadamente três milhões de unidades.

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Anúncio da época

Suas vendas se iniciariam efetivamente apenas em 21 de junho de 1984, já com 18 títulos de software, em função da acertada estratégia da empresa de fornecer antecipadamente aos programadores, protótipos funcionais dos computadores.

A Amstrad adquiriria ainda, em 7 April 1986, a então falida Sinclair (criadora dos modelos ZX), passando a produzir versões dos computadores da linha Sinclair Spectrum que emprestariam o design dos modelos Amstrad CPC, com gravador K7 e unidades de disquete embutidas.


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Restaurando um Amstrad CPC 464
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