A Microsoft SoftCard de 1980
Em 02 de abril de 1980, a até então produtora de softwares Microsoft, anunciava seu primeiro “hardware”, a Microsoft SoftCard.
“-Uai, mas a Microsoft não cria só programas?”, alguns podem dizer.
Pois é, não. 😊
Ao longo de sua existência, a empresa lançou diversos dispositivos que fizeram bastante sucesso. E esse foi o primeiro deles.
Tratava-se de uma placa de expansão para computadores da família Apple II, que os possibilitava executar o sistema operacional desejado por todos na época, o CP/M da Digital Research.
Isso porque, para ser executado, o CP/M exigia computadores com processadores compatíveis com o Intel 8080, como por exemplo o Zilog Z-80, coisa que o microprocessador original do Apple II, o MOS 6502, não conseguia fazer.
Era aí que a mágica acontecia!
Nascida de uma ideia de Paul Allen, cofundador da Microsoft, esta plaquinha instalava no Apple II um segundo processador (um Zilog Z-80), disponibilizando todo um “universo paralelo” de aplicações CP/M para o micrinho da maçã colorida.
Era como se você tivesse um computador dentro do computador. E o usuário ainda ganhava de presente o conceituado interpretador BASIC da Microsoft.
Seu projeto foi obra de Tim Paterson da Seattle Computer Products (SCP), o mesmo cara que tinha desenvolvido o 86-DOS (QDOS) e que a Microsoft adquiriria, rebatizando-o como MS-DOS.
Sem saber bem se a placa despertaria algum interesse, levaram exemplares para demonstração na edição de 1980 da famosa Feira de Computadores da Costa Oeste, onde, para surpresa deles, receberiam uma enxurrada de pedidos.
Custando a bagatela de US$349, muitos felizes proprietários do Apple II a adquiriram para, junto com uma segunda placa de expansão do tipo “vídeo 80-colunas”, poderem usar o famoso editor de texto WordStar, adorado por todos.
E a plaquinha fez tanto sucesso que chegou a representar metade do faturamento da empresa na época, vendendo 5mil unidades nos três primeiros meses de comercialização.
Algum tempo depois, a Microsoft criaria uma versão Premium Softcard IIe, que, além do processador Zilog Z-80, integrava também a funcionalidade de cartão de 80 colunas e 64KB de memória RAM.
A partir desta primeira experiência bem-sucedida, a Microsoft se aventuraria a produzir posteriormente diversos outros dispositivos de hardware, alcançando também enorme sucesso com muitos deles.
E você, teve um Apple com SoftCard?
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Vídeo(s):
*legendas disponíveis nos controles do Youtube, na opção “⚙ >> Legendas/CC >> Traduzir automaticamente”.
Mais em:
- O microcomputador Apple II de 1977
- O sistema operacional Digital Research CP/M de 1974
- A primeira feira de computadores da costa oeste de 1977
- O microprocessador Intel 8080 de 1974
- O microprocessador Zilog Z-80 de 1976
- A Linguagem de programação BASIC de 1964
- O sistema operacional Microsoft MS-DOS de 1981
- O editor de textos WordStar de 1978
- O Mouse Microsoft de 1983
- O videogame Microsoft XBOX de 2001
*As imagens utilizadas nesta postagem são meramente ilustrativas e foram obtidas da internet.
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Muito importante o trabalho de vocês, eu diria até impressionante. Eu vivi este período da evolução tecnológica como um dos primeiros técnicos eletrônicos da àrea no Brasil. E valorizo muito o trabalho de vocês pois ajudam a contar, preservar e comprovar uma história que apenas através de meu testemunho não tem efeito ou credibilidade. Eu fazia manutenção nos equipamentos, placas de expansão e demais periféricos como impressoras, teletipos, telex, faxsímiles etc… mandava sugestões para melhoria dos sistemas operacionais da MS, nos primeiros anos de desenvolvimento, via correio kkkkk, participei do “desenvolvimento” do SISNE da Scopus e de alguns controladores programáveis (CP DIG80, D20), controladores de tráfego, pcs XT AT e até do painel de controle de altitude do AMX. Era um período conturbado caracterizado pela reserva de mercado e greves, a política não foi benéfica para nós e acabou nos delegando à obsolescência e desvalorização. Porém trabalho como o de vocês nos faz recordar e nos lembra de que o que vivemos foi real, importante principalmente agora, pois, já com uma idade avançada e sem trabalhos deste tipo, esqueceríamos facilmente.
Puxa Leonardo, muito obrigado pela sua mensagem!
Ficamos muito felizes que curta nosso trabalho.:)
Você fez parte do desenvolvimento do SISNE? Que incrível!
Como foi este processo? Foi mesmo um “clone” do MS-DOS ou uma coisa desenvolvida do zero?