O Manual de Programadores da linguagem LISP de 1960

Em 01 de março de 1960, o cientista John McCarthy, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), publicava a primeira versão do Manual de Programadores da linguagem LISP.
Concebida por John McCarthy no ano de 1958, a linguagem de programação LISP (na verdade uma “família”), cujo nome deriva de “”LISt Processor”, é uma linguagem baseada no conceito matemático de “funções recursivas”, possuindo uma estruturada na qual operadores e operandos são informados em uma lista demarcada por parêntesis.

Inicialmente criada como forma de descrever expressões matemáticas em programas de computador, foi pioneira em muitos conceitos do universo da ciência da computação, como: estruturas de dados em árvore, gerenciamento automático de armazenamento, tipagem dinâmica, recursão, linguagem interpretada, programação funcional, entre outras.
É considerada a língua “mãe” da inteligência artificial, dado que um determinado programa capaz de “aprender” pode ser feito a partir de uma rotina LISP “automodificável”.
Outra grande sacada do LISP é que um programa qualquer pode ser tratado como um “dado”, podendo, inclusive, servir como entrada de informação para outro programa, o que não ocorre em outras linguagens de programação de uso corrente.

Sua primeira implementação foi feita por Steve Russell em um computador IBM 704, mesmo computador em que nasceu a linguagem FORTRAN, fazendo da LISP a segunda linguagem de programação mais antiga, ficando atrás apenas da própria FORTRAN.
Posteriormente, os esforços de desenvolvimento da linguagem passaram a ser concentrados em computadores da família DEC PDP, que possuíam uma organização de memória mais adequada à linguagem.
Desse efervescente período, nasceram três dialetos que figuraram entre os mais utilizados: LISP 1.5, criada por McCarthy com uma evolução da primeira versão LISP 1; MacLisp, criado pelo próprio MIT a partir do LISP 1.5 e não, não é da 🍎Apple 😊; e Interlisp, criado pela BBN Technologies.
A linguagem LISP é também aplicada como ferramenta de extensão de funcionalidades e automação de tarefas em diversos aplicativos, como o software de engenharia AutoCAD (AutoDesk), o editor de textos GNU Emacs e o sistema de passagens aéreas QPX (ITA Software).
Após um período de esquecimento na década de 90, a LISP ressurgiu e continua em uso até hoje sob a forma de dezenas de variantes, sendo as mais conhecidas: Clojure (mais usada), Common Lisp, Emacs Lisp (do editor de textos EMACS), AutoLISP (AutoCAD), Scheme, Maclisp, EuLisp, Visual LISP, Franz Lisp e OpenLisp.
Para conhecer ou relembrar:
Íntegra do original do “Manual de Programadores LISP I” de 1960:
Quer aprender a linguagem?
Aqui na plataforma OpenCourseware mantida pelo MIT você encontra um excelente curso online de Introdução ao LISP. Utilize as ferramentas de tradução automática do seu navegador.
Você poderá testar seus programas neste interpretador online.
E você, já programou em LISP?
Clique aqui e deixe seu comentário no final desta postagem! Sua participação é muito importante pra nós!
Vídeo(s):
*legendas disponíveis nos controles do Youtube, na opção “⚙ >> Legendas/CC >> Traduzir automaticamente”.
Mais em:
- A linguagem de programação FORTRAN de 1954
- O computador IBM 704 de 1954
- A ciência da Inteligência Artificial de 1955
- O computador DEC PDP-8 de 1965
- O computador DEC PDP-9 de 1966
- A linguagem de programação Algol 60 de 1960
- A Linguagem de programação BASIC de 1964
- O livro A Linguagem de Programação C de 1978
- O Microsoft Visual Basic de 1991
*As imagens utilizadas nesta postagem são meramente ilustrativas e foram obtidas da internet.
Quer nos ajudar com doações de itens para o acervo do Museu Capixaba do Computador – MCC?
Entre em contato conosco por meio dos canais de comunicação identificados nos ícones abaixo, ou ainda por quaisquer uma das nossas redes sociais listadas no topo da página.
As doações também poderão ser entregues diretamente na sede do museu, neste endereço.
Para refrescar a memória e te ajudar a identificar alguns itens que buscamos, aqui você encontra nosso álbum de “Procura-se” .
Colabore você também com o primeiro museu capixaba dedicado à memória da tecnologia da informação!
Doe seus itens sem uso. Você ajuda a natureza e dá uma finalidade socialmente útil pra eles!