O microprocessador Intel Xeon de 1998

Em 29 de junho de 1998, a gigante dos chips de computador Intel, lançava seu novo microprocessador voltado ao segmento empresarial, o Intel Xeon.

Numa época em que a computação empresarial estava se expandindo rapidamente, a fabricante norte-americana de chips Intel percebeu que havia uma crescente demanda por processadores mais potentes, a fim de suportar aplicações corporativas complexas e cargas de trabalho intensivas.

Visando atender esta necessidade, a empresa lançaria, no dia de hoje, a linha de microprocessadores de 32bits Intel Xeon, voltados ao segmento de servidores e estações de trabalho (workstations) de alta performance.

O lançamento do Intel Xeon demarcaria o início da estratégia da empresa em diferenciar claramente sua linha de processadores destinados a atender as necessidades crescentes de empresas e profissionais que demandavam maior capacidade de processamento, confiabilidade e escalabilidade. Isso permitiu que a Intel viesse a competir mais eficazmente contra outras soluções de alto desempenho disponíveis na época, como as oferecidas pela Sun Microsystems e pela IBM.

Primeira geração

A primeira geração de microprocessadores Intel Xeon foi apresentada durante o reinado do Intel Pentium II, estreando a “trindade” Pentium-Xeon-Celeron. Assim, além das versões destinadas aos computadores desktop (Pentium II) e a destinada ao mercado de baixo custo (Celeron), a empresa apresentava agora o Pentium II Xeon (codinome Drake), a versão de alta performance.

Teve seu projeto baseado na arquitetura P6, a mesma utilizada pelo Intel Pentium II, mas com uma série de melhorias e adaptações específicas para o mercado de servidores e estações de trabalho, oferecendo melhor desempenho e confiabilidade que os processadores Intel Pentium Pro, até então responsáveis por atender este segmento.

Estas melhorias contemplavam, dentre outras, funcionalidades não existentes nas versões desktop, como maior capacidade de memória RAM e suporte a memórias tipo ECC, maior número de canais de comunicação com periféricos (PCI e PCIe), maior capacidade de memória cache, bem como recursos que o permitiam continuar em operação mesmo em condições de falha.

Construído a partir de 7,5 milhões de transistores, entre seus muitos aprimoramentos estava sua memória cache L2 maior e mais rápida, com capacidades que iam de 512KB a 2MB. Isso o diferenciava do seu contemporâneo Intel Pentium II), cuja memória rápida era externa ao chip. Esta característica lhe conferia um acesso mais rápido aos dados, resultando em maior desempenho geral.

Outra novidade era o suporte aprimorado ao Multiprocessamento Simétrico (SMP), permitindo a utilização de múltiplos processadores Intel Xeon em uma única placa mãe, o que era essencial para servidores e estações de trabalho de alto desempenho. Lembrando que falamos de uma época em que o conceito de múltiplos núcleos (multicore) em um mesmo chip ainda não existia.

O Intel Xeon introduziu ainda o novo Slot 2, um conector (soquete) de processador projetado especificamente para a linha Xeon, permitindo maior largura de banda e suporte para maiores caches L2.

Sua elevada capacidade de processamento fez com que fosse rapidamente adotado em uma variedade de aplicações críticas, como em servidores de bancos de dados, servidores web e workstations de computação gráfica.

Nos anos que se seguiram, a Intel continuaria a lançar novas versões cada vez mais poderosas, que incluíram, dentre muitas outras, o Pentium III Xeon (codinome Tanner), de 1999, a versão de 2001 (codinome Foster) que reorientou a marca removendo o prefixo Pentium de sua denominação, passando a identificar a linha exclusivamente como “Xeon”, e a versão codinome Prestonia de 2002, suportando o recurso Hyper-Threading.

O Intel Xeon 64 bits

Mas o cenário mudaria para a Intel com a chegada do microprocessador concorrente AMD Opteron (K8) em 2003, o primeiro microprocessador a implementar a arquitetura x86-64 (chamada pela empresa de AMD64) e que introduzia nos processadores x86 compatíveis a possibilidade de realizar operações de 64 bits.

Dado que a Intel havia fracassado com seu projeto de 64bits anterior, o processador Intel Itanium, a empresa precisava buscar uma alternativa para voltar à disputa com sua concorrente AMD, agora detentora de soluções de 64bits retrocompatíveis com a arquitetura x86.

Lança assim, em 28 de junho de 2004, o primeiro processador da sua nova arquitetura EM64T de 64 bits (posteriormente rebatizada como Intel 64), o Intel Xeon codinome “Nocona”, a variante “bombada” do Intel Pentium 4.

O Intel Xeon Dual-Core

No ano seguinte, em 10 de outubro de 2005, era a vez de chegar à família Intel Xeon a primeira CPU de dois núcleos (dual-core), codinome Paxville DP.

Tratava-se de um projeto originalmente planejado pela Intel para lançamento no início de 2006, mas que com as sucessivas “derrotas” de performance para a concorrente AMD, se viu forçada a antecipar sua oferta no mercado.

Evolução posterior

A família continuaria a crescer, acrescentando suporte a novas tecnologias, como maior número de núcleos de processamento (cores), maior memória cache, recursos de virtualização, melhorias em segurança, maior eficiência energética e maiores frequências de operação.

Passaria ainda por duas mudanças de denominação. A primeira em 2010, a partir da geração codinome Westmere EX, cujas linhas adotariam as denominações Xeon E3, Xeon E5 e Xeon E7.

Esta identificação perduraria até 2017, quando nova mudança seria introduzida, fazendo nascer as linhas Xeon Scalable Bronze, Xeon Silver, Xeon Gold e Xeon Platinum.

Linha do tempo dos microprocessadores XEON:

Até os dias de hoje, a linha Intel Xeon continua sendo amplamente utilizada em servidores, estações de trabalho e data centers, desempenhando atividades de processamento intensivo, como análise de dados, simulações, renderização 3D, aprendizado de máquina e virtualização.

Em 2024, está presente em 5 dos 10 maiores supercomputadores do mundo, segundo o ranking TOP500.

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Mais em:

• A Intel era fundada em 1968
• A fundação da Sun Microsystems em 1982
• A International Business Machines Corporation IBM de 1911
• O microprocessador Intel Pentium II de 1997
• O microprocessador Intel Pentium III de 1999
• O microprocessador Intel Pentium 4 de 2000
• O microprocessador AMD Athlon de 1999
• O microprocessador AMD Athlon XP de 2001
• O microprocessador AMD Athlon 64 de 2003
• O microprocessador AMD Opteron K8 de 2003

*As imagens utilizadas nesta postagem são meramente ilustrativas e foram obtidas da internet.

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