O microcomputador Prológica CP-400 Color de 1984

Em dezembro de 1984, a fabricante brasileira de computadores Prológica Indústria e Comércio de Microcomputadores Ltda colocava no mercado seu novo modelo, o microcomputador Prológica CP-400 Color, compatível com o TRS-80 Color.
O Prológica CP-400 Color foi um computador pessoal brasileiro para uso doméstico, que teve seu projeto “fortemente inspirado” na linha estadunidense de microcomputadores TRS-80 Color Computer.
A linha dos “Color Computers”, foi uma família de computadores pessoais criada em 1980 pela empresa norte-americana Tandy Corporation e comercializada pela sua rede de lojas RadioShack.
Carinhosamente apelidado de “CoCo” pelos seus usuários (sem necessariamente fazer nenhuma analogia quando à sua qualidade 😊), a família, que começou em 1980 nos EUA com o “CoCo 1”, ganhava agora um novo “clone” brasileiro, o Prológica CP-400 Color, o modelo “I”.

Num movimento que intencionava proteger e estimular a indústria nacional (iniciado ainda nos anos 70) e que impedia (ou dificultava muito) a importação de equipamentos como este, muitas empresas especializaram-se na criação de “clones” de computadores de sucesso do exterior.
E o Prológica CP-400 Color seguia esta mesma levada.
Contava com uma CPU Motorola MC6809E rodando a 0,895 MHz, processador de vídeo Motorola MC6847 com 9 cores, memória RAM de 16 ou 64KB, memória ROM de 16KB que incluía um interpretador de linguagem BASIC, teclado tipo calculadora (tic-tac) com 55 teclas, portas de conexão para TV, gravador K7, porta serial, alimentação, slot frontal para expansão e cartuchos e Joysticks.
Tinha, contudo, problemas de projeto que atrapalhavam seu uso.
O primeiro deles dizia respeito ao teclado, com seu desconfortável e impreciso uso, já conhecido dos modelos com as pequenas teclas tipo “tic-tac”.
Outro problema, mais sério, estava relacionado ao seu deficiente sistema de refrigeração, que ocasionava problemas de superaquecimento, levando o micro a travamentos e erros de memória. Uma revisão posterior, que redesenhou sua placa principal separando sua fonte de alimentação, resolveria a questão.

Dispunha ainda do periférico CP-450, um gabinete externo capaz de acomodar até duas unidades de disco flexível de 180Kb de capacidade, acompanhado de uma interface para ser plugada no slot de expansão. Este acessório exigia um modelo com 64KB de memória RAM.
Como aconteceria com vários outros modelos brasileiros de computadores dos anos 80, o Prológica CP-400 Color tinha um design “muito parecido” com o também norte-americano microcomputador Timex Sinclair 2068. Estes americanos e sua mania de nos copiar…. #SQN. 😊

No ano seguinte ao lançamento do modelo original, ganharia uma nova versão, o Prológica CP-400 Color II, uma versão repaginada do modelo I, agora com um teclado melhorado no estilo “profissional” e com a ampliação da memória RAM para 64KB.
Embora com um teclado aparentemente melhor, o CP-400 II tinha um problema de construção que fazia com que as teclas eventualmente “saltassem” durante o uso, o que fez com que seus usuários o atribuíssem o carinhoso apelido de “perereca”.
Seu mercado começaria a sucumbir em 1985, com o lançamento do Microdigital TK90X, um clone ZX Spectrum. Mas a “pá de cal” chegaria com o lançamento, no fim deste mesmo ano, dos modelos brasileiros da linha MSX, o Gradiente Expert e o EPCOM/Sharp Hotbit, muito superiores em recursos.

Ainda assim, continuou a ser comercializado, tendo sua produção interrompida apenas no início de 1987.
A família TRS-80 Color contou com outros clones no Brasil, como o Codimex cd-6809, o LZ/Novo Tempo Color64, o Dynacom MX-1600, o Engetécnica/Varix VC50 e o obscuro e nunca lançado Microdigital TKS800.
Esta estratégia de fazer “cópias” de computadores já populares em outras bandas, facilitava a vida tanto das empresas nacionais, que se eximiam da necessidade de produzir softwares próprios, quanto a vida dos usuários, visto que a enormidade de softwares existentes lá fora podia ser utilizada por eles também por aqui.

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Mais em:
- O computador TRS-80 modelo I de 1977
- O computador TRS-80 modelo III de 1980
- O computador Tandy Color Computer 3 de 1986
- A Linguagem de programação BASIC de 1964
- O microcomputador Timex Sinclair TS2068 de 1983
- O microcomputador Microdigital TK-90X de 1985
- O microcomputador Sinclair ZX Spectrum de 1982
- A arquitetura MSX de 1983
- O microcomputador MSX Canon V-20 de 1984
- O microcomputador Apple IIc de 1984
- O microcomputador Apple Macintosh 512K de 1984
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