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Em abril de 1956, era concluída, no Laboratório Lincoln do Massachusetts Institute of Technology, a construção do computador MIT TX-0.

A concepção do MIT TX-0 se iniciaria com a criação do projeto do MIT TX-1, um computador ainda baseado em válvulas eletrônicas e que tinha por objetivo testar o uso de grandes unidades de memória de núcleo magnético.

O MIT TX-1, entretanto, nunca chegou a ser concluído, tendo a instituição optado por dar um passo além, escolhendo uma “nova tecnologia” que começava a se tornar popular: o transistor.

Nascia assim o computador MIT TX-0 (Transistorized Experimental Computer Zero), ou “tixo”, um computador transistorizado experimental desenvolvido no Laboratório Lincoln do MIT (Massachusetts Institute of Technology) como parte do projeto do computador Whirlwind (também concebido ali), tendo como objetivo criar um computador inovador, capaz de gerenciar grandes quantidades de memória.

Tinha como uma de suas características mais notáveis o uso de transistores em sua construção, no lugar das válvulas eletrônicas, tornando-o mais confiável, mais rápido, menor e energeticamente mais eficiente.

Criado como um projeto experimental, foi usado para uma variedade de propósitos de pesquisa, introduzindo não apenas a tecnologia de transistores, mas também outras inovações como um display de tubo de raios catódicos (CRT) para saída de vídeo, tornando-o um dos primeiros computadores com capacidade de exibir gráficos.

computador MIT TX-0 2
O MIT TX-0 em 1956

Isso faria do MIT TX-0 (e seus modelos subsequentes), uma das primeiras plataformas para pesquisas em áreas como a computação gráfica e inteligência artificial.

Constituído por aproximadamente 3.600 transistores e ocupando “apenas” uma sala (o Whirlwind se utilizava um andar inteiro), teve sua construção iniciada em 1955, entrando em operação no ano seguinte e mantendo-se em utilização pelo MIT durante a década de 60.

Na versão da história contada pelo MIT, o MIT TX-0 teria sido o primeiro computador a fornecer um “console de sistema” que permitia a interação direta, diferentemente dos seus antecessores, que tinham os cartões perfurados como interface básica para que os programadores pudessem executar e testar seus programas. Esta console era equipada com um display CRT de 12 polegadas, capaz de exibir imagens vetoriais com resolução máxima de 512×512 pontos.

Sua estrutura de processamento estava organizada em 64mil palavras de 18bits, dos quais os primeiros dois bits designavam a instrução e os 16 bits restantes especificavam, ou o local da memória ou o “operando” usado pela instrução especial “operate“.

Os primeiros dois bits podiam criar quatro instruções possíveis, que incluíam instruções de armazenamento (store), adição (add) e desvio condicional (conditional branch), como um conjunto básico. A título de ilustração, a instrução “add” levava 10 microssegundos para ser concluída.

A quarta instrução “operar” (operate), era capaz de receber operandos adicionais, permitindo o acesso a uma série de “micro-ordens” que podiam ser usadas separadamente ou em conjunto para fornecer muitas outras instruções úteis.

Com os bons resultados obtidos com o MIT TX-0, a instituição iniciaria a construção do seu sucessor, o MIT TX-2, concluído em 1958, e que herdaria algumas das partes constituintes do MIT TX-0, especialmente seu gigantesco módulo de memória de núcleo magnético de 64Kpalavras.

computador MIT TX-0 3
Detalhe dos módulos construtivos do TX-0, que aparentam ser válvulas, mas que acomodam um transistor em seu interior.

O TX-2 serviria de palco para criação, em 1963, da primeira interface gráfica avançada de usuário, o sistema Sketchpad.

Mas o MIT TX-0 não seria abandonado.

Foi levado para o Laboratório de Pesquisa de Eletrônica do MIT (futuro Laboratório de Inteligência Artificial) ainda em 1958, servindo de plataforma para inúmeros avanços na área da ciência da computação, como sistemas para reconhecimento de fala e escrita e pesquisa em inteligência artificial.

Algum tempo depois, a equipe de pesquisadores que havia trabalhado nos computadores TX-0 e TX-2 resolveria deixar o Laboratório Lincoln do MIT, fundando aquela que viria a ser uma das empresas mais importantes da história da tecnologia: a Digital Equipment Corporation (DEC)

Lá, com base no projeto dos computadores “TX”, produziriam o modelo de computador que inauguraria a lendária família de computadores DEC PDP, o DEC PDP-1.

O MIT TX-0 entraria em operação pela terceira e última vez em 13 de novembro de 1983, no Museu do Computador em Marlboro, Massachusetts, em uma operação conduzida pelo técnico John McKenzie e pelo professor do MIT Jack Dennis, com a ajuda de vários usuários.


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Vídeo(s):

*legendas disponíveis nos controles do Youtube, na opção “⚙ >> Legendas/CC >> Traduzir automaticamente”.

Videodocumentário de 1983 sobre a história da criação do MIT TX-0
Primeira edição do programa Computer Chronicles, onde o MIT TX-0 aparece.
Vídeo dos anos 50 mostrando as características do MIT TX-0
Jeremy Kepner fala da história do Laboratório Lincoln e a criação do MIT TX-0
Mais em:



*As imagens utilizadas nesta postagem são meramente ilustrativas e foram obtidas da internet.


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