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Em março de 1994, a fabricante estadunidense de chips NexGen lançava seu revolucionário microprocessador NexGen Nx586.

Desenvolvido pela NexGen Inc, uma empresa californiana relativamente pequena (sem nenhuma fábrica própria) fundada em 1986, o NexGen Nx586 foi o primeiro processador a tentar desafiar os gigantes do mercado de processadores, buscando seu espaço em uma concorrência direta com o Intel Pentium, lançado no ano anterior.

Tinha como uma de suas características mais notáveis uma inovadora e avançada arquitetura, que o diferenciava dos processadores convencionais comumente utilizados nos computadores da época.

Isso porque, enquanto muitos microprocessadores ainda estavam presos às arquiteturas CISC (Complex Instruction Set Computing), o NexGen Nx586 optou pela abordagem RISC (Reduced Instruction Set Computing), otimizando a eficiência do processamento e aumentando o seu desempenho geral. Um projeto que precisou amadurecer por longos 8 anos desde a fundação da empresa, cujas tentativas anteriores haviam fracassado.

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Vista ao microscópio

Ainda assim, o NexGen Nx586 tinha como trunfo a compatibilidade total com a arquitetura Intel x86, garantindo que os usuários pudessem migrar facilmente para o novo processador sem enfrentar problemas de compatibilidade de software, característica crucial para conquistar a confiança dos consumidores e desenvolvedores de software, uma vez que muitos sistemas já estavam estabelecidos na arquitetura x86.

Mas MCC, como um processador RISC podia ser compatível com o Intel CISC?

O NexGen Nx586 utilizava sua inovadora e patenteada microarquitetura RISC86, que aplicava princípios RISC ao conjunto de instruções x86. A grande sacada da NexGen foi a de implementar um núcleo RISC rápido e eficiente, incluindo sobre ele uma camada de “tradução” das instruções, que convertia todos os comandos CISC nos seus equivalentes RISC, de forma totalmente automática e transparente ao usuário.

Seus modelos iniciais Nx586-P75, Nx586-P80, Nx586-P90 e Nx586-P100 adotavam o conceito de Performance Rating (PR) em sua nomenclatura, operando em 70, 75 MHz, 83,3 MHz e 93MHz de velocidade, respectivamente, utilizando-se de uma arquitetura superescalar, sendo capazes de executar mais de uma instrução por ciclo de relógio.

Mas embora o NexGen Nx586 tenha sido bem recebido por sua inovação e desempenho, a fabricante enfrentou desafios significativos no mercado, seja pela concorrência com as gigantes já estabelecidas, como a Intel e a AMD, seja pelas características técnicas de sua CPU.

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O NxVL, chipset criado especificamente para ele

Isso porque, a despeito da total compatibilidade de software com a arquitetura x86, as características inovadoras do NexGen Nx586 o tornavam incompatível com as placas-mãe existentes para o Pentium ou qualquer outro chip Intel, exigindo sua própria placa-mãe personalizada, baseada no seu chipset NxVL.

Outro ponto que “pegava” era que, diferentemente do Intel Pentium, o NexGen Nx586 não contava com um coprocessador matemático integrado, requerendo o chip externo NexGen Nx587, também fabricado pela empresa.

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O coprocessador matemático NexGen Nx587

Essa foi uma decisão deliberada da empresa, que julgava que 98% dos usuários só necessitavam de operações com números inteiros… o que deixaria de ser verdade com a explosão dos jogos 3D na mesma época, ponto em que o Intel Pentium começou a reinar isolado dos concorrentes.

Percebendo o equívoco, os modelos posteriores, identificados pelo prefixo NexGen Nx586-PFXXX, passariam a combinar os dois elementos em um único encapsulamento, mantendo a mesma pinagem externa.

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NexGen Nx586-PF, versão com coprocessador matemático integrado

Mas com as expectativas de vendas bem abaixo do esperado, especialmente com sua patrocinadora Compaq deixando de adotar o NexGen Nx586 como CPU de seus produtos, a empresa acabaria sendo vendida em outubro de 1995 para a AMD (Advanced Micro Devices) que, tendo dificuldades com o projeto do seu novo modelo AMD K5, viu nas inovadoras tecnologias da NexGen uma forma de aprimorar seus produtos.

A nova geração NexGen Nx686, que já vinha sendo desenvolvida pela NexGen, viria a ser a base dos novos processadores AMD, e, até certo ponto, da maioria dos processadores x86 posteriormente produzidos, que implementam uma arquitetura “híbrida” CISC/RISC semelhante àquelas usadas nos processadores NexGen.

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O NexGen Nx686, que não chegaria a ser lançado

Isso faria nascer, em abril de 1996, o processador AMD K6, que demarcaria a posição da AMD como grande “player” do mercado de processadores, colocando-se finalmente como protagonista e um sério rival frente à gigante Intel.

Embora a NexGen não tenha alcançado o sucesso comercial esperado com seu projeto, ela deixaria seu “DNA” registrado para sempre na história das CPUs x86 modernas, incluindo as famosas linhas Intel Core e AMD Ryzen, cujos núcleos adotariam a mesma proposta de arquitetura RISC/CISC concebida por ela.

Para conhecer ou relembrar:

Veja a íntegra da versão original do Databook dos processadores NexGen Nx586 e NexGen Nx587:

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Panfleto de divulgação:

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Vídeo(s):

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Avaliando a performance do NexGen Nx586
Mais em:



*As imagens utilizadas nesta postagem são meramente ilustrativas e foram obtidas da internet.


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